Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa

O PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – é uma base desenvolvida pelo Governo Federal, na qual educadores encontram referências para preparar suas aulas em todas as disciplinas e séries escolares. Aqui, a intenção é expor algumas ideias encontradas a partir da leitura do PCN no que diz respeito à Língua Portuguesa.

A linguagem e participação social têm estreita relação com o domínio da língua, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso a informações, expressa e defende seu ponto de vista, partilha e/ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Assim, um projeto educativo contribui para a formação de cidadãos. A linguagem pode estar em várias praticas sociais, e é produzida numa conversa de bar, numa lista de compras, numa carta.

A Língua evolui a cada momento histórico. A partir desta perspectiva, ela é um sistema de signos históricos e sociais que possibilita ao homem significar o mundo e a realidade. Todo texto se organiza dentro de um determinado gênero; que constitui formas diferentes de enunciados disponíveis na cultura, caracterizado por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Os gêneros dão forma ao texto e é por isso que quando um começa com “Era uma vez” não há dúvidas que aí encontra-se um conto. Diante de “Senhoras e senhores”, a expectativa é ouvir um pronunciamento. E assim por diante.

Pode-se considerar o ensino da aprendizagem em três variáveis: aluno, língua e ensino. O primeiro é o sujeito da ação; aquele que age sobre o conhecimento. O segundo elemento tem como objeto do conhecimento a LP, tal como se fala e se escreve fora da escola. E a última variável corresponde ao ensino e à prática educacional, que organiza a medição entre sujeito e objeto do conhecimento.

A importância e o valor dos usos da linguagem são determinados historicamente, segundo as demandas sociais de cada momento; atualmente existem vários níveis de leitura e escrita. Cabe, portanto, à escola viabilizar o acesso dos alunos ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Um exemplo; nas aulas de LP não se ensina a trabalhar com textos expositivos, como os utilizados na área de história, geografia, ciências. E nem nas próprias matérias tais textos são usados, pois os professores consideram que trabalhar com esses escritos, é uma atividade específica da LP. Todas as disciplinas têm a responsabilidade de ensinar e utilizar os textos de que fazem uso, mas é a LP que tem o papel de fazê-lo de modo sistemático.

No Brasil existem variedades linguísticas em decorrência de cada classe social e estados (geograficamente falando), e essa diversidade muitas vezes é sinônimo de preconceito na sociedade. Este último deve ser enfrentado na escola como parte do objeto educacional; para isso a LP deve se livrar do mito “do que é certo”, que defende que se deve transmitir a escrita sendo o espelho da fala, e com isso seria preciso consertar a fala do aluno para que ele escreva bem. Esse tipo de conduta, além de desvalorizar a forma de falar de cada estudante, denota desconhecimento que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum dos seus dialetos, por mais que eles tenham prestigio num determinado momento histórico. A questão não é falar certo ou errado, mas saber com que forma utilizar a linguagem dentro de sala de aula. Cabe à instituição educacional ensinar ao aluno a usufruir a língua oral nas diversas situações comunicativas.

Não é papel da escola, ensinar o aluno a falar, isso é aprendido pela criança muito antes da idade escolar. Expressar-se oralmente é algo que requer confiança de si mesmo. Para ocorrer a produção oral deve-se fazer o seguinte: atividades em grupo, no qual haja pesquisas e apresentação dos resultados; debates entre os alunos; oralidade de um texto criado pelo estudante e sua análise.

Durante o estágio de alfabetização, o professor deveria ensinar o sistema alfabético da escrita e algumas conversações ortográficas do Português, o que garante ao aluno ler e escrever por si só. O segundo estágio se desenvolveria em duas linhas básicas: exercícios de redação e treinos ortográficos e gramaticais. Por trás desses dois estágios está a teoria que concebe a capacidade de produzir textos pelo próprio punho. Os dois processos ocorrem de forma simultânea, um diz respeito à aprendizagem de um conhecimento de natureza notacional: a escrita alfabética. O outro se refere à aprendizagem da língua escrita.

Deve-se trabalhar a leitura em sala de aula diariamente de forma silenciosa e em voz alta, porém, alguns cuidados devem ser tomados. Antes do aluno, ou grupo, fazer a leitura para o restante da classe, esta deve ser lida com os olhos, para uma análise prévia e conclusão de possíveis dúvidas. No caso de um texto gerar mais de uma interpretação entre as pessoas, estas deverão discutir até chegarem numa interpretação coerente entre todos. O professor deve, apenas, mediar tal discussão.

O ensino da ortografia se dá em forma de ditados, redações etc. Ainda que tenha um forte apelo à memória, a aprendizagem de tal não é um processo passivo, trata-se de uma construção individual.O trabalho com a normatização deve estar contextualizado nas situações em que os alunos tenham razões para escrever corretamente, em que a legibilidade seja fundamental, por que existem, de fato, leitores para a escrita que produzem.

Diferente de outros aspectos, como a pontuação, as restrições ortográficas estão definidas basicamente no nível da palavra. A primeira ideia é que a pontuação serviria para indicar as pausas na leitura em voz alta. Aprender a pontuar é aprender a reagrupar o fluxo do texto, de forma a indicar ao leitor os sentidos propostos pelo autor, obtendo os efeitos estilísticos. O escritor indica as separações (pontuando) e sua natureza (escolhendo o sinal), e com isso, estabelece as formas de articulação entre as partes que afetam as possibilidades de sentido.

A LP deve levar em consideração os seguintes aspectos: sua utilização nas diferentes situações de comunicação de fato; as necessidades colocadas pelas situações de ensino e aprendizagem.É interessante levar os alunos para a biblioteca, para pesquisarem. Deve existir a disposição deles: textos de variados gêneros, livros dos mais diversos estilos, vídeos, jornais, revistas, recursos áudio-visual, slides, cartazes, fotografias, transparências, gravador. Este, por exemplo, é útil para revisão oral: entonação, ritmo, redundância no uso de certos termos.

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