História da Música

  • Toda Matéria
  • Artes
  • História da Música

    Laura AidarProfessora de Artes

    A História da música é muito antiga, visto que desde os primórdios os homens produziam diversas formas de sonoridade.

    Lembre-se, portanto, que a música é um tipo de arte que trabalha com a harmonia entre os sons, o ritmo, a melodia, a voz. Todos esses elementos são importantes e podem nos transportar para outro tempo e espaço, resgatar memórias e reacender emoções.

    Veremos como essa linguagem artística caminhou durante os séculos até os nossos dias para adquirir as características que possui hoje no Ocidente.

    Música na Pré-História

    Pintura rupestre encontrada na Espanha exibe várias pessoas dançando, o que sugere a presença de música também

    A humanidade possui uma relação longa com a música, sendo essa umas das formas de manifestação cultural mais antigas.

    Ainda na pré-história, há mais de 50 mil anos, os seres humanos começaram a desenvolver ações sonoras baseadas na observação dos fenômenos da natureza.

    Os ruídos das ondas quebrando na praia, os trovões, a comunicação entre os animais, o barulho do vento balançando as árvores, as batidas do coração; tudo isso influenciou as pessoas a também explorarem os sons que seus próprios corpos produziam. Como por exemplo os sons das palmas, dos pés batendo no chão, da própria voz, entre outros.

    Nessa época, tais experimentações não eram consideradas arte propriamente e estavam relacionadas à comunicação, aos ritos sagrados e à dança.

    VEJA TAMBÉM: Arte na Pré-História

    A Evolução da Música

    Música no Egito

    Representação de músicos no Antigo Egito

    No Egito Antigo, ainda no século 4.000 a.C., a música era muito presente, configurando um importante elemento religioso. Os egípcios consideravam que essa forma de arte era uma invenção do deus Thoth e que outro deus, Osíris, a utilizou como uma maneira para civilizar o mundo.

    A música era empregada de forma a complementar os rituais sagrados em torno da agricultura, que era farta na região e os instrumentos utilizados eram harpas, flautas, instrumentos de percussão e cítara - que é um instrumento de cordas derivado da lira.

    VEJA TAMBÉM: Arte Egípcia

    Música na Mesopotâmia

    Músicos assírios tocando instrumentos

    Na região da Mesopotâmia, localizada entre os rios Tigre e Eufrates, habitavam os povos sumérios, assírios e babilônios. Foram encontradas harpas de 3 a 20 cordas na região onde os sumérios viviam e estima-se que sejam objetos com mais de 5 mil anos. Também foram descobertas cítaras que pertenceram ao povo assírio.

    VEJA TAMBÉM: Arte Mesopotâmica

    Música na China e na Índia

    À esquerda, representação de pessoa tocando instrumento na Índia; à direita, flautas chinesas encontradas por arqueólogos

    Na Ásia - em torno de 3.000 a.C. - a atividade musical prosperou na Índia e China. Nessas regiões, ela também estava fortemente relacionada à espiritualidade.

    O instrumento mais popular entre os chineses era a cítara e o sistema musical utilizado era a escala de cinco tons - pentatônica.

    Já na Índia, em 800 a.C., o método musical era o de "ragas", que não utilizava notas musicais e era composto de tons e semitons.

    Veja mais sobre esse tema:

    • China Antiga
    • Índia Antiga

    Música na Grécia e em Roma

    Representação de pessoa tocando instrumento na Grécia Antiga

    Podemos observar que a cultura musical na Grécia Antiga funcionava como uma espécie de elo entre os homens e as divindades. Tanto que a palavra "música" provém do termo grego mousikē, que significa "a arte das musas". As musas eram as deusas que guiavam e inspiravam as ciências e as artes.

    É importante ressaltar que Pitágoras, grande filósofo grego, foi o responsável por estabelecer relações entre a matemática e a música, descobrindo as notas e os intervalos musicais.

    Sabe-se que na Roma Antiga, muitas manifestações artísticas foram herança da cultura grega, como a pintura e a escultura. Supõe-se, dessa forma, que o mesmo ocorreu com a música. Entretanto, diferente dos gregos, os romanos usufruíam dessa arte de maneira mais ampla e cotidiana.

    Leia também sobre:

    • Arte Grega
    • Arte Romana
    • Notas Musicais

    Música na Idade Média

    Pintura exibindo cantores medievais

    Durante a Idade Média a Igreja Católica esteve bastante presente na sociedade europeia e ditava a conduta moral, social, política e artística.

    Naquela época, a música teve uma presença marcante nos cultos católicos. O Papa Gregório I - século VI - classificou e compilou as regras para o canto que deveria ser entoado nas cerimônias da Igreja e intitulou-o como canto gregoriano.

    Outra expressão musical do período que merece destaque são as chamadas Cantigas de Santa Maria, que agregam 427 composições produzidas em galego-português e divididas em quatro manuscritos.

    Uma importante compositora medieval foi Hidelgard Von Bingen, também conhecida como Sibila do Reino.

    Leia mais:

    • Arte Medieval
    • Teatro Medieval

    Música no Renascimento

    Pintura de Gerard van Honthorst (1623) retratando músicos no Renascimento

    Já na época renascentista - que compreende o século XIV até o século XVI - a cultura sofreu transformações e os interesses estavam voltados para a razão, a ciência e o conhecimento do próprio ser humano.

    Tais preocupações se refletiram também na música, que apresentava características mais universais e buscava se distanciar dos costumes da Igreja.

    Uma característica significativa da música nesse período foi a polifonia, que compreende a combinação simultânea de quatro ou mais sons.

