Quando as correntes marinhas mais profundas e de temperatura fria ascendem para a superfície dos oceanos ocorre o fenômeno oceanográfico da ressurgência, também chamado de afloramento (upwelling em inglês).
O fenômeno da ressurgência ocorre especialmente em algumas regiões costeiras e se dá quando as águas frias e profundas (em geral, com profundidades inferiores a 200 metros) sobem para as áreas mais quentes e rasas dos oceanos.
Embora seja resultado da soma de vários fatores, o deslocamento de massas de água pelo ventos é um dos principais elementos que provoca o fenômeno da ressurgência. Vejamos:
Fitoplâncton é o conjunto de organismos aquáticos microscópicos que vivem em suspensão nas águas doces e oceânicas. Esses microrganismos, assim como as plantas das terras emersas, possuem a capacidade de realizar fotossíntese, quando submetidos à condições específicas.
Situados na base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, os fitoplânctons servem de alimento aos peixes e animais maiores, constituindo-se assim, em fundamental elemento para a manutenção da vida aquática.
Nas regiões onde o fenômeno da ressurgência ocorre, o afloramento de águas profundas cheias de fitoplâncton e outros nutrientes, propiciam significativa elevação na quantidade de peixes e outros organismos marinhos, como crustáceos, por exemplo.
As principais áreas de ressurgência costeira mundial estão situadas nas costas do Peru (América do Sul) e Califórnia (Estados Unidos – América do Norte), no litoral do continente africano: em uma área que se estende, do Marrocos ao Senegal, na região do Cabo no Oceano Atlântico e na costa da Somália no Oceano Índico, além do leste da Nova Zelândia na Oceania e o Mar Arábico no continente asiático, entre outros.
No Brasil, a área de ressurgência mais conhecida e estudada é da região de Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro. Como nas demais áreas do globo onde este fenômeno ocorre, a produtividade de pescado em ambiente de ressurgência é significativamente distinta das demais regiões do planeta. Nestes locais, uma abundância de nutrientes é disponibilizada na superfície da água possibilitando uma maior quantidade de alimento ao pescado e consequente riqueza de biodiversidade marinha.
As áreas em que o fenômeno ocorre com maior intensidade, são as da faixa litorânea ocidental dos continentes, aproximadamente, entre 10º e 30º de latitude. Não por acaso, nas áreas em que ocorre o fenômeno – embora pequenas em relação a imensidão dos oceanos – são a fonte de quase metade de todo o pescado extraído nos oceanos todos os anos.
Bibliografia:
http://www.enapet.ufsc.br/anais/estudo_preliminar_da_climatologia_da_ressurgencia_na_regiao_de_arraial_do_cabo_rj.pdf
CAMPOS, E.J.D. Estudos da circulação oceânica no Atlântico tropical e na região oeste do Atlântico subtropical sul. Tese de Livre-Docência. Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. 1995. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-261X2006000200005&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
http://cursos.unisanta.br/oceanografia/correntes_marinhas.htm
SERAFIM, Carlos Frederico Simões (coord.); CHAVES, Paulo de Tarso (org.). Geografia: o mar no espaço geográfico brasileiro. Brasília: MEC/SEB, 2006.
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