O Estruturalismo não pode ser entendido exatamente como uma teoria sobre a sociedade nem como uma metodologia em si. O estruturalismo é, sobretudo, um ponto de vista sobre as formas possíveis de conhecer as atividades humanas. Nas Ciências Sociais, ele ganha maior relevância a partir da década de 1960, sendo as universidades francesas seu principal palco de desenvolvimento. Há no estruturalismo uma eminente intenção de reelaborar as Ciências Humanas – e reafirmar seu status científico – a partir da noção central de estrutura social. Essa noção tem por objetivo revisar os dualismos colocados pelo positivismo sociológico, retomando a unidade entre os campos do subjetivo e do objetivo, do indivíduo e da sociedade, do sujeito e do objeto de estudo.
A ideia de estrutura social, segundo Antony Giddens, segue a noção de que os contextos sociais onde praticamos nossas ações individuais não são um conjunto aleatório de eventos ou ações. Esses contextos sociais seguem padrões – ou estruturas – isso é, apresentam repetições observáveis na forma como nos relacionamos uns com os outros. Isso significa que nossos comportamentos não podem ser compreendidos sem ter em consideração a estrutura onde estão localizados. Com isso, não se quer dizer que nosso comportamento é completamente determinado por essa estrutura. A estrutura é também alterada por nós mesmo, que somos suas unidades fundamentais. Ou seja, ao mesmo tempo em que agimos sobre as estruturas, elas agem sobre nós. Nossas atividades estruturam a sociedade ao passo que a sociedade estrutura a forma como agimos no mundo. O individual está ligado ao todo coletivo e há uma estrutura que sustenta essas relações. Logo, nada – incluindo os conceitos e os fatos sociais – pode ser entendido por si mesmo se não se leva em consideração esse sistema de relações chamado estrutura social.
De certa forma, a noção de estrutura já se encontrava presente nas ideias dos três grandes clássicos da Sociologia (Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim). Entretanto, é na Antropologia, através da obra de Claude Lévis-Strauss, que o estruturalismo ganha maior força como proposta às Ciências Sociais. Inspirado pelos trabalhos de Ferdinand de Saussure no campo da Linguística, Lévis-Strauss dedicou-se a identificar elementos universais das atividades de diferentes comunidades humanas, elementos estes que se repetissem em variadas sociedades, que existissem como criadores de uma constante social. Assim como Saussure buscara a estrutura da linguagem, Lévis-Strauss se empenhava em encontrar as estruturas das organizações humanas. Ao estudar, por exemplo, os mitos e mitologias de diferentes culturas, Lévis-Strauss encontrou estruturas semelhantes em diferentes sociedades.
Outros pensadores importantes influenciados pelo estruturalismo foram Jacques Lacan, Michel Foucault, Jacques Derrida, Louis Althusser, Franz Boas e Pierre Bourdieu. Embora o conceito de estrutura social ainda seja de extrema importância para a Sociologia – e para as Ciências Humanas como um todo – o pensamento estruturalista sofreu diversas críticas nos últimos anos. Para alguns autores, ao enfatizar a estrutura, esse tipo de abordagem acaba secundarizando a análise histórica dos fenômenos sociais. Entretanto, há também uma série de filósofos recentes que procuraram radicalizar o pensamento estruturalista, fundando aquilo que conveniou-se chamar de escola pós-estruturalista, muito próxima ao pensamento pós-moderno como um todo.
Bibliografia: AQUINO, Soraya Farias. Estruturalismo e Sociologia. Revista Igapó, n.1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, 2009.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.
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