Vida e obra de Renoir

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    Laura AidarProfessora de Artes

    Renoir foi um artista francês muito importante do final do século XIX. Teve grande destaque na pintura e, junto com outros artistas, deu continuidade a uma nova maneira de pincelar, que ficou conhecida como impressionismo.

    Apreciava a beleza da vida e levou otimismo, harmonia e tranquilidade para suas telas ao pintar muitas cenas ao ar livre. Chegou a dizer, certa vez:

    Para mim, um quadro deve ser algo amável, alegre e belo, sim, belo. Já existem muitas coisas desagradáveis na vida. Pra que inventarmos mais?

    Biografia de Renoir

    Fotografia de Renoir e autorretrato, ambos datados de 1910

    Pierre-Auguste Renoir nasceu em 1841 em Limoges, na França. Quando tinha quatro anos, mudou-se para Paris com os pais e os seis irmãos. Sua mãe, Marguerite Merlet, era costureira e seu pai, Léonard Renoir, alfaiate.

    No colégio, destacou-se por sua facilidade para o canto e habilidade ao desenhar.

    Para ajudar a família financeiramente, aos treze anos inicia como aprendiz em um ateliê de pintura em porcelana na oficina dos Levy. Lá permaneceu até os dezessete anos. Depois, dedicou-se ainda a pintar tecidos e leques.

    Em 1861, Renoir conhece Charles Gleyre, que viria a ser seu mestre na pintura no ano seguinte. É quando também ingressa na Escola de Belas Artes de Paris.

    Nessa época tornou-se amigo de Claude Monet (1840-1926), Alfred Sisley (1839-1899) e Frédéric Bazille (1841-1870), que também viriam a ser importantes pintores.

    Juntos, eles exploraram as cores e luminosidades em tardes de pintura ao ar livre no bosque de Fontainebleau.

    Suas inspirações na arte eram Eugéne Delacroix (1798-1863) e Édouard Manet (1832-1883), que já causavam alvoroço na cena artística.

    Em 1864, conhece Lise Tréhot, uma das primeiras modelos do pintor e posteriormente sua amante.

    A obra Lise com sombrinha (1867) foi uma das telas produzidas quando o artista ainda estava concluindo os estudos na Escola de Belas Artes. Assim, como o quadro A estalagem de "Mère" Anthony (1866).

    À esquerda, Lise com sombrinha (1867). À direita, A estalagem de "Mère" Anthony (1866)

    Em 1869, Renoir e Monet consolidam seus estilos de pintura, mais fluidos, com personagens pinceladas em esboços e valorizando a luz solar. Essa forma de pintar ficou conhecida mais tarde como impressionismo.

    Com o início da Guerra Franco-Prussiana, Renoir foi convocado a servir o exército. Lá, ficou doente e não chegou a participar de combates. Entretanto, ficou demasiado perturbado pelo desaparecimento de seu amigo Bazille, morto aos 29 anos.

    Em 1871, com a Comuna de Paris, o artista decide se isentar da cena política, não assumindo um posicionamento e "flutuar na maré dos acontecimentos".

    Renoir e outros artistas independentes criam em 1873 um projeto de exposições. A inauguração se deu em abril de 1874, contando com mais de 30 participantes, entre pintores, escultores e gravadores.

    Foi nessa exposição que a tela Impressão, nascer do sol, de Monet, foi exibida, batizando o nome do movimento impressionista. Outras exposições do grupo ocorreram também em 1876, 1877 e 1879.

    Casou-se em 1880 com a modelo Aline Charigot e teve três filhos com ela. Nesse período, já com 40 anos, o artista vai em busca de novos estímulos e inspirações e viaja para a Espanha, onde entra em contato com o trabalho de Diego Velásquez.

    De 1883 a 1887, o pintor sofre uma crise criativa e apresenta alguns episódios depressivos. Mas logo adiante vive uma fase boa de reconhecimento profissional, chegando a ter uma de suas telas vendida para o Governo francês em 1892.

    Renoir sofreu por bastante tempo com as dores causadas pelo reumatismo. A primeira crise grave foi em 1888, que o deixou com paralisia facial. A partir de então, a artrite o acompanhará até o fim de seus dias.

    Tanto que, em 1897, o artista começou a apresentar dificuldades de mobilidade e em 1910 precisava amarrar os pincéis em sua mãos para continuar pintando. Nessa época, já era bastante reconhecido e ganha uma sala especial na Bienal de Veneza.

    Nos últimos anos de vida permanece ativo, apesar da doença e das dores.

    Começou a se aventurar na escultura, com o auxílio dos jovens artistas Richard Gieino e Louis Morel, que trabalhavam seguindo as instruções de Renoir.

    Pintou um ramalhete de flores no dia de sua morte, em 3 de dezembro de 1919, em Cages-sur Mer, na França.

