Aracaju, município e capital de Sergipe localizada na Região Nordeste, tem uma extensão territorial de 182,163 km². Sua população estimada em 2019, segundo o IBGE é de 657.013 habitantes, sendo a capital menos populosa do Nordeste e a trigésima terceira do país, com densidade demográfica de 3.606,73 hab/km². Quem nasce em Aracaju é chamado de aracajuano.
Logo após a ocupação portuguesa em 1500, que acirrou os conflitos com indígenas e também com invasores de outros países europeus, alguns territórios brasileiros dominados pelos colonos lusitanos encontravam-se em estado de guerra.
Naquela época, a área que corresponde hoje ao Estado de Sergipe, vivenciava uma longa disputa entre os portugueses e os autóctones nativos, onde os colonos desejavam fundar uma capitania naquele local. No lugar onde hoje se encontra o município de Aracaju, vivia o destemido e corajoso cacique Serigy que mantinha posse das margens do Rio Sergipe até o rio Vaza-Barris e demonstrava resistência frente às investidas territoriais dos invasores portugueses.
Em 1590, o colono português Cristóvão de Barros junto com seus aliados atacaram as tribos do cacique Serigy e de seu irmão Siriri, conseguindo êxito, matando-os e derrotando-os. Com a vitória e a conquista territorial, o colono fundou a cidade de São Cristóvão (antiga capital) junto à foz do Rio Sergipe e implantou o local da nova Capitania sergipana.
Aracaju se consolidou como cidade planejada no ano de 1855, por conta da decadência econômica da capital São Cristóvão que não oferecia mais condições de ser sede administrativa devido à consolidação da produção açucareira do Vale de Contiguiba. Essa mudança deveria ocorrer, pois a coroa portuguesa precisava de um porto com uma localização estratégica para transportar melhor seus produtos.
Desse modo, Aracaju, por conta de sua posição geográfica, foi elevada à categoria cidade e foi nomeada a nova capital da província. Em 1884, surge a primeira fábrica de tecidos, representando o início do desenvolvimento industrial no município. Dois anos mais tarde, em 1886, Aracaju ganha sua imprensa oficial, além de algumas linhas de barco para interligar a nova capital ao interior do Estado.
Em 1900, a cidade começa a receber pavimentação de suas estradas de terra e obras de saneamento básico. Oito anos depois é inaugurado na capital o serviço de água encanada –considerada um luxo naquela época. Em 1914, Aracaju recebe uma extensa rede de esgoto sanitário e uma estrada de ferro, para se interligar com outros municípios brasileiros.
Ao longo dos anos, a ocupação de Aracaju foi bastante dificultada por conta de suas características físicas. A cidade tinha um relevo de várzea marcado pela presença de muitas lagoas, rios e manguezais, que demandava a implantação de aterros e obras de drenagem para possibilitar a ocupação espacial do município.
Essas técnicas e engenharias montadas, contribuíram para o aumento da população entre as décadas de 1900 e 1930. Com a estrutura urbana desenvolvida, muitos sergipanos saíram da zona rural rumo à capital em busca de novas oportunidades, período marcado pelo grande índice de êxodo rural no Estado.
Na década de 1950, as áreas centrais da cidade foram totalmente ocupadas, ocasionando o crescimento da periferia da cidade para abrigar novos migrantes. Em 1965, o processo de verticalização aumenta, sobretudo no litoral da cidade, e as pessoas com menor poder aquisitivo passaram a ocupar terrenos mais distantes da área central.
Consolidada como cidade média na década de 1970, a cidade, na década seguinte passa por um novo ciclo na sua história com a ampliação das relações econômicas e sociais com o país com a chegada de bancos, shoppings centers, hipermercados e inúmeros estabelecimentos comerciais em vários bairros de Aracaju, resultando em uma grande transformação em seu espaço geográfico.
Em 2016, segundo o IBGE, o PIB de Aracaju foi de R$ 16,49 bilhões, englobando mais de 41% do Produto Interno Bruto de Sergipe.
A economia aracajuana, basicamente, é movimentada pelas atividades de comércio, prestação de serviços, industriais e pelo turismo. Em relação ao comércio, a cidade abriga muitos centros comerciais espalhados ao longo de seus bairros. Destaca-se, o comércio varejista que tem significativa participação do PIB da cidade e dos vínculos empregatícios da população.
Outra atividade bastante rentável para Aracaju, é o seu turismo impulsionado pela longa faixa litorânea – 35 km de orla – existente na cidade, que atrai investimentos e conta com muitos hotéis, bares, restaurantes e oferecimento de passeios, atraindo muitos brasileiros ao longo do ano.
Um dos principais problemas refere-se à drenagem da cidade, que conta com um relevo muito plano e uma topografia que não favorece o escoamento e a infiltração de água. Com a expansão urbana que acelerou a impermeabilização do solo, é muito comum na cidade, a ocorrência de alagamentos e inundações em diferentes regiões da capital.
Outro problema que assola Aracaju, é a questão da violência urbana. Segundo pesquisa da ONG mexicana “Securidad, Justicia y Paz”, em 2017 a capital sergipana foi eleita a 25ª cidade mais violenta do mundo e a 4ª no país, com uma taxa de homicídios de 48 mortes para cada 100 mil habitantes. Entretanto, o governo municipal nega tais estatísticas, e afirma que esses dados não são oficiais.
A mobilidade urbana é outro problema existente na capital, onde há diversos congestionamentos, sobretudo, no horário de pico em diversos pontos da cidade.
Aracaju, ao longo de sua extensão territorial, tem um relevo caracterizado por ser uma planície litorânea com a presença de áreas planas e de várzea. Por conta disso, é muito comum ver na cidade a existência de ciclovias, devida à baixa quantidade de terrenos inclinados na capital e a ocorrência de inundações, que são agravados com a impermeabilização do solo.
O tipo climático de Aracaju é o Tropical Litorâneo, caracterizado por ser quente e úmido – com a influência da Maritimidade -. A precipitação média anual é de 1.590 mm e a temperatura média é de 26 °C. O período chuvoso da capital dura entre Março e Agosto e seu período de estiagem entre Setembro e Fevereiro.
Aracaju é drenado por dois rios principais: o Rio Sergipe e o Rio Vaza-Barris. O Rio Sergipe que banha a região Leste da cidade se destaca por abrigar a Praia de 13 de julho que atrai grande parte dos turistas que visitam a capital, além de abrigar o terminal pesqueiro de Aracaju que comercializa peixes e frutos do mar. O Rio Vaza-Barris tem uma importância doméstica e agrícola, já que suas águas abastecem a cidade e contribui para a irrigação das plantações
Referências:
https://www.aracaju.se.gov.br/aracaju/aspectos_geograficos
https://www.aracaju.se.gov.br/aracaju/historia
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/se/aracaju/panorama
http://educonse.com.br/2011/cdroom/eixo%2015/PDF/Microsoft%20Word%20-%20PROCESSO%20DE%20URBANIZAcaO%20DE%20ARACAJU.pdf
http://www.abep.org.br/publicacoes/index.php/anais/article/download/2331/2285
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