A expressão ‘Tao’ tem o sentido literal de ‘o caminho’, não só no seu significado material, concreto, mas também como procedimento, condição para se atingir um fim, idéia que só pode ser captada pelos canais da intuição. Ele não indica tão somente uma jornada física e espiritual, mas se identifica com a noção de Absoluto, que por sua vez implica no conceito de dualidade, de Yin e Yang, de que tudo se constitui.
Esta lei inerente a tudo que existe é um elemento ancestral da existência, acolhido pelo Taoísmo, doutrina criada por Lao Zi, como seu alicerce principal. A razão humana não é suficiente para perceber a grandeza deste princípio, daí a necessidade de se recorrer à intuição. A fonte principal de pesquisas sobre o Tao é o Tao Te Ching, elaborado por Lao Tzu.
É difícil, principalmente para a mente lógica do Homem ocidental, compreender o Tao, embora ele seja considerado simples por seus adeptos, principalmente os orientais. Para eles, ele engloba tudo que há e o que não há, e um de seus princípios fundamentais é a espontaneidade natural, ou seja, a Virtude ou Te, que garante à Humanidade a perfeição. O Tao seria a soma das atitudes naturais existentes em todas as coisas. Tudo no mundo se resume ao que é e a sua ação, por essa razão o Tao, para ser o que é, não tem a necessidade de agir, pois tudo que já é e atua naturalmente é o Tao. Assim, ele tudo realiza sem nada fazer.
A virtude sustém tudo o que é criado pelo Tao. Esta criação nasce e flui naturalmente e atua da mesma forma. Tudo que não contrarie sua própria essência progride espontaneamente; as mudanças realizadas na forma de ser de cada um é que provocam aflição, angústia e dor. O segredo, portanto, é compreender a essência de um ser e não se voltar contra ela; desta forma é possível realizar tudo naturalmente, sem para isso empenhar muita energia.
O Homem deve aceitar os seus limites, as suas imperfeições, e não se forçar a agir fora dos parâmetros de sua forma de ser. É importante viver sem intervir na índole própria, respeitando o que está reservado para cada um no caminho a percorrer nesta existência. Este não-agir traduz a perfeita felicidade.
Destacam-se entre as lições mais importantes de Lao Tzu os princípios da não contenção – a procura das soluções pacíficas -; da não-ação – economizar energia se concentrando em fazer apenas o que é necessário, para assim alcançar todas as metas desejadas -; da não intenção – deixar as coisas fluírem espontaneamente, sem gerar expectativas de gratidão ou recompensa -; simplicidade – simplificar a vida para alcançar um maior aprazimento existencial -; sabedoria – saber distinguir os limites entre razão e intuição, para melhor compreender quando se deve utilizar os meios intuitivos para a conquista de insights; humildade – conhecer mais para reconhecer a amplitude da ignorância humana -; e dualidade – tudo que existe só tem sentido se for confrontado com seu oposto.
O taoísmo tem uma face religiosa e outra estritamente filosófica, a qual pode coexistir perfeitamente com outras doutrinas espirituais. O próprio Cristianismo tem assimilado, ao longo do tempo, vários princípios desta religião, adicionando ao seu corpo doutrinário tudo que ele considera proveitoso para seus fiéis. Ele também tem inspirado as mais variadas manifestações artísticas e culturais, desde filmes em Hollywood até obras literárias que se tornaram sucesso de vendas. Todos buscam no Tao a melhor estrada a percorrer, uma jornada melhor para se trilhar, que ilumine a existência, conferindo-lhe o sentido perdido.
Fontes http://www.taoism.net/br/articles/what_taobr.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Tao
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