Era dos Descobrimentos

A Era dos descobrimentos ou as Grandes Navegações da Idade Moderna foi um período da história da Península Ibérica que novos territórios e rotas marítimas são apresentados à Europa e ocorreram no final do século XIV e início do século XV. As motivações para o encontro com o desconhecido estavam ligadas à Igreja Católica, aos Reis e aos comerciantes. Inicialmente os altos preços das especiarias que vinham da Índia para Europa foi uma das principais motivações para que os burgueses investissem em uma nova forma de conseguir esses insumos. Vale salientar que as especiarias indianas não eram apenas um luxo usado pelas altas camadas da sociedade europeia, pois as especiarias tinham a função de conservar os alimentos, disfarçando os sabores apodrecidos, somente mais tarde se toraram artigos de luxo.

Os altos preços das especiarias que chagavam até Portugal e Espanha, se dava a rota que eles percorriam. Inicialmente os indianos estabeleciam comércio com os árabes da península arábica que levavam por rotas terrestres as especiarias até o Mar Mediterrâneo, onde eram comercializadas novamente. Ao chegarem nas cidades de Gênova, Veneza e Pisa, elas eram comercializadas com o restante da Europa. Quando o produto chegava a Portugal, por exemplo, os preços finais das especiarias eram muito elevados e os burgueses portugueses não tinham como tirar tanto lucro dos seus produtos orientais. Além do mais, a partir de 1453 a cidade de Constantinopla foi dominada pelos turco-otomanos que exerceram o domínio por todo o Mediterrâneo impedindo a chegada de especiarias e outros insumos para o resto da Europa.

Para os reis de Portugal e da Espanha era vantagem investir nas novas rotas, pois conseguiriam reter mais em impostos, e com os novos territórios conquistados passaram a explorar esses territórios. Vale lembrar que com a chegada dos europeus na América e na África, os reis tinham interesse direto em extrair matais preciosos, a fase do mercantilismo como ficou conhecido esse período. Com a divisão da América pelo tratado de Tordesilhas em 1494, os reis espanhóis tiveram mais sorte em encontrar metais precisos, pois a parte mais ocidental americana destinada aos espanhóis, a prata e o ouro eram conhecidas pelos indígenas daquelas regiões dando à Espanha vantagem logo no século XVI dessa exploração. Já os portugueses exploraram incialmente apenas a madeira do pau-brasil, pois os metais precisos no Brasil foram encontrados apenas no século XVIII. Já a Igreja Católica, tinha interesse em conquistar novos fieis nos territórios que foram sendo apresentados aos europeus. No século XVI, a Igreja vivia os efeitos da Reforma Protestante (1517) e como medida da Contrarreforma (1545) a Companhia de Jesus foi criada com o intuito de catequizar as novas almas encontras nos novos territórios. Vale lembrar que o etnocentrismo europeu construiu que os povos nativos da América, principalmente, não tinham fé, nem lei e nem rei, e usavam esse argumento para legitimar a sua colonização.

Todas essas precisões nas navegações fizeram que os portugueses vencessem o medo do mar. O mar por muito tempo desconhecido pelos europeus, foi preenchido pelo seu imaginário onde acreditavam que ele era povoado por seres fantásticos e monstros marinhos. O medo do mar foi um dos grandes desafios para a Era dos descobrimentos.

Os portugueses em busca de uma nova rota até as Índias, contornaram todo o continente africano, fazendo o Périplo, que iniciou no início do século XV e terminou no século XVI. No fim do século XV, em 1492 os navios espanhóis chegam à América liderados pelo navegador genovês Cristóvão Colombo (1451-1506), que morreu acreditando ter chegado nas Índias. Os portugueses no último ano do século XV, chegam ao Brasil liderados por Pedro Álvares Cabral (1467-1520). Os reinos da Península Ibérica foram os grandes responsáveis pelo fomento à Era dos Descobrimentos, juntamente com a Igreja Católica e os burgueses. Os povos nativos, denominados posteriormente de pré-colombianos descobriram as ambições dos europeus e o seu etnocentrismo, o que lhe custou milhões de vidas, estima-se que na América haviam pelo menos 57,3 milhões de indígenas que foram dizimados (reduzidos à um décimo) em um pouco menos de um século. A Era dos descobrimentos é um evento que inaugura a Idade Moderna na história europeia e coloca a América nos mapas construídos a partir de então.

Referência:

NOVAES, Adauto. A descoberta do homem e do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

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