Por conta de sua localização geográfica, a vegetação do Piauí possui muita diversidade em relação às suas características e aspectos físicos. Considerada como uma área de transição entre a Caatinga e a Mata dos Cocais, o Estado conta, com, pelo menos, quatro tipos de formações vegetais: Vegetação Litorânea (manguezais), Caatinga, Cerrado e a Mata dos Cocais.
Presentes no litoral piauiense, os manguezais e a vegetação litorânea, são as formações vegetais menos abundantes no Piauí. Isso é justificado pela pequena extensão do litoral do Estado que é de 66 km – o menor do país.
Esse tipo de vegetação se desenvolve em solo salino – devida à influência do mar -, e em ambientes inundados e com baixa quantidade de oxigênio. Suas formações vegetais tem características morfológicas adaptativas a esse tipo pedológico, e inclui raízes áreas, crescimento rápido das copas das árvores e espécies retentoras de água.
A presença dos manguezais atrai animais, principalmente de aves migratórias, que encontram nessas vegetações um local seguro para repor suas energias e para acasalamento. Também é comum a presença de caranguejos, camarões e muitos peixes que colaboram com a culinária marinha do Estado, e se constitui como fonte de renda para muitos trabalhadores da região.
Compondo 28,4% da vegetação do Piauí e presente em 63 municípios piauienses especializados nas regiões Sul e Sudeste do Estado, a caatinga está presente em locais que estão sob o clima Tropical Semiárido. Sua vegetação apresentam adaptações ao ambiente seco do Sertão Nordestino, com folhas grossas e pequenas e presença de espinhos em sua estrutura – para conter a perda de água pela transpiração -.
O bioma caracteriza-se pela presença de cactos, bromélias, arbustos e árvores de pequeno porte em áreas brejosas. Por conta de sua vasta riqueza natural, a Caatinga é considerada um Patrimônio Nacional brasileiro. Apesar desse reconhecimento, o bioma vem sofrendo intensa devastação no Estado, sobretudo com a ocorrência de queimadas, desmatamento e a exploração de lenha.
Ocupando uma área de 115.500 km² (47,3% da extensão territorial piauiense), o Cerrado é outro tipo de vegetação no Piauí. Espacializada nas regiões Sul e Norte do Estado. Sua formação vegetal é caracterizada pela presença de árvores de médio e pequeno porte, que em geral, possuem troncos retorcidos e cascas grossas. Em locais próximos a cursos hídricos, a fisionomia da vegetação se altera, apresentando árvores de grande porte e com folhas mais verdes.
Nos últimos anos, a área que corresponde ao Cerrado vem sendo alvo da expansão agrícola, com o MA-TO-PI-BA, sobretudo com o aumento da produção da soja e milho, que vem aumentado o PIB do Estado, que passou a exportar mais commodities.
No entanto, o aumento da exploração do bioma vem gerando o aumento da devastação do Cerrado, que hoje é considerada um hotspot (bioma com risco de extinção), por conta do crescimento do desmatamento, já que algumas áreas nativas foram convertidas em pastagens e em campos de cultivo para soja.
Situada na região Noroeste do Estado, próxima à divisa com o Maranhão, a Mata dos Cocais é considerada uma mata de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga.
Sua vegetação caracteriza-se pela presença de palmeiras, árvores estacionais semideciduais (árvores de grande porte, que perdem as folhas durante o período de estiagem) e o predomínio de carnaúba e babaçu, cujos frutos são essenciais para o sustento da população local.
Muitas famílias piauienses sobrevivem da extração do coco do babaçu e da carnaúba, e vendem para a transformação e fabricação da cera, glicerina, óleo de babaçu e diversos tipos de shampoo. Muitas mulheres que garantem seu sustento diário nessa atividade são chamadas de quebradeiras. Entretanto, o crescimento dos latifúndios, o aumento da exploração de minérios e a repressão de muitos fazendeiros e donos de grandes cultivos, vem dificultando a luta e a sobrevivência dessas trabalhadoras.
O bioma atualmente vem sendo bastante devastado por conta do desmatamento praticado para fins agropecuários e para a cultura da soja, fora o desgaste e a poluição do solo causado pelas mineradoras presentes na região.
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Referências:
https://cidadeverde.com/noticias/277706/desmatamento-do-cerrado-aumentou-9-em-um-ano-e-atinge-o-piaui
http://www.sober.org.br/palestra/12/05O265.pdf
http://bertoldi.weebly.com/uploads/4/6/8/9/46892617/mata_dos_cocais
http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2015/VI-038.pdf
http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/manguezais/atlas_dos_manguezais_do_brasil.pdf
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