Em sua origem, a literatura infantil cumpria um papel tão somente educativo, propondo paradigmas comportamentais com o objetivo de revigorar os padrões sociais então em vigor. Já a literatura infanto-juvenil em seu estágio atual defende outro conceito narrativo, o qual permite várias interpretações, indagações e análises.
Neste caso as bibliotecas das escolas cumprem uma função significativa ao estimular as crianças a ler. Cabe ao responsável por estes espaços, ciente de sua tarefa educativa, privilegiar a indicação de obras de estirpe elevada, capazes de aprimorar as habilidades críticas desse leitor.
É preciso ter em mente que este público, ao ler um livro, não o faz superficialmente; a criança procura um significado em cada palavra e se lança sem medo na jornada de desvelar os segredos dos símbolos que compõem a escrita. É mais uma aventura, uma descoberta do novo em sua vida.
O leitor deve estar imbuído de uma veia interpretativa, para que possa discernir, na avalanche de lançamentos que povoam as livrarias e outros espaços, como a Internet, os livros que realmente contribuem para seu desenvolvimento, pois do contrário ele pode ser envolvido pelos ideais preponderantes na sociedade, dos quais muitos autores são porta-vozes ao disseminar seus valores. Por essa razão é fundamental que o hábito de ler o predisponha a ponderar acerca dessa influência e desses preceitos.
Em meados do século XX surgem novas concepções sobre o público infanto-juvenil e seu processo de aprendizado, principalmente com a disseminação dos mais recentes estudos sobre a psicolingüística, que giram em volta do lúdico e da sociabilização da criança.
Surge uma nova concepção da literatura infanto-juvenil e de sua função integradora na formação infantil, possibilitando a criação dos padrões lúdicos. Os pop-ups, os livros-objetos, a literatura em quadrinhos, entre outros, passam a prevalecer dentro da preponderância da esfera visual e das brincadeiras de linguagem.
Hoje, ao longo do mecanismo de criação, o escritor infanto-juvenil preza mais as representações imagéticas, as brincadeiras contagiantes, os passatempos e divertimentos, as músicas, enfim, tudo que é adicionado ao texto ou que o substitui. O teatro produzido especialmente para esta faixa etária também se distingue nesta literatura.
Embora as obras dirigidas a este público sejam cada vez mais publicadas e disponibilizadas pelas editoras, físicas ou virtuais, e estejam muito presentes na esfera da educação, vários estudiosos e autores revelam temer o predomínio das representações visuais em uma época dominada pela tecnologia virtual. É um fenômeno desencadeado pela criação do Cinema e da TV e que agora se dissemina com o universo ilimitado oferecido pela Internet e com a globalização.
Fontes: http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/993909 http://novidadesevelharias-fernandeshercilia.blogspot.com.br/2008/06/literatura-infantil-atravs-dos-tempos.html
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