Pinturas famosas do mundo

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    Laura AidarProfessora de Artes

    A pintura é um dos tipos de arte mais tradicionais e valorizados no mundo. Por meio dela grandes artistas expressaram ideias e sentimentos, deixando assim um legado inestimável.

    Segundo o pintor espanhol Pablo Picasso:

    A pintura nunca é prosa. É poesia que se escreve com versos de rima plástica.

    Selecionamos 15 quadros feitos em tinta a óleo que entraram para a história da arte ocidental. Tais obras se perpetuam como símbolos culturais, seja por trazerem inovações artísticas, questionamentos políticos ou por representarem anseios e sentimentos comuns à humanidade.

    1. Mona Lisa de Leonardo Da Vinci

    A Gioconda (1503-1506), óleo sobre madeira, 77 x 53 cm. Museu du Louvre, Paris (França)

    O quadro Mona Lisa - intitulado A Gioconda originalmente - é uma criação de Leonardo Da Vinci, uma das personalidades mais célebres do Renascimento italiano.

    Nele, uma mulher é retratada com expressão facial enigmática, exibindo um leve sorriso bastante intrigante que nos convida a imaginar quais seriam seus pensamentos e sentimentos. Estaria Mona Lisa demonstrando satisfação, inocência ou certa prepotência?

    Muitos teóricos e críticos de arte tentaram desvendar esse mistério e diversas produções artísticas foram feitas inspiradas nessa pintura que pode ser considerada uma das maiores obras-primas da história da arte ocidental.

    VEJA TAMBÉM: Renascimento Artístico

    2. Guernica de Pablo Picasso

    Guernica (1937), óleo sobre tela, 351 x 782,5 cm. Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri (Espanha)

    Guernica é um dos quadros mais emblemáticos do pintor espanhol Pablo Picasso, grande expoente do cubismo.

    Nessa obra, ele retrata os horrores da Guerra Civil Espanhola, especialmente do bombardeio ocorrido na cidade basca de Guernica, em 26 de abril de 1937.

    Essa grande tela se tornou um símbolo na luta contra todo o tipo de guerra e revolucionou a pintura histórica, pois trata o sofrimento de maneira atemporal.

    VEJA TAMBÉM: Cubismo

    3. O Beijo de Gustav Klimt

    O Beijo (1907/08), Gustav Klimt, óleo e folha de ouro sobre tela, 180 x 180 cm. Galeria Belvedere, Viena (Áustria)

    A tela, pintada pelo austríaco Gustav Klimt em 1907, é uma obra célebre na história da arte. Esse quadro vem sendo reproduzido e estampado em objetos incessantemente, representando um ícone da cultura ocidental.

    A obra faz parte da chamada "fase dourada" na produção artística de Klimt, quando ele abusa de elementos cintilantes que remetem a pedras preciosas e inclusive de folhas de ouro em suas composições.

    Em O Beijo, um casal é retratado (que seria o próprio artista e sua esposa), em posição entrelaçada, sugerindo carinho e aconchego.

    Entretanto, com um olhar mais atento é possível observar também que o homem se curva sobre a amada, sendo a figura ativa desse abraço, e a mulher, ajoelhada, seria um sinal de submissão feminina.

    VEJA TAMBÉM: Art Nouveau

    4. O Grito de Edvard Munch

    O Grito (1893), óleo, têmpera e pastel sobre cartão. 91 x 73,5 cm. Galeria Nacional de Oslo, Oslo (Noruega)

    O Grito é a pintura mais famosa de Edvard Munch, pintor norueguês. Essa obra tem sido reproduzida ao longo do tempo, inclusive por outros artistas, como Andy Warhol.

    Seu êxito provavelmente se deu porque Munch conseguiu retratar de maneira muito bem-sucedida o sentimento da angústia e solidão que as pessoas estão sujeitas.

    Com cores, formas e traços, o pintor construiu um símbolo do desespero humano nessa composição, que é também um ícone do movimento de vanguarda expressionista.