    VEJA TAMBÉM: Pós-Impressionismo

    Principais obras de Renoir

    A seguir, algumas das telas mais importantes de Pierre-Auguste Renoir, apresentadas em ordem cronológica, onde se pode ver o processo criativo e transformações na maneira de pintar do artista.

    1. No Verão (1868)

    No Verão, de Renoir. À direita, detalhe do rosto da modelo, com o olhar perdido num dia quente de verão
    • Técnica: óleo sobre tela;
    • Dimensão: 85 x 59 cm;
    • Localização: Galeria Nacional, em Berlim, Alemanha.

    2. La Grenouillère (1869)

    La Grenouillère, de Renoir. Jogo de reflexos em que o elemento humano e a natureza se misturam
    • Técnica: óleo sobre tela;
    • Dimensão: 66 x 81 cm;
    • Localização: Museu Nacional de Belas-Artes da Suécia.

    3. A Parisiense (1874)

    A parisiense, de Renoir é o retrato da famosa atriz Madame Henriot
    • Técnica: óleo sobre tela;
    • Dimensão: 160 x 160 cm;
    • Localização: Museu Nacional Cardiff, País de Gales.
    VEJA TAMBÉM: Vanguardas Europeias

    4. Nu feminino à luz do sol (1875)

    Nu feminino à luz do sol, de Renoir. Detalhe das joias realistas em meio à natureza que envolve a cena
    • Técnica: óleo sobre tela;
    • Dimensão: 81 x 65 cm;
    • Localização: Museu de Orsay, Paris, França.

    5. Le Moulin de la Galette (1876)

    Le Moulin de la Galette, de Renoir, é uma das obras mais célebres do pintor
    • Técnica: óleo sobre tela;
    • Dimensão: 131 x 175 cm
    • Localização: Museu de Orsay, Paris, França.

    6. Menina com regador (1876)

    Menina com regador, de Renoir, retrata a inocência e singeleza da infância
    • Técnica: óleo sobre tela;
    • Dimensão: 100 x 73 cm
    • Localização: Galeria Nacional de Arte, Washington, EUA.

    7. O almoço dos remadores (1880-81)

    O almoço dos remadores, de Renoir, é um dos quadros mais importantes do impressionismo
    • Técnica: óleo sobre tela;
    • Dimensão: 130 x 173 cm
    • Localização: Galeria Nacional de Arte, Washington, EUA.
    VEJA TAMBÉM: Pinturas famosas do mundo

    8. A tarde das meninas Wargemont (1884)

    A tarde das meninas Wargemont, de Renoir. Período em que os contornos estavam mais firmes
    • Técnica: óleo sobre tela;
    • Dimensão: 130 x 170 cm;
    • Localização: Galeria Nacional, Berlim, Alemanha.

    9. As grandes banhistas (1884-1887)

    As grandes banhistas, de Renoir. Da fase em que o pintor tinha como inspiração o artista Ingres
    • Técnica: óleo sobre tela;
    • Dimensão: 115 x 170 cm;
    • Localização: Museu de Arte da Filadélfia, EUA.

    10. Gabrielle com uma rosa (1911)

    Gabrielle com uma rosa, de Renoir. A tela foi produzida quando o pintor já estava bastante debilitado
    • Técnica: óleo sobre tela;
    • Dimensão: 55 x 47 cm;
    • Localização:Museu de Orsay, Paris, França.

    Curiosidades sobre Renoir

  • Quando foi aluno de Charles Gleyre, o mestre o recriminou certa vez dizendo que o jovem pintava apenas por diversão, ao que Renoir prontamente respondeu: " Você pode estar seguro que eu não pintaria se não me divertisse."
  • Renoir viveu e produziu sua obra na mesma época do advento da fotografia e essa nova linguagem influenciou fortemente o trabalho do pintor.
  • O irmão de Renoir, Edmond Renoir, foi jornalista e fez muitas críticas positivas ao trabalho do irmão.
  • Aos domingos, Renoir frequentava o famoso baile Moulin de la Galette com o intuito de encontrar modelos para suas pinturas.
  • Sua esposa, Aline Charigot, foi retratada segurando um cachorrinho na tela O almoço dos remadores.
  • Pierre Renoir, o primeiro filho do artista, tornou-se um ator famoso.
  • O segundo filho, Jean Renoir, foi um célebre diretor de cinema.
  • Claude Renoir, o filho mais novo, tinha como ofício a cerâmica.
  • O nascimento de Claude serviu de estímulo para Renoir, já com 60 anos e bastante debilitado pela doença.
  • Renoir declarou que não passou nem um dia sem pintar. Deixou um legado de mais de mil obras.
  • Laura AidarLaura Aidar é licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2007. Formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design de São Paulo (2010).
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