A primatologia é o ramo da ciência que estuda os primatas. Primatologia vem da junção de dois radicais: primat = primatas e logus = estudo. Os primatas, assim como os morcegos, são mamíferos com características extremamente peculiares, por isso à essas duas linhagens, há dedicado um ramo de estudo próprio (no caso dos morcegos a Quirópterologia). O Brasil tem uma vastíssima diversidade de primatas, com mais de 120 espécies registradas, logo, é natural que por aqui tenham muitos primatólogos.
O avistamento é simplesmente procurar os primatas em vida livre. Através de trilhas existentes ou feitas para esse propósito, os primatólogos caminham, sempre olhando para as árvores, para tentar avistar algum indício da presença dos macacos.
Ao contrário da maioria dos mamíferos brasileiros, os primatas utilizam seu repertório vocal com certa frequência. Desde o gutural bugio até os estridentes e entusiasmados guigós, essas vocalizações, assim como nas aves são o principal meio de comunicação dos primatas e podem ser utilizadas tanto para defesa de território, quanto para aviso de perigo e/ou fortalecimento dos laços sociais entre os grupos. Sendo assim, ao ouvir essa vocalização os primatólogos conseguem determinar onde encontrar os macacos e quais espécies estão a emitindo. Um outro método, o do playback, consiste em utilizar uma caixa de som para reproduzir a vocalização da espécie que você deseja encontrar, fazendo com que a mesma responda ou então se aproxime para conferir quem é aquele macaco em seu território.
Em menor quantidade, uma vez que os primatas brasileiros são essencialmente arborícolas, as armadilhas fotográficas também podem ser utilizadas em estudos com primatas. Em alguns casos o pesquisador pode instalá-la em copas de árvores.
Com o avanços dos meios tecnológicos, outros métodos tem sido adaptados para o estudo dos primatas, e um deles é o uso de drones. Em florestas muito altas, caso da Mata Atlântica e da Floresta Amazônica, a visualização de animais nas copas das árvores é muito difícil, tanto pela distância quando pela quantidade de vegetação. O uso de drones auxilia o primatólogo à “enxergar” em locais que a visão não alcança e inclusive, através do uso de câmeras com sensibilidade térmica, registrar os primatas por entre a vegetação.
Não são só biólogos que se tornam primatólogos. Devido à proximidade evolutiva que os primatas tem com a linhagem humana, uma vez que nós também somos primatas, eles atraem muito a atenção de antropólogos e psicólogos, que buscam nos primatas entender aspectos humanos traçando um paralelo comportamental e evolutivo. É por essa proximidade que os primatas já foram muito utilizados em estudos experimentais, principalmente de medicamentos que depois seriam aplicados em humanos. Hoje, felizmente, esses estudos experimentais quase não existem.
Os estudos com primatas, além de trazer à tona aspectos da biologia evolutiva, inclusive relacionada à linhagem humana, nos fornece vários dados sobre processos ecológicos, uma vez que os primatas são importantes dispersores de sementes.
Se quiser saber mais sobre conservação e estudos de primatas, assista aos filmes “Na montanha dos gorilas”, “Amazônia”, “Jane – a mãe dos chimpanzés” e “Virunga”.
Referências:
Cullen, L., Rudran, R., & Valladares-Padua, C. (2004). Métodos de estudos em biologia da conservação e manejo da vida silvestre (Vol. 88). Editora UFPR.
Fortes, V. B., & Bicca-Marques, J. C. (2005). Ecologia e comportamento de primatas: métodos de estudo de campo. Caderno La Salle XI, 2(207-218).
Show life that you have a thousand reasons to smile
© Copyright 2024 ELIB.TIPS - All rights reserved.