    Podemos citar como um grande compositor da Renascença Thomas Weelkes.

    Leia mais sobre o período:

    • Fases do Renascimento
    • Renascimento Cultural
    • Renascimento Artístico
    • Artistas do Renascimento
    • Características do Renascimento

    Música no Barroco

    O compositor italiano Antonio Vivaldi foi um grande expoente da música barroca

    A partir do século XVII, o movimento barroco promove mudanças marcantes no cenário musical.

    Foi um período bastante fértil e importante para a música ocidental e apresentava novos contornos tonais, com a utilização do modo jônico (modo “maior”) e modo eólio (modo “menor”).

    O surgimento das óperas e das orquestras de câmaras também acontece nessa fase, assim como o virtuosismo dos músicos ao tocar os instrumentos. Os maiores representantes da música barroca foram Antonio Vivaldi, Johann Sebastian Bach, Domenico Scarlatti, entre outros.

    Saiba mais:

    • Arte Barroca
    • Barroco
    • Estilo Barroco
    • Características do Barroco

    Música no Classicismo

    Retrato dos artistas Haydn, Mozart e Bethoven

    No Classicismo, que corresponde ao período em torno de 1750 e 1830, a música adquire objectividade, equilíbrio e clareza formal, conceitos já utilizados na Grécia Antiga.

    Nessa época, a música instrumental e as orquestras ganham ainda mais destaque. O piano toma o lugar do cravo e novas estruturas musicais são criadas, como a sonata, a sinfonia, o concerto e o quarteto de cordas.

    Os artistas que se sobressaíram são Haydn, Mozart e Beethoven.

    VEJA TAMBÉM: Características do Classicismo

    Música no Romantismo

    Pintura retratando o compositor Fréderic Chopin

    No século XIX, o movimento cultural que surgiu na Europa foi o Romantismo. A música predominante tinha como qualidades a liberdade e a fluidez, e primava também pela intensidade e vigor emocional.

    Esse período musical é inaugurado pelo compositor alemão Beethoven - com a Sinfonia nº3 - e passa por nomes como Chopin, Schumann, Wagner, Verdi, Tchaikovsky, R. Strauss, entre outros.

    Veja mais:

    • Romantismo no Brasil
    • Romantismo em Portugal
    • Romantismo: Características e Contexto Histórico

    Música no Século XX

    Com o surgimento do rádio no século XX, a música tomou outras proporções

    No século XX, a música ganha nova roupagem e uma grande transformação ocorre com o surgimento do rádio.

    Novas tecnologias e suportes para a gravação e divulgação musical ajudam a popularizar essa linguagem artística e projetar cantores e compositores, já que eles não dependiam somente dos concertos musicais.

    Com uma cartela de opções mais variadas, o público começa a ter contato com outros tipos de música.

    É importante também destacar a presença da música atonal - ou seja, que não possui um centro tonal nem uma tonalidade preponderante. Há também a dodecafônica, que trata as doze notas da escala cromática como equivalentes.

    Alguns artistas também passam a incorporar novos elementos em sua produções, como instrumentos até então pouco explorados e objetos sonoros.

    Um exemplo é o multi-instrumentista brasileiro Hermeto Pascoal, que tira sons tanto de flautas e pianos como de objetos do cotidiano como chaleiras, pentes, copos d'água e brocas de dentistas. A compositora Adriana Calcanhoto também possui um projeto de música infantil que faz uso de diversos brinquedos para produzir suas composições.

    Podemos citar como grandes nomes da música do século XX a banda inglesa The Beatles, a estado-unidense Madonna, o nigeriano Fela Kuti, entre outros.

    Leia mais sobre música e arte nos textos:

    • Tipos de Arte
    • História do Rádio
    • Gêneros Musicais Brasileiros
    Laura AidarLaura Aidar é licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2007. Formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design de São Paulo (2010).
    More Questions From This User See All

    Recommend Questions


    Planos de aula de artes para o 2º ano (Ensino Fundamental)
    É importante que se considere os processos criativos dos alunos a fim de tornar a experiência artíst

    Exercícios sobre a Semana de Arte Moderna
    Por ser um tema recorrente em provas e exames, elaboramos algumas questões para você testar seus conhecimen

    10 exercícios sobre o expressionismo para testar seus conhecimentos
    Por ser um tema relevante na história da arte, abordado em concursos e vestibulares, trazemos 10 questões

    10 danças nordestinas para aprender sobre a cultura popular
    Formadas por um caldeirão cultural, essas danças normalmente integram manifestações populare

    Cores secundárias e terciárias
    Assim como as cores primárias, as cores secundárias estão localizadas de forma equidistante no círculo cromático formand

    Cores aditivas e subtrativas
    Há dois grandes sistemas que norteiam as artes, sejam elas midiáticas ou físico-materiais, e cada sistema acaba tendo um

    Cores quentes e frias
    A relação quente e frio que as cores possuem criam contrastes naturais. Na natureza, por exemplo, a maior parte das flor

    Obras de Leonardo da Vinci
    Como pintor, Da Vinci inovou com sua habilidade técnica e estética. Abaixo, algumas das características das obras de Leo

    Obras de Michelangelo
    Sua habilidade técnica e estética eram inquestionáveis. Além disso, Michelangelo foi um dos primeiros renascentistas a a

    Obras de Rafael Sanzio
    Rafael teve como mestre Pietro Perugino, dessa forma, ideais como harmonia e beleza, além de uma influência clássica est

    Smile Life

    Show life that you have a thousand reasons to smile

    Get in touch

    © Copyright 2024 ELIB.TIPS - All rights reserved.