    VEJA TAMBÉM: Expressionismo

    5. Nº 5 de Jackson Pollock

    Nº5 (1948) óleo sobre tela, 2,4 x 1,2 cm. Coleção particular, Nova Iorque (Estados Unidos)

    Em 1948, no período pós-guerra, o estadunidense Jackson Pollock produziu a tela intitulada Nº 5.

    O artista foi um dos precursores do expressionismo abstrato, movimento artístico que surgiu na década de 40 nos EUA.

    Essa obra foi feita utilizando a técnica dripping (gotejamento), muito explorada pelo pintor. O método consiste em derramar tinta líquida sobre grandes telas esticadas no chão. Dessa forma, o pintor realiza amplos movimentos corporais, quase como se "adentrasse" a obra no momento da criação.

    Em maio de 2006, o quadro foi vendido pelo valor exorbitante de 140 milhões de dólares, preço mais alto pago por uma pintura até 2011.

    6. As Meninas de Diego Velázquez

    As Meninas (1656), óleo sobre tela, 318 x 276 cm. Museu do Prado, Madri (Espanha)

    Inicialmente intitulado A família de Filipe IV, o quadro As Meninas, foi pintado em 1656 pelo artista Diego Velázquez. Essa obra representa a fase áurea do pintor, nascido na cidade de Sevilha, na Espanha.

    A pintura exibe uma cena possivelmente cotidiana da corte do século XVII. Aparentemente simples, a tela carrega uma série de elementos a serem "descobertos" pelo expectador, o que a transforma em uma das mais profundas obras da história da arte.

    No quadro, o pintor se retratou trabalhando em uma tela encomendada pelos reis Filipe IV e Mariana, que aparecem refletidos em um espelho no fundo do cômodo. Tal recurso também nos dá a sensação de que eles seriam expectadores da própria obra.

    7. Os Comedores de Batatas de Vincent Van Gogh

    Os Comedores de Batatas (1885), óleo sobre tela, 82 x 114 cm. Museu Van Gogh, Amsterdã (Holanda)

    Essa obra foi produzida em 1885 por Vincent Van Gogh, pintor holandês do pós-impressionismo e expressionismo. Muito aclamado atualmente, Van Gogh foi um artista solitário e teve pouquíssimo reconhecimento em vida.

    O quadro em questão retrata uma família camponesa comendo em sua humilde casa, iluminada por uma fraca lamparina. É um trabalho bastante conhecido do pintor e exibe as evoluções técnicas de sua pintura, imprimindo características expressionistas que viriam a ser sua marca.

    Além disso, demostra grande interesse por questões sociais e humanitárias. Segundo o próprio artista:

    Quis dedicar-me conscientemente a expressar a ideia de que essa gente que, sob essa luz, come suas batatas com as mãos também trabalhou a terra. Meu quadro exalta, portanto, o trabalho manual e o alimento que eles mesmos ganharam tão honestamente.

    VEJA TAMBÉM: Pós-Impressionismo

    8. A Persistência da Memória de Salvador Dalí

    A Persistência da Memória (1931), óleo sobre tela, 24 x 33 cm. MoMa, Nova Iorque (Estados Unidos)

    Salvador Dalí foi um pintor catalão que fez parte do movimento surrealista na Europa. Um de seus quadros mais célebres é A Persistência da Memória.

    Nessa obra, Dalí representa a passagem do tempo através da figura perturbadora de relógios derretidos em uma paisagem árida, um corpo sem forma, formigas e uma mosca.

    Ao fundo também é possível notar a presença de um penhasco e o mar, paisagem que faz referência a seu lugar de origem, a Catalunha.

    Esse trabalho encontra-se desde 1934 no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, nos Estados Unidos.

    VEJA TAMBÉM: Surrealismo

    9. Impressão, Sol Nascente de Claude Monet

    Impressão, Sol Nascente (1872), óleo sobre tela, 46 x 63 cm. Museu Marmottan, Paris (França)

    Claude Monet, importante pintor do impressionismo, movimento artístico de vanguarda europeu, concebeu essa obra em 1872.

