Brasília

Capital federal do Brasil e também a sede do governo do Distrito Federal, a cidade de Brasília está situada na Região Centro-Oeste com extensão territorial de 5.760,783 quilômetros quadrados e uma população estimada em 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 3.015.268 habitantes, se constituindo na terceira cidade mais populosa do país. O habitante que ali nasceu é chamado de Brasiliense.

A ideia de construir Brasília

A construção de Brasília se concretizou entre os anos de 1956 e 1960 no governo de Juscelino Kubitschek. O presidente utilizou a construção da nova capital brasileira como uma propaganda nacionalista e modernista, marcado pelo slogan “governar 50 anos em 5”.

Além de idealizar a construção da capital como uma política de modernização, o presidente JK tinha os seguintes objetivos:

  • Aceleração do desenvolvimento do país promovendo a ocupação do interior do Brasil;
  • Fortalecer a industrialização na capital e nas áreas adjacentes para promover o crescimento do mercado interno.

A localização da nova capital teve os critérios geopolíticos:

  • Como o mundo havia acabado de enfrentar duas longas guerras mundiais, transferir a capital (Rio de Janeiro) para o interior aumentaria a sensação de segurança em caso de um conflito armado;
  • Transferir a capital para um lugar mais distante amenizaria as possíveis insatisfações populares;
  • E colocar a capital no centro do país, iria contribuir para o crescimento e a ocupação de cidades no interior do Brasil, que estava concentrada no litoral - leia mais sobre o povoamento e ocupação do território brasileiro.

Esplanada dos Ministérios, em construção. Foto: Arquivo Público do Distrito Federal [CC-BY-SA 3.0] / via Wikimedia Commons

A ocupação e o crescimento de Brasília

Quando foi planejada para ser construída, Brasília foi idealizada para receber 500.000 habitantes até o ano 2000.

Com a capital construída e consolidada, os setores de comércio, construção civil, serviços e industrial se expandiram na cidade, e atraíram muitos migrantes de outras regiões. Desse modo, houve um crescimento populacional acima do esperado, e prova disso foi que em seus cinco primeiros anos de existência, Brasília já havia ultrapassado a população de Goiânia – a cidade mais populosa da região na época.

Com o crescimento acima do esperado, a companhia responsável pela construção de Brasilia – a Novacap – doou lotes para a construção de novos bairros para a ocupação de hotéis, bancos e comércio. Entretanto, com o extenso adensamento da cidade, o processo de favelização se iniciou na capital, obrigando a companhia a inaugurar a primeira cidade-satélite, Taguatinga, construída com o propósito de ser um espaço para o abastecimento de mercadorias para Brasília.

Entretanto, Brasília se constituiu como uma metrópole alvo de muitos migrantes e teve um crescimento muito alto em sua população, não conseguindo oferecer mais moradias para seus novos habitantes. Desse modo, outras cidades-satélites – como Gama, Ceilândia, Sobradinho, entre outras – se consolidaram devido ao recebimento de migrantes e hoje cumprem a função de serem cidades-dormitórios, caracterizando a alta migração pendular que ocorre no Distrito Federal, ou seja, muitas pessoas trabalham na capital e apenas voltam para sua cidade-satélite no período noturno.

Decorrente a essa integração, o governo do Distrito Federal criou a RIDE - Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal – que é composta por Brasília e as regiões administrativas do DF, mais algumas cidades goianas e mineiras próximas à capital, englobando 20 municípios.

Mapa da Rede Integrada de Desenvolvimento do DF e entorno. Fonte: CODEPLAN/DF

Economia de Brasília

Segundo dados do IBGE de 2015, o PIB da capital federal foi R$ 215,6 bilhões de reais, participando de 3,6% da economia nacional. Em 2016, o PIB per capita de Brasília foi a maior entre as capitais do país estimada em R$ 79.099,77.

A cidade é um importante centro econômico do país, onde há a presença de muitas indústrias, um setor tecnológico muito forte, e a presença no setor terciário, sobretudo na área do comércio varejista. Há também muitas instituições de Ensino Superior na cidade, que atrai estudantes de todo o país.

O turismo cívico é outra atividade econômica bastante participativa do PIB da metrópole, em que os prédios que são sedes de ministérios e do governo federal são tombados como patrimônio cultural pelo IPHAN e recebem anualmente uma grande quantidade de turistas interessados em conhecer essas estruturas presentes na cidade.

O Congresso Nacional, em Brasília. Foto: Lucas Martins / InfoEscola.com

Problemas urbanos de Brasília

Brasília apesar de ter um IDH bem desenvolvido, 0,824 em 2010, possui a maior desigualdade de renda entre as capitais brasileiras, além de registrar um dos maiores índices de homicídios entre as capitais brasileiras, sobretudo em suas cidades-satélites. A capital federal é uma das cidades mais caras de se viver perdendo apenas para São Paulo e o Rio de Janeiro.

Congestionamentos quilométricos também fazem parte da realidade da capital, já que grande parte da população das cidades-satélites vão para a cidade para trabalharem, ocasionando em um intenso fluxo de trânsito em qualquer hora do dia. Serviços saturados também é uma realidade presente, já que falta vagas em creches, hospitais públicos e acesso à educação pela população mais desfavorecida.

A desigualdade social e a segregação espacial é muito presente na capital e em seu entorno, onde é comum ver a presença de prédios luxuosos ao longo da cidade e ver favelas e ocupações irregulares sem infraestrutura nas cidades-satélites vizinhas.

Aspectos físico-naturais de Brasília

Relevo de Brasília

Situado no Planalto Central, Brasília tem um relevo relativamente plano, apresentando leve ondulações em sua extensão territorial. Sua altitude varia entre 1000 e 1200 metros. O ponto mais alto da cidade é o Pico do Roncador, que tem 1341 metros, e está localizado na Serra de Sobradinho.

O clima de Brasília

O clima característico de Brasília é o clima Tropical, que é caracterizado por ser quente e úmido. Sua temperatura média é de 22°C que varia entre 13 °C e 30°C durante o ano. A média pluviométrica anual é de aproximadamente 1500 mm.

No clima da capital, existe duas estações bem definidas: verão chuvoso – altas temperaturas e ocorrência de chuvas – ocorre entre outubro e maio – e o inverno seco – temperaturas mais amenas e ausência pluviométrica -.

Hidrografia de Brasília

A cidade de Brasília é um importante divisor de águas. Sua extensão territorial é banhada por vários rios e córregos. Os principais cursos hídricos que banham a capital são: Rio Maranhão, Rio Paranoá – que abastece 30% da população brasiliense e Rio Descoberto.

Presente na paisagem da cidade, o Lago artificial conhecido como Paranoá, originado a partir do represamento do rio homônimo, foi construído para abastecer a população local. Além disso, o lugar é bastante frequentado por praticantes de esportes radicais e pescadores profissionais e tem em sua volta bares e restaurantes para os turistas que ali visitam.

Ponte Juscelino Kubitschek sobre o Lago Paranoá, em Brasília. Foto: Leo Francini / Shutterstock.com

Referências:

http://www.df.gov.br/333/

http://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/TD_13_Brasília_uma_cidade_centenária.pdf

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