O renomado subversor do jazz, Miles Davis, nasceu na cidade de Illinois, em Alton, no dia 25 de maio de 1926, no seio de uma família de classe média. Ainda menino ele foi para East St. Louis com seus pais. Aos 10 anos ele já dominava o trompete e logo estava integrando a banda da escola na qual estudava, e participando de alguns grupos de jazz da região.
Sua mãe, uma virtuosa pianista de blues, estimulou o filho a seguir este caminho, embora ele desconhecesse os seus talentos secretos. Os estudos musicais de Miles tiveram início assim que ele completou treze anos e ganhou um trompete novo de seu pai, que lhe deu de presente igualmente um curso com Elwood Buchanan, o melhor trompetista da cidade. Com este mestre ele adquire uma técnica que manterá ao longo de sua carreira, a de tocar sem vibrato.
Aos 18 anos ele seguiu para Nova Iorque com o propósito de cursar a renomada Julliard School of Music, mas logo se tornou um boêmio e assíduo frequentador das melhores casas de jazz da metrópole. Inicialmente ele tocava ao lado de Coleman Hawkins, mas em seguida tornou-se parceiro de Charlie Parker, e com este ícone do jazz ele lançou diversos discos em fins da década de 40.
Aos 22 anos Miles constituiu seu próprio noneto, uma banda que marcou profundamente a história do cool jazz. Mas, após a gravação do single Birth of the Cool, em 1949, ele abandonou o grupo, optando por participar do Paris Jazz Festival e atuar ao lado de outros musicistas. Na cidade-luz há uma maior receptividade aos jazzistas modernos, mas aí também Davis se vicia em heroína, desde o princípio da década de 50, pois é constante seu contato com usuários e traficantes.
Neste período ele lança uma série de trabalhos frágeis, decepcionando aqueles que tinham tecido uma série de expectativas em relação ao seu talento musical. Em 1955, porém, ele dá uma guinada em sua trajetória abandonando o vício e se tornando um dos músicos contratados pela Columbia, voltando assim a brilhar no famoso Newport Jazz Festival. Ao mesmo tempo ele compõe um novo quinteto, desta vez com o célebre saxofonista John Coltrane, que antes de se desfazer lançou no mercado vários discos no fim dos anos 50.
Neste momento Davis retoma um laço antigo com o músico Gil Evans, que o acompanhou no início de sua carreira, e com ele desenvolveu várias concepções experimentais, até resgatar a velha parceria com John Coltrane na constituição, em 1958, de um novo sexteto, que também incluía Cannonball Adderley (sax-alto), Bill Evans (piano), Paul Chambers (baixo) e Philly Joe Jones (bateria).
Com este grupo Miles criou seus mais renomados trabalhos no estilo hard bop – Milestones, de 1958, e Kind of Blue, considerada sua obra-prima, de 1959. Nos anos 60 esta banda também teve fim, e esta década foi marcada por obras de natureza experimental, com Davis integrando um novo quinteto. O músico avança então para um estilo mais eletrônico, criando em 1969 o jazz-rock ao lançar Bitches Brew, primeiro disco a render mais de um milhão de cópias vendidas.
No início da década de 70 a musicalidade de Miles se popularizou, ganhando uma tonalidade mais plena de guitarras, teclados efeitos gerados no estúdio. Esta nova virada afastou o músico do gosto dos críticos de jazz. Pouco depois, em 1975, Davis surpreendeu a todos encerrando sua carreira musical, já enfraquecido pelo uso constante de drogas e álcool.
Mesmo assim, seis anos depois ele retorna, mas seguindo agora uma vertente funky pop que o celebra junto à massa e desgosta a crítica. Nos anos 80 ele realiza diversas turnês e lança vários álbuns. Miles morre aos 65 anos, em Santa Mônica, no dia 28 de setembro de 1991, vítima de uma crise de AVC, de pneumonia e insuficiência respiratória. Ele foi sepultado no Woodlawn Cemetery, no Bronx, em Nova Iorque.
Fontes: http://www.clubedejazz.com.br/ojazz/jazzista_exibir.php?jazzista_id=157 http://pt.wikipedia.org/wiki/Miles_Davis
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