    A composição é um marco na pintura, pois exibe uma nova maneira de pincelar ao registrar o instante em que o sol atravessa a neblina na baía de Le Havre, na Normandia.

    Pode-se considerar que a inovação presente nesse trabalho revolucionou a pintura.

    A reação da imprensa na época foi contrária ao novo estilo e considerou essa tela uma obra "inacabada". A exposição em que ela foi exibida foi chamada pejorativamente de "exposição dos impressionistas" e elegeu Impressão, Sol Nascente como o maior alvo das críticas. Por conta desse episódio, a corrente impressionista foi batizada dessa maneira.

    VEJA TAMBÉM: Impressionismo

    10. Os Fuzilamentos de Três de Maio de Francisco de Goya

    Os Fuzilamentos de 3 de maio (1814), óleo sobre tela, 266 x 345 cm. Museu do Prado, Madri (Espanha)

    Os Fuzilamentos de Três de Maio, Três de Maio de 1808 em Madrid ou Os Fuzilamentos da Montanha do Príncipe Pío, é um quadro do pintor espanhol Francisco de Goya.

    Francisco de Goya apresenta nessa pintura um retrato impactante do genocídio ocorrido em Madri, no ano de 1808. Tal acontecimento foi consequência da chamada Guerra Peninsular (1807-1814), quando Napoleão Bonaparte invade a Espanha.

    Um dia antes desse terrível massacre, alguns madrilenhos entraram em confronto com as tropas napoleônicas. Empunhando apenas armas brancas, enfrentaram a cavalaria inimiga e foram duramente reprimidos.

    Esse episódio também foi retratado por Goya na obra Dois de Maio em Madri e forma um dueto com Os fuzilamentos de 3 de maio.

    Como reprimenda à "ousadia" dos civis, foi realizada a chacina que culminou na morte de inúmeros inocentes. Goya, que vivia muito próximo do local, testemunhou tais episódios e anos mais tarde concebeu essa tela, que viria a ser um marco na história da arte e uma denúncia contra os horrores da guerra - influenciando outros artistas como Picasso na produção de sua Guernica.

    Quando questionado sobre o porque pintava essas atrocidades, Goya respondeu:

    Para ter o gosto de dizer eternamente aos homens que não sejam bárbaros.

    11. Moça com Brinco de Pérola de Johannes Vermeer

    Moça com Brinco de Pérola (1665), óleo sobre tela, 44,5 x 39 cm. Museu Mauritshuis de Haia (Holanda)

    O quadro Moça com Brinco de Pérola é considerado "a Mona Lisa holandesa", pois também exibe uma figura feminina envolta em uma misteriosa atmosfera.

    Acredita-se que Johannes Vermeer, artista holandês, tenha produzido esse retrato em 1665 - a tela não foi datada. Nele, observamos uma moça que nos devolve o olhar com ar sereno e casto, trazendo um brilho nos lábios entreabertos.

    Outra suposição é sobre o adereço na cabeça da jovem. Naquela época já não se usava turbante, então especula-se que Vermeer tenha se inspirado em outra obra, Menino em um turbante, pintada por Michael Sweerts em 1655.

    Essa é a obra mais conhecida do pintor e inspirou a produção de um livro e de um filme, ambos com o mesmo nome da pintura.

    VEJA TAMBÉM: O que é Pintura?

    12. O Almoço dos Barqueiros de Pierre-Auguste Renoir

    O almoço dos barqueiros (1881), óleo sobre tela, 130 x 173 cm. Coleção particular, Washington (EUA)

    Em 1881, Pierre-Auguste Renoir finaliza a pintura do quadro O Almoço dos Barqueiros, importante expoente do movimento impressionista.

    Na obra, o pintor elabora uma cena alegre e descontraída ao exibir um encontro entre amigos regado a muita comida e uma bela vista do rio Sena. Todas as pessoas retratadas eram amigos próximos de Renoir e uma das mulheres que aparece na tela veio a se tornar sua esposa anos mais tarde.

