Liga das Nações ou Sociedade das Nações era o nome de uma organização internacional criada em 1919 e autodissolvida em 1946, e que tinha como objetivo reunir todas as nações da Terra e, através da mediação e arbitragem entre as mesmas em uma organização, manter a paz e a ordem no mundo inteiro, evitando assim conflitos desastrosos como o da guerra que recentemente devastara a Europa.
Instalada em janeiro de 1919, pelo Tratado de Versalhes, o mesmo que colocava termo à Primeira Guerra, sua sede era Genebra, cidade suíça. A Liga das Nações era organizada de uma maneira bem semelhante à da atual ONU, sendo composta de um Secretariado, Assembleia Geral, e um Conselho Executivo (semelhante ao Conselho de Segurança atual da ONU).
O Secretariado Permanente, era composto de um corpo de especialistas em diversos assuntos de relações internacionais e capitaneado por um Secretário Geral, como na ONU de hoje.
Já a Assembleia Geral compreendia representantes de todos os países que integravam o sistema da Liga. O órgão reunia-se anualmente, e cada um tinha direito a um voto.
No Conselho Executivo estavam as potências vitoriosas da Primeira Guerra Mundial, a saber: Grâ-Bretanha, França, Itália, Japão e mais tarde Alemanha e União Soviética. Assim como no sistema atual da ONU, membros não permanentes compunham o tal Conselho Executivo por determinado período, mediante voto, cedendo sua posição mais tarde a outro país escolhido, realizando assim um rodízio permanente.
Os Estados Unidos não participaram da Liga das Nações durante toda a existência da organização, apesar do presidente norte-americano Woodrow Wilson (de 1913 a 1921) ter alimentado fortemente a ideia de sua criação. O Congresso norte-americano, por entender que os EUA, ao aderir à Liga das Nações estaria se desviando de sua política externa tradicional, e por isso, vetou a entrada de seu país na organização.
Importante salientar que diferentemente da ONU, a Liga das Nações não dispunha de qualquer corpo militar (denominada "Força de Paz") destinado a prover e sustentar situações de paz em áreas de conflito, por isso, sua ferramenta de coerção baseava-se em sanções econômicas e militares.
Infelizmente, ante o fracasso em sua missão mais importante, a de impedir novo conflito mundial, a Liga das Nações acabou por ser dissolvida e reformada naquilo que hoje vemos como a ONU, com os princípios básicos mantidos, porém com o cuidado de evitar os equívocos que levaram à inefetividade da Liga.
Ainda importante mencionar que o Brasil foi membro fundador da Liga, tendo porém deixado a instituição em situação embaraçosa, de péssima memória para os representantes do país no exterior. Ao pleitear, durante o governo do presidente Artur Bernardes, por uma vaga permanente no Conselho Executivo (assim como o país hoje pleiteia uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU), o Brasil forçou sua admissão por meio da recusa em aceitar a entrada permanente da Alemanha para o mesmo Conselho. Todos os outros países voltaram-se contra o Brasil, o país ficou isolado dentro da organização, e logo depois, acabou por abandonar a organização, em 1926.
Bibliografia: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CentenarioIndependencia/LigaDasNacoes
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