O paracetamol é um fármaco com propriedades analgésicas e antitérmicas, sendo amplamente utilizado em diversas patologias. É um medicamento de venda livre, não precisando de prescrição médica para sua comercialização. Embora considerado seguro, o uso de forma errada pode causar malefícios, como qualquer outro medicamento.
Foi no final do século XIX que a acetanilida foi descoberta, de forma acidental, decorrente de um erro farmacêutico. Na Universidade de Estrasburgo (França), dois pesquisadores (Cahn e Hepp) tratavam de doentes com cargas parasitárias, administrando naftaleno a eles. Contudo, após um intervalo de tempo verificaram que, embora o fármaco não tivesse apresentado o efeito desejado, um dos pacientes veio a apresentar acentuada redução da temperatura corporal, e acabaram por constatar que na verdade fizeram a troca do naftaleno por acetanilida, que rapidamente foi introduzida na terapêutica, com o nome de “antifebrina”.
Com os relatos de efeitos adversos provocados pela acetanilida, como a cianose decorrente da geração de metemoglobina (forma oxidada da hemoglobina) sanguínea, estudos buscavam novos fármacos, derivados da anilina e menos tóxicos. Assim foram descobertos a fenacetina e o paracetamol, onde a fenacetina ganhou maior repercussão, por se acreditar que causava menos reações adversas. Porém, o uso indiscriminado da fenacetina trouxe como resultado sérios quadros de intoxicação crônica, descritos por anemia, metemoglobinemia, além de dano renal, que passou a ser conhecido como nefropatia analgésica.
Foi então que em meados do século XX descobriram que tanto a acetanilida, como a fenacetina geravam como metabólito ativo o paracetamol, atribuindo a este o efeito analgésico e antipirético e, que o efeito adverso caracterizado pela geração de metemoglobina seria decorrente de outro metabólito, conhecido como fenilhidroxilamina. Com esta descoberta o paracetamol foi lançado no mercado, porém, dúvidas em relação à segurança fez com que sua comercialização realmente se efetivasse a partir da década de 1970. Atualmente, é um dos analgésicos mais usados no Brasil na maioria dos países.
O paracetamol sofre absorção no trato gastrointestinal, devendo ser evitada sua administração junto a alimentos, pois pode retardar sua absorção. A ação se inicia após 30 minutos da ingestão, podendo se prolongar por 4 a 6 horas. Atravessa as barreiras hematoencefálica e placentária. É encontrado em doses pequenas no leito materno, devendo ser administrados com cautela em lactantes. A excreção se dá por via renal.
O efeito mais temido é a hepatotoxicidade, decorrente de danos gerados no fígado. Embora raro, há relatos de indivíduos que foram ao óbito por tal efeito. Também podem ocorrer reações de hipersensibilidade, tais como: erupções cutâneas, broncoespasmo, angioedema e choque anafilático. Efeitos mais raros incluem: discrasias sanguíneas, hepatite, hipoglicemia e acometimento renal.
Embora seja permitido seu uso na gestação, deve ser administrado com cautela e sempre com orientação médica.
Em alguns países da Europa é proibida a comercialização do paracetamol e, nos EUA tem seu uso restrito.
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