A Medicina Veterinária contempla uma vasta área de atuação, desde o trabalho direto com a saúde dos animais em geral, bem como na saúde pública, na produção e reprodução animal, no meio ambiente, na alimentação humana, no agronegócio, na pesquisa, na docência entre outras. As faculdades formam profissionais generalistas, porém a competitividade do mercado de trabalho em medicina veterinária e a exigência cada vez maior dos consumidores de produtos e serviços, requerem do médico veterinário um aprofundamento em sua área de escolha, que pode ser por meio de especialização lato sensu ou stricto sensu.
A mudança nos paradigmas da criação de animais de companhia, simbolizou um avanço no ramo da clínica e cirurgia, pois demandou do profissional tanto uma qualificação, quanto atualizações constantes nessa área. Surgiram especializações em acupuntura, anestesiologia, endocrinologia, emergência, oncologia, dermatologia, nutrologia e outras mais. Além disso, para conseguir se manter nesse mercado, o desenvolvimento da habilidade empreendedora e a capacidade de inovação, tornaram-se imprescindíveis.
O progresso na área de diagnose, permitiu ao profissional atuar nos setores de análises clínicas, biologia molecular, diagnóstico por imagem e anatomia patológica, em praticamente todos os campos da veterinária. A utilização de equipamentos até então utilizados apenas na medicina humana, foram incorporados aos animais, o que possibilitou uma melhor investigação e identificação de afecções, que anteriormente não podiam ser bem exploradas.
A medicina veterinária legal expande-se cada vez mais, em virtude da conscientização da população sobre as consequências jurídicas dos crimes ambientais. E é competência exclusiva do veterinário fazer necropsias, elaborar laudos, emitir informações e pareceres sobre animais e produtos de origem animal (POA), para se fazer cumprir a justiça.
No campo dos animais selvagens engloba-se também a proteção ambiental. Pode-se atuar em zoológicos e instituições públicas ou privadas de preservação da fauna. Além de cuidar da saúde, ele auxilia também no resgate de animais em situações de maus-tratos ou catástrofes.
Em relação à produção animal, o Brasil encontra-se como o principal exportador de proteína do mundo, porém os consumidores têm se preocupado não apenas com a sanidade da carne, mas com o bem-estar do animal desde o seu nascimento. Assim, é necessária a participação do veterinário ao longo dessa cadeia, a qual envolve a nutrição balanceada dos rebanhos, o melhoramento genético, a promoção da saúde e a fiscalização da ética e do respeito ao animal.
Aliado a isso, para se ter o cumprimento das legislações sanitárias impostas aos POA e controlar o abate humanitário, tornou obrigatória a presença diária tanto dos médicos veterinários oficiais (servidores públicos), quanto dos responsáveis técnicos (particulares) nos abatedouros-frigoríficos. Esse fato aumentou qualidade dos POA e a oferta de empregos no ramo.
O controle da saúde pública é competência privativa do médico veterinário, mas sua valorização nesse setor ainda é precária, entretanto em 2011, o Ministério da Saúde incluiu-lhe na equipe de profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Isso representou uma grande evolução, pois no Brasil, as notificações de zoonoses e de doenças transmitidas por vetores são recorrentes e preocupantes e, de acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária é o seu profissional que deve atender às emergências de saúde pública, pois ele é o detentor do conhecimento da epidemiologia daquelas doenças e principalmente de seus métodos de prevenção.
A opção pela carreira docente e a atuação no sistema de ensino, pesquisa e extensão engloba a transmissão do conhecimento e da expertise aos alunos e posteriormente à comunidade. A pesquisa científica é substancial para a inovação tecnológica e o progresso em todas as partes da veterinária. E por fim, a importância do trabalho na extensão é a oportunidade que se tem de levar os resultados dos experimentos científicos, para a sociedade em geral, mostrando toda a importância da pesquisa.
A medicina veterinária proporciona a ocupação do indivíduo em vários campos, mas independente do local de atuação, o essencial é agir de acordo com os preceitos legais da Resolução nº 722 do Conselho Federal de Medicina Veterinária e ser comprometido com a saúde animal, humana e ambiental.
Referências:
SALVAGNI, F. A. Alterações em adrenais de cães relacionadas à morte súbita ou agônica: análise morfométrica, histopatológica, imunoistoquímica e correlação com os níveis de adrenalina e noradrenalina na medula adrenal. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Patologia, São Paulo, 2015.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. RESOLUÇÃO nº 722. Código de Ética do Médico Veterinário. 2002.
AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.Show life that you have a thousand reasons to smile
© Copyright 2024 ELIB.TIPS - All rights reserved.