A aroeira é uma árvore nativa do Brasil que pertence à família Anacardiaceae. Dentro dessa família existem algumas espécies conhecidas como aroeiras, sendo que as mais comuns são a Schinus terebinthifolius (aroeira-vermelha ou aroeira-pimenteira) e Myracrodruon urundeuva (aroeira-preta, aroeira-do-sertão ou aroeira-verdadeira).
A aroeira-vermelha é de pequeno a médio porte, alcançando geralmente entre 5 e 10 metros de altura e entre 30 e 60 centímetros de diâmetro. Seu tronco é reto ou um pouco tortuoso. A casca externa apresenta coloração marrom acinzentada, é rugosa, apresenta espessura de até 15 mm e desprende-se em placas irregulares. A casca interna é avermelhada e apresenta textura fibrosa. Suas folhas são perenes, compostas, imparipinadas, com 8 a 12 centímetros de comprimento e fortemente aromáticas.
As flores são pequenas, branco-amareladas a branco-esverdeadas. É dióica, ou seja, existem plantas que produzem flores femininas e plantas que produzem flores masculinas. A floração pode acontecer duas vezes no ano e é precoce, ocorrendo a partir do primeiro ano de vida. Os frutos são abundantes, pequenos, globosos, brilhantes e apresentam coloração vermelha bem forte ou rosa forte. Apresentam uma única semente, são comestíveis e possuem um alto teor de óleos essenciais aromáticos com sabor apimentado e levemente adocicado, que são utilizados como condimento. Os frutos são utilizados como substitutos da pimenta-do-reino.
É considerada uma espécie pioneira a secundária inicial, sendo comum na vegetação secundária e também frequente nas capoeiras das encostas, nas beiras de rios e nos campos, como invasora de áreas abandonadas. Sua madeira é resistente e moderadamente densa, possui longa durabilidade e é usada principalmente como mourões de cerca. Possui pouco valor comercial, mas produz lenha e carvão de boa qualidade, sendo muito procurada para usos domésticos, principalmente nas propriedades rurais. Quando cortada, rebrota tanto a partir do caule como a partir da raiz, desenvolvendo múltiplos troncos. Por se adaptar bem às condições adversas, pode ser utilizada na arborização de pastos para fins de sombreamento aos animais.
É encontrada nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. Ocorre de forma natural na Argentina, Paraguai, Uruguai e no Brasil nos seguintes estados: Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A espécie Myracrodruon urundeuva (aroeira-preta) é de médio a grande porte, alcançando entre 15 e 30 metros de altura de acordo com a região de ocorrência. Seu tronco é retilíneo, a casca apresenta coloração castanho-acizentada e é dividida em placas escamosas. As folhas são decíduas, compostas e imparipinadas. As flores são hermafroditas e dióicas, pequenas, de coloração creme ou púrpura. Seu fruto é uma drupa globosa de coloração castanha.
É indicada para a recuperação de solos degradados, por isso é muito utilizada na recuperação de áreas degradadas através do plantio de mudas. Sua madeira é muita densa e apresenta alta resistência ao apodrecimento e ao ataque de cupins, por isso é utilizada para construções externas como vigamentos de pontes, postes, esteios e currais. Na construção civil é usada como viga, caibro, ripa, tacos para assoalho e outros. Também é muito adequada para a produção de lenha e carvão.
Tem grande importância na medicina popular, sendo sua casca, folha e raiz usadas no preparo de chás utilizados no tratamento de doenças respiratórias e urinárias. Também é empregada no tratamento das inflamações de garganta, gengiva, pele, gastrites, úlceras, diarreia e outras enfermidades.
Ocorre na Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Está presente no continente americano desde o México até a Argentina e é encontrada em quase todo o Brasil, nas regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste, distribuída desde o estado do Ceará até o Paraná, com exceção da região Amazônica e dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Por causa de seu valor econômico, M. urundeuva foi explorada de maneira predatória e por isso faz parte da lista de espécies ameaçadas de extinção na categoria “Vulnerável”. A espécie é protegida por lei, que proíbe seu corte sem plano de manejo.
Referências Bibliográficas:
Carvalho, P. E. R. Aroeira-verdadeira: taxonomia e nomenclatura, Colombo, Embrapa Florestas, 2003. 16 p. (CT, 82).
Gomes, L. J., Silva-Mann, R., Mattos, P. P., & Rabbani, A. R. C. Pensando a biodiversidade: aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi.), editor UFS. São Cristóvão, 2013.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/plantas/aroeira/
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