Baobá

O baobá, também chamado de imbondeiro, embondeiro ou calabaceira, é uma árvore nativa do continente africano e da Austrália. Possui grande importância para os povos africanos, sendo considerado símbolo de fertilidade, fartura e cura. Existem muitas lendas e mitos sobre o baobá, evidenciando sua importância tanto para a cultura africana como para a cultura afro-brasileira.

Existem oito espécies de baobás, todas pertencentes ao gênero Andansonia e família Bombacaceae, sendo que sete estão presentes no continente africano e uma é endêmica da Austrália. Das espécies presentes no continente africano, seis têm distribuição natural restrita à ilha de Madagáscar. Mas essas espécies estão presentes também em outros países, inclusive no Brasil, onde ocorre a espécie Adansonia digitata.

Essas árvores podem alcançar 30 metros de altura e mais de dez metros de circunferência. São capazes de viver por séculos ou milênios, por isso são consideradas verdadeiras ancestrais vivas. Apresentam folhas caducas que caem durante a estação seca, mas se as condições de umidade forem favoráveis, as folhas continuam na árvore durante o ano inteiro. Folhas novas e frescas são ricas em vitaminas e podem ser cortadas em pequenos pedaços e cozidas em molho. As folhas secas podem ser moídas e usadas em sopas e molhos e também no tratamento de doenças como diarreia, doenças urinárias e no combate da febre.

Baobás da espécie Adansonia grandidieri, em Madagascar, África. Foto: Bernard Gagnon / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0

O baobá floresce uma vez por ano. As flores são grandes e solitárias e ficam de cabeça para baixo antes de secarem e caírem no chão. É pendular branca e pode apresentar um leve tom de lilás. Abrem durante a noite, exalando um cheiro que atrai morcegos para a polinização. Também exalam um cheiro azedo que atrai moscas e mariposas noturnas polinizadoras. O fruto do baobá é chamado de mukua e é rico em vitaminas e minerais, é adocicado com uma ligeira acidez e possui um miolo seco comestível. A polpa é usada para fazer mingau, pirão, engrossar caldos, entre outros alimentos.

As sementes do baobá podem ser comidas cruas como castanhas ou podem ser torradas. Podem também ser moídas e usadas no preparo de sopas. A casca da raiz do baobá é utilizada na medicina tradicional africana para tratar a febre. A casca da árvore também possui propriedades medicinais e suas fibras são amplamente utilizadas para fazer fios, cordas, cordas para instrumentos musicais, linhas de pesca, cestas, redes e armadilhas. A madeira do baobá pode ser usada na construção de bancos, cadeiras, mesas, canoas e carros alegóricos.

O tronco do baobá é uma importante fonte de água, podendo armazenar até 120 mil litros de água. Em algumas regiões, como na Angola e Moçambique, os troncos são escavados e utilizados como cisternas comunitárias. Na Tanzânia o tronco oco é utilizado como banheiro. Na África do Sul, na fazenda Sunland, existe um bar dentro de uma árvore de baobá, que possui o tronco oco, mas as paredes são espessas o suficiente para suportar o tamanho da árvore. Em média, a fazenda recebe cerca de 5.000 visitantes por ano de todas as partes do mundo para conhecer esse incrível baobá.

Acredita-se que o baobá chegou ao Brasil no início da colonização. Ele pode ser encontrado nos seguintes estados do país: Alagoas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Pernambuco, estado que concentra o maior número de baobás catalogados, com mais de 150 exemplares.

Recentemente novas árvores de baobás de diversos tamanhos e idades foram registradas no Distrito Federal, São Paulo, Paraná, Maranhão, Piauí, Minas Gerais e Paraíba. Na cidade de Mossoró (RN) todos os anos acontece a “louvação a baobá”, uma mobilização realizada pelos ativistas negros da cidade. Em Fortaleza (CE) todos os anos ocorre um evento em torno do baobá em celebração ao Dia da Consciência Negra. A programação inclui palestras, oficinas, danças de oferendas e abraço em torno da árvore.

Referências Bibliográficas:

Adansonia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 21 abr. 2022.

Pereira, R. P. O jogo africano mancala e o ensino de matemática em face da Lei 10.639/03. 2011. 156f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza-CE, 2011.

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