Hipoglicemia é a redução dos níveis de glicose (açúcar) no sangue. Como a glicose é a principal fonte de energia do organismo, a ocorrência de hipoglicemia produz sinais e sintomas típicos, como fraqueza, sudorese, tremor e outros, que só desaparecem se o nível sanguíneo de glicose for corrigido.
Apesar de grande parte dos casos de hipoglicemia ser efeito colateral do tratamento do diabetes, ela também pode surgir em pacientes não diabéticos, embora seja mais raro.
Em pessoas saudáveis, os níveis de glicose sanguínea são mantidos mais ou menos estáveis através da ação de vários hormônios, principalmente insulina e glucagon.
Para entendermos como surge a hipoglicemia, é importante entender os mecanismos fisiológicos de controle da glicose sanguínea: quando nos alimentamos, especialmente de carboidratos, uma grande quantidade de glicose é absorvida no intestino delgado.
A glicose absorvida chega à corrente sanguínea, elevando as suas concentrações no sangue, o que provoca uma hiperglicemia transitória. Neste instante, o pâncreas aumenta a secreção de insulina, hormônio necessário para que a glicose possa penetrar nas células do organismo.
A insulina provoca a diminuição da glicemia através de duas vias principais: permite o consumo da glicose pelas células e estimula o armazenamento de glicose no fígado, na forma de glicogênio.
Por outro lado, quando permanecemos sem nos alimentar por muito tempo, a glicemia reduz progressivamente, à medida que as células vão consumindo açúcar para produzir energia. Para evitar que haja hipoglicemia, o pâncreas começa a secretar glucagon, um hormônio com ação contrária à insulina.
A ação do glucagon estimula a secreção de glicose pelo fígado, tanto pelo uso do glicogênio armazenado como pela produção de glicose no próprio fígado, um processo denominado gliconeogênese. O glucagon também é capaz de transformar as reservas de gordura corporal em glicose.
Em resumo, a insulina é o hormônio que age normalizando a glicemia quando esta está elevada (hiperglicemia), enquanto que o glucagon é o hormônio que age para normalizar a glicemia quando está baixa (hipoglicemia).
A hipoglicemia é um evento muito raro em pessoas saudáveis, uma vez que mesmo após muitas horas em jejum, o organismo é capaz de mobilizar as reservas de glicogênio e gordura para fornecer as quantidades necessárias de açúcar para o sangue.
Caso tenha reservas suficientes, uma pessoa é capaz de ficar vários dias sem comer e ainda assim não apresentar hipoglicemia. Os valores normais de glicose no sangue em jejum normalmente varia entre 70 e 100 mg/dl. Considera-se hipoglicemia níveis de glicose sanguínea abaixo de 60 mg/dl (alguns autores usam 70 mg/dl como limite).
Durante a alimentação, as taxas de açúcar no sangue podem aumentar um pouco, até que a insulina consiga a traga de volta para os níveis normais. Portanto, hiperglicemias transitórias são consideradas normais logo a seguir a alimentação. Em pessoas não diabéticas, o valor de glicemia após uma refeição (glicemia pós-prandial), geralmente não ultrapassa os 140 mg/dL.
Ao contrário da hiperglicemia, que pode ocorrer transitoriamente logo a seguir às refeições, a hipoglicemia não é um evento normal. Isso porque, normalmente, não existem situações que provoquem uma rápida queda da concentração de açúcar no sangue, o que permite que o glucagon exerça seus efeitos anti-hipoglicemiantes antes que a glicemia fique abaixo de 70 ou 60 mg/dl. Em pacientes com diabetes, a situação é bem diferente.
Em caso de suspeita de hipoglicemia, um médico (preferencialmente um endocrinologista) deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, qual é o seu diagnóstico correto, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.
Show life that you have a thousand reasons to smile
© Copyright 2024 ELIB.TIPS - All rights reserved.