O sindicalismo é uma corrente que defende a importância de fortalecer os sindicatos para defender a classe trabalhadora. Antes dos sindicatos, já haviam outras formas de associação entre trabalhadores de um mesmo ramo ou ofício. As sociedades de socorro e auxílio mútuo tinham por objetivo prestar assistência aos trabalhadores e suas famílias em momentos de dificuldades.
Com o avanço da Revolução Industrial e o desenvolvimento do capitalismo, grandes massas são expulsas do campo e de seus antigos empregos, compondo uma nova classe social: o proletariado. Essa classe encontra condições de vida precárias nas novas cidades e não conta com nenhum tipo de proteção no âmbito do trabalho. As fábricas do século XIX eram um ambiente terrível para os trabalhadores, que cumpriam uma jornada, em média, de 14 a 16 horas diárias a troco de um salário miserável. As condições eram insalubres, havia muitos acidentes de trabalho e era comum o uso de mão de obra infantil (a partir do 6 anos de idade) e a aplicação de punições físicas aos trabalhadores considerados menos produtivos ou indisciplinados.
Nesse contexto, os sindicatos surgem pela necessidade de conquistar melhores condições de trabalho e salários mais justos. De início, os sindicatos foram duramente reprimidos e, até as últimas décadas do século XIX, as atividades sindicais eram proibidas na maioria dos países europeus. Com o passar do tempo, os sindicatos foram se institucionalizando, virando a principal ferramenta de negociação e diálogo entre patrões e empregados. Esse processo, em muitos casos, também caminhou para uma burocratização interna dos sindicatos, com a cooptação de seus líderes e, consequentemente um afastamento das bases. Algumas lideranças deixam de representar os interesses de suas categorias e usam o sindicato para proteger interesses próprios, do Estado, de partidos políticos e, por vezes, até mesmo de seus patrões.
Historicamente, a principal ferramenta de luta do sindicalismo tem sido a greve. A interrupção momentânea do trabalho mostra a importância dos trabalhadores para a geração de riqueza – ou para o próprio funcionamento da comunidade – e é um instrumento efetivo de pressão, responsável por uma série de conquistas no campo trabalhista, das quais desfrutamos ainda hoje. O papel do sindicato em um processo mais amplo de transformação social é objeto de grande debate dentro dos movimentos socialistas como um todo. Para alguns, o sindicado têm seus limites e está fadado a conquistas pontuais quando não alinhado com uma organização maior, como um partido, que direcione suas ações. Já os defensores do sindicalismo revolucionário, defendem a importância central dos sindicatos e pregam a ação direta – como as greves e as sabotagens – para a transformação radical da sociedade rumo a ruptura com o Estado e o capitalismo.
A primeira greve registrada no Brasil aconteceu no ano de 1858 e foi organizada pelos tipógrafos, que reivindicavam um aumento salarial. Os primeiros sindicatos, formados nessa época, tinham muita influência de imigrantes europeus anarquistas e comunistas. Durante o governo Vargas, na década de 30, algumas conquistas trabalhistas foram consolidadas (como a jornada de 8 horas), mas os sindicatos foram mantidos sob controle estrito do governo. Antes do golpe civil-militar de 1964, os sindicatos passavam por intensa atividade política, mas foram interrompidos e perseguidos pelas forças conservadoras no poder. Com o processo de redemocratização, na década de 80, surge o chamado novo sindicalismo, resultado das grandes mobilizações na região do ABC paulista.
Bibliografia: BOTTOMORE, Tom (editor). Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001
HACK, César Brognoli. Discurso midiático e greve dos trabalhadores do transporte coletivo em Florianópolis no ano de 2012. Trabalho de conclusão de curso em Ciências Sociais. UFSC, 2014.
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