Um dos animais de estimação mais conhecidos em todo o mundo, o porquinho-da-índia, também chamado no Brasil de preá, cuí ou cobaia, tem como nome científico Cavia porcellus. O gênero Cavia tem origem nas palavras savia, sawiya e sabuiáque vem do tupi e se refere à “similar ou família dos ratos” já o termo porcellus vem da junção de dois radicais, porcus = referente à porco e ellus = um sufixo que evidencia diminutivo, logo, porquinho. Apesar do nome, esse animal não é parente dos porcos e nem originário da Índia. Os porquinhos-da-índia são originários da América do Sul e esse nome tem duas explicações prováveis: porquinho pelos ruídos que eles fazem, sendo similares ao grunhido dos porcos e índia vem do fato que os europeus ao chegarem na América do Sul pensaram ter chegado nas Índias, que eles chamavam de Índias ocidentais.
Os porquinhos-da-índia foram domesticados há milhares de anos por populações sul-americanas, que os utilizavam tanto como alimentação quanto como animais de estimação. Atualmente não existem porquinhos-da-índia da espécie Cavia porcellus em ambiente natural, somente domesticados. Existem dois locais considerados mais evidentes de onde essa domesticação ocorreu: o sul do Peru e as terras altas próximas à Bogotá, na Colômbia.
Os porquinhos-da-índia são roedores sem cauda, com peso entre 700 e 1100 gramas e seu corpo é compacto e cilíndrico, com até 26 cm de comprimento. Possuem orelhas pequenas e arredondadas, em formato de pétala e assim como todos os membros da Ordem Rodentia, seus dentes crescem continuamente durante toda a vida, por isso que eles precisam roer constantemente, para desgastá-los.
Por ser um animal que já está em processo de domesticação há anos, a variedade de coloração da pelagem dos porquinhos-da-índia é imensa, devido às inúmero seleção de cruzamento que essas espécies sofreram. Podem ser encontrados exemplares tricolores (marrom, branco e preto), amarelados, completamente pretos, albinos e bicolores. Especula-se que as populações nativas de porquinhos-da-índia possuíam pelagem amarronzada, como os outros membros do gênero Cavia que existem atualmente na natureza.
Os porquinhos-da-índia são muito prolíficos, ou seja, possuem a capacidade de gerar muitos descendentes durante sua vida. Eles se reproduzem de três à quatro vezes por ano e não possuem uma época reprodutiva específica, sendo assim os filhotes podem nascer durante todo o ano. Nascem de um à oito filhotes por ninhada, com uma média de três, e a gestação dura em torno de 59-72 dias (média de 63 dias) e atingem maturidade sexual com uma média de 65 dias.
Porquinhos-da-índia são herbívoros e, em ambiente doméstico, se alimentam de legumes, grama, grãos e sementes.
Eles possuem atividade crepuscular e noturna, ou seja, estão ativos mais no fim da tarde, amanhecer e durante à noite. Quando não estão dormindo, os porquinhos-da-índia passam seu tempo comendo, exercendo a catação para limpeza corporal ou explorando o ambiente. Os grupos são formados por um macho alfa e várias fêmeas, e esses machos são bem territorialistas e não toleram outros machos perto, mesmo que sejam seus próprios filhos quando adultos. Quando ameaçados, os porquinhos-da-índia apresentam dois tipos de comportamento: imobilidade e dispersão. Ao se sentirem em perigo, os porquinhos-da-índia tendem a ficar imóveis, tentando se tornarem pouco visíveis até que a ameaça passe, já quando estão em grupos e sentem uma ameaça iminente, a tática é que cada um fuja para um lado, ou seja dispersão, no intuito de confundir o predador. Porquinhos-da-índia possuem um vasto repertório vocal, formado por guinhos, lamentos, assovios, ronronares e pios, que eles utilizam para comunicar com os outros membros do grupo.
Por serem basicamente animais domesticados, os porquinhos-da-índia da espécie Cavia porcellus não enfrentam nenhuma ameaça hoje em dia, no entanto, as espécies do gênero Cavia que ainda existem em estado selvagem na natureza, sofrem constantemente com desmatamento e ainda com a caça predatória. Inclusive, a espécie de mamífero mais ameaçada de extinção hoje em dia é o Cavia intermedia, que só existe na Ilha Moleques do Sul em Santa Catarina.
Referências
Dunnum, J. L., & Salazar‐Bravo, J. (2010). Molecular systematics, taxonomy and biogeography of the genus Cavia (Rodentia: Caviidae). Journal of Zoological Systematics and Evolutionary Research, 48(4), 376-388.
https://animaldiversity.org/accounts/Cavia_porcellus/
https://bioweb.bio/faunaweb/mammaliaweb/FichaEspecie/Cavia%20porcellus
https://www.sciencedirect.com/topics/biochemistry-genetics-and-molecular-biology/cavia-porcellus
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