No início da história do cinema um sonhador ocupa um espaço privilegiado, mas só recentemente seu nome vem sendo resgatado e reconhecido. Em 1895 um evento dá uma guinada radical em sua vida. Então considerado um dos melhores ilusionistas de sua época, Georges Méliés estava na platéia quando os irmãos Lumiére exibiram pela primeira vez em público sua nova invenção, o Cinematógrafo, o qual retratava a chegada de um trem na estação de desembarque.
Ele então se apaixonou pela nova arte, submeteu a criação a inúmeras experiências e a desenvolveu como ninguém. Sem dúvida os Lumiére merecem o crédito por gerar um equipamento tão inovador quanto a câmera e o projetor, mas Georges deu origem a tudo que hoje possibilita a existência da indústria cinematográfica.
Méliés é o responsável pela produção dos efeitos especiais, dos estúdios, dos gêneros fílmicos, dos roteiros e de toda tecnologia que envolve a realização de um filme. Apesar disso, a história negligenciou sua contribuição e ele foi relegado ao esquecimento, algo que jamais aceitou.
O idealismo, o romantismo, a fértil imaginação, a índole desassossegada, o talento in-comum, atestado por figuras como Charles Chaplin e Griffith, deveriam conceder ao mestre uma posição de honra na História, mas infelizmente ocorreu o contrário. Mesmo desgostoso, porém, Georges procurou sempre se modificar e se ajustar aos novos con-textos.
O visionário exerceu ao longo da vida uma variada gama de profissões; foi desenhista, caricaturista, decorador, ilusionista, mágico, intérprete, autor de peças teatrais, cineasta, produtor e mercador de brinquedos. Talvez nem mesmo em seus sonhos mais delirantes ele tenha um dia imaginado que criaria uma empresa de cinema, a Star-Films.
Mas George não parou aí. Ele equipou vários estúdios de gravação com luzes naturais e artificiais, espaços cênicos deslocáveis, camarins e demais ambientes reservados aos intérpretes, entre outros elementos cinematográficos. Neste cenário ele instituiu sua marca pessoal, a qual propiciaria a evolução da linguagem fílmica, na qual se aliam o teatro, a tecnologia e os efeitos especiais.
A sétima arte era ainda um campo a ser explorado no final do século XIX, sendo, por-tanto, incessantemente examinada e submetida a várias experiências. Sem Georges Mé-liés o cinema não teria alcançado o patamar que hoje o caracteriza. Enquanto ilusionista ele tinha o dom de criar artifícios que atraíssem a atenção do público, e capitalizou este talento na esfera cinematográfica.
Os fãs do cinema só tem que agradecer a este gênio da sétima arte por sua decisão de não perpetuar a profissão familiar, produzir sapatos luxuosos na capital francesa. A este ramo dos negócios ele deve apenas os recursos financeiros que lhe permitiram apostar no universo mágico e ilusório que sempre o atraiu.
Fontes: http://obviousmag.org/archives/2009/06/georges_melies.html http://historica.com.br/colunas/georges-melies-cinema-e-ilusao
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