Durante a crise do Renascimento, que teve como duas de suas causas as imposições do catolicismo e divergências religiosas, surge um novo estilo artístico, Barroco, que tem como principais características: o uso de “alegorias”; frases interrogativas; ordem inversa; cultismo e conceptismo.
A primeira expressa a efemeridade e instabilidade das coisas e usa de palavras como: fumaça, vento, chama, neve, água, espuma, etc. Como pode-se ver em um trecho de um poema de Francisco Rodrigues Lobo, um dos grandes discípulos de Camões:
“Entre essas ondas claras, duvidosas, Levai ao largo mar, com turva vela, Tristes queixumes, lágrimas queixosas”
Quanto ao uso de frases interrogativas, estas são usadas para refletir a incerteza e duvida do homem barroco, como já dizia Gregorio de Matos em seus versos:
“Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se tão formosa a Luz é, por que não dura?”.
A ordem inversa, alem de tornar a frase pomposa, traduz o esquema do raciocínio do homem barroco, refletindo a falta de clareza diante das coisas e a insegurança da época e deixando os pensamentos divididos, como, por exemplo, o conflito entre corpo e alma.
O jogo de palavras e uso abusivo de metáforas e hipérboles fazem parte do cultismo e corresponde ao excesso de detalhes nas artes plásticas. Estes detalhes são explicados pela incerteza dos homens barrocos e são utilizados para demonstrar o que se passa em seu interior. As contradições que estão no íntimo de cada artista dessa época é a explicação para a minuciosidade em suas criações na tentativa de expor seus sentimentos.
“O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga que é parte, sendo o todo.” (Gregório de Matos)
O conceptismo é o jogo de conceitos e ideias, seguido por uma ordem rigorosa e uma retórica aguçada, que tem como intenção convencer e ensinar o leitor. Um fragmento do Padre Antonio Vieira exemplifica isto ao escrever “Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos”.
Bibliografia: http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco03.php
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