O Deserto do Namíbia está localizado na costa atlântica da Namíbia, no sudoeste africano, chegando a sua parte mais setentrional até o sul de Angola, e abrangendo uma área de aproximadamente 31.000 km². O tipo de solo predominante desse deserto é cascalhoso e arenoso e, na região, as médias de precipitação estão entre 15 e 100 milímetros, com temperaturas variando entre máximas de 25°C e mínimas de 10°C.
O Deserto da Namíbia desenha-se no território africano como uma longa e estreita faixa, com menos de 160 quilômetros de largura, se estendendo por 1.300 quilômetros no litoral sudoeste do continente. A precipitação direta que esse deserto recebe é muito pouca: menos de 15 milímetros por ano nas proximidades do litoral. Porém, as neblinas costeiras fornecem muito mais umidade na forma de condensação. Os sistemas de dunas desse deserto estão, em sua maioria, ativos. Isto é, não estabilizados e, portanto, em movimento. As dunas estrela, que dependem da existência de uma grande quantidade de areia e ventos fortes, constantes e que mudam de direção de quando em quando, correspondem a 10% do total. Outra presença geológica diferencial é a de yardangs de rocha arredondada, resultantes da ação do vento quando este sopra transportando agentes abrasivos como poeiras e areias. A flora local apresenta uma grande quantidade de líquens com diversificadas cores, que absorvem a umidade do ar quando as névoas costeiras adentram o deserto. Por incrível que pareça, há uma grande quantidade animais que habitam esse ambiente adverso. Citando apenas os mamíferos, podemos perceber a presença desde roedores pequeninos até os gigantescos elefantes africanos.
Acredita-se que o Deserto da Namíbia, assim como os desertos do Peru e Chile, tenha sido formado no Pleistoceno, Época do período Quaternário na escala de tempo geológico. Devido às influências de águas oceânicas frias austrais e ventos do Ártico, que teriam trazido chuvas de inverno à porção meridional da costa oeste africana, já houve uma maior abundância de vida adaptada a essas condições. Mas com o aumento da aridez climática, esse zonobioma acabou por retroceder para áreas mais ao sul da África.
Essa impressionante costa possui altíssimas dunas que margeiam as águas do Oceano Atlântico em alguns pontos, como é o caso da famosa Costa dos Esqueletos (vide Figura abaixo), que há centenas de anos aterroriza navegadores de várias partes do mundo. Essa região costuma ser coberta por uma espessa névoa, que atrapalha a visibilidade sobre o mar.
Na Costa dos Esqueletos afundaram ou encalharam muitas embarcações. Uma delas é o conhecido navio Eduard Bohlen, que juntamente às areias do deserto forma uma incrível e pouco provável paisagem (como se observa na imagem acima). Encalhado na área desde 1909, o navio está atualmente no meio do deserto, a mais de 300 metros do oceano, numa área onde evidentemente um dia o mar esteve cobrindo.
O mapa acima, elaborado por Walter H. em 1973, nos mostra o deserto da Namíbia ocupando uma faixa que não chega, como mencionado na introdução, a 160 quilômetros de largura ao longo da costa. As duas curvas de nível (contínuas) a oeste correspondem às isoietas de 500m e 1.000m acima do nível do mar, respectivamente. As partes hachuradas representam as terras altas, entre 1.500m e 2.000m acima do nível do mar. Por fim, em preto, estão representadas as áreas acima de 2.000m de altitude.
Fontes:
LUHR, James F. Earth. Londres: Dorling Kindersley Limited, 2009.
UOL Viagem. Disponível em:
Walter H., Breckle SW. (1986) The Namib Fog Desert in Southern Africa. In: Ecological Systems of the Geobiosphere. Springer, Berlin, Heidelberg. Disponível em:
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