    Essa tendência artística tinha como preocupação captar a iluminação natural e cenas espontâneas por meio da fixação do instante. Podemos dizer que o impressionismo foi o movimento de vanguarda que deu um impulso para a chamada arte moderna.

    VEJA TAMBÉM: Arte Moderna

    13. Hospital Henry Ford (A Cama Voadora) de Frida Kahlo

    Hospital Henry Ford (A Cama Voadora), (1932), óleo sobre tela, 77,5 x 96,5 cm. Museu Dolores Olmedo (México)

    Frida Kahlo foi uma importante artista mexicana que viveu na primeira metade do século XX.

    Sua pintura, quase sempre autobiográfica, retrata suas dores, seu grande amor (o também pintor Diego Rivera), o orgulho por ser mulher e por suas origens latino-americanas.

    A produção de Frida é carregada de simbolismos e elementos que flertam com o surrealismo, apesar da pintora negar fazer parte de tal movimento e estar mais próxima de um tipo de arte confessional. Ela afirma:

    Eu nunca pinto sonhos ou pesadelos. Pinto a minha própria realidade.

    Na obra que ficou conhecida como A Cama Voadora, a artista retrata um episódio doloroso de sua vida, quando perde uma criança que estava esperando de Diego.

    Frida sofreu diversos abortos consecutivos, pois não conseguia manter a gestação por conta de problemas de saúde adquiridos quando criança - contraiu poliomelite - e na adolescência, quando sofreu um grave acidente de trem.

    Há alguns anos Frida foi "descoberta" por grande parte das pessoas e vem sendo considerada um ícone da arte e mesmo da cultura pop e do movimento feminista.

    VEJA TAMBÉM: Feminismo

    14. Os Retirantes de Cândido Portinari

    Retirantes (1944), óleo sobre tela, 190 x 180 cm. Museu de Arte de São Paulo - MASP (Brasil)

    Os Retirantes é uma obra do pintor Cândido Portinari, nascido no interior de São Paulo, na cidade de Brodowski.

    A tela foi criada em 1944 e retrata uma família de retirantes, pessoas que se deslocam da região Nordeste a outros lugares na esperança de fugir da seca, miséria e mortalidade infantil.

    É impactante a maneira como o artista exibe os corpos magros, exaustos e de expressão sofrida em um paisagem árida e cinza.

    Há urubus sobrevoando as pessoas, como se aguardassem a morte delas. As crianças são retratadas desnutridas e doentes - observe o menino do lado direito que apresenta uma barriga desproporcional ao corpo, sinal de barriga d'água.

    Podemos fazer um paralelo desse trabalho com a obra literária Vidas Secas, produzida anos antes, em 1938, pelo escritor Graciliano Ramos e que trata do mesmo tema.

    Portinari foi um grande artista que teve, dentre outras preocupações, valorizar o povo brasileiro e denunciar os problemas sociais do país.

    15. Abaporu de Tarsila do Amaral

    Abaporu (1928), óleo sobre tela, 85 x 72 cm. Museu de Arte Latino Americana de Buenos Aires (Argentina)

    Abaporu é uma produção da artista Tarsila do Amaral, figura de destaque no movimento modernista brasileiro.

    O nome da obra é de origem indígena e, segundo a artista, significa "antropófago" - que é o mesmo que canibal. Foi em decorrência dessa obra que Oswald de Andrade, marido de Tarsila e também artista, define as bases da teoria antropofágica para a arte moderna no Brasil.

    Tal teoria propunha que os artistas brasileiros bebessem na fonte dos movimentos de vanguarda europeus mas desenvolvessem uma produção com características nacionais. Uma célebre frase que define o período é:

    Só a antropofagia nos une.

    Abaporu traz a valorização do trabalho braçal, com pés e mãos em destaque. As cores fortes, o cacto e o sol também fazem alusão ao clima e paisagem tropicais.

    Leia mais sobre o período no Brasil:

    • Semana de Arte Moderna
    • Modernismo no Brasil
    • Características do Modernismo
    Laura AidarLaura Aidar é licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2007. Formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design de São Paulo (2010).
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