Jequitibá

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Os jequitibás são árvores de grande porte nativas do Brasil e estão entre as mais conhecidas e antigas árvores do país. Pertencem ao gênero Cariniana e à família Lecythidaceae. A palavra “jequitibá” é originaria do tupi e significa “gigante da floresta”. Existem algumas variedades de jequitibás, sendo que os mais comuns são jequitibá-rosa e o jequitibá-branco.

A Cariniana legalis (jequitibá-rosa) é conhecida como uma das gigantes da Mata Atlântica. Geralmente atinge entre 30 e 50 metros de altura e entre 70 e 100 centímetros de diâmetro. Seu tronco é reto e cilíndrico e sua casca externa apresenta coloração marrom-escura a parda, é rugosa, rígida e tem espessura de até 50 milímetros. Apresenta copa ampla e frondosa e suas folhas são alternas, de formato ovado-oblongas a elípticas.

É longeva, com indivíduos que podem viver mais de 500 anos. Suas flores apresentam coloração amarelo-pálido a creme, possuem entre 5 e 6 milímetros de comprimento e são hermafroditas. O fruto é um pixídio do tipo cápsula, alongado e lenhoso com abertura integral. Quando estão maduros, os frutos soltam uma espécie de tampa e liberam as sementes. Em cada fruto geralmente encontram-se entre 10 e 15 sementes.

Jequitibá-rosa

O jequitibá-rosa é uma árvore perenifólia a semicaducifólia. É do tipo secundária tardia e ocorre essencialmente na floresta, sendo encontrada nas baixadas e encostas úmidas formando pequenos grupos. Geralmente não ocorre em pastagens ou em outras áreas abertas. Habita o estrato superior da floresta e ocorre nos subtipos Floresta Ombrófila Densa, formação Baixo-Montana e Submontana e Floresta Estacional Semidecidual. É endêmica do Brasil e distribui-se pelos estados do Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Sua madeira é moderadamente densa, leve, com alburno de coloração bege-claro, pouco diferenciado do cerne, que geralmente apresenta coloração róseo-acastanhado ou bege-rosado. É utilizada para a confecção de saltos para sapatos, mobiliário em geral, artigos escolares, fósforos, brinquedos, compensados, cabos de vassoura, acabamentos internos, celulose, entre outros produtos. A casca da árvore é usada na medicina popular para o tratamento de inflamações da garganta e das mucosas, amigdalites e faringites.

Jequitibá-branco

O jequitibá-branco (Cariniana estrellensis) tem entre 15 e 35 metros de altura (podendo atingir 50 metros) e 80 a 50 centímetros de diâmetro. Seu tronco é reto e cilíndrico e sua casca apresenta coloração cinza-clara a marrom-escura, com espessura de até 20 milímetros. É semidecídua e suas folhas são simples e alternas com borda serrada.

As flores são pequenas de cor branco-creme. O fruto é um pixídio fibroso de cor parda, com abertura circular denticulada e fechada com um opérculo cilíndrico. Em cada fruto são encontradas entre 20 e 35 sementes. Os frutos são procurados principalmente por macacos que retiram o opérculo (tampa) e liberam as sementes que são dispersadas pelo vento. Por isso esse fruto é popularmente conhecido como “pito de macaco”.

C. estrellensis é do tipo secundária tardia ou clímax, é encontrada naturalmente na Floresta Amazônica, ocupando os estratos arbóreos, na Mata Atlântica, nas formações das Terras Baixas e Submontana, na Floresta de Tabuleiro (ES) e na Floresta Estacional Semidecidual. É encontrada nos seguintes estados: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerias, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Distrito Federal.

Sua madeira é moderadamente densa, o alburno apresenta coloração branca-encardida e o cerne é levemente rosado. Apresenta qualidade inferior a da madeira do jequitibá-rosa, mas mesmo assim é utilizada para a confecção de móveis, madeira compensada, saltos para sapatos, caibros, ripas, cabos de ferramentas, fósforos, celulose e outros produtos. Essa espécie também apresenta propriedades medicinais, sendo sua casca utilizada no preparo de chás.

Cariniana legalis e Cariniana estrellensis estão ameaçadas de extinção. A primeira é classificada como “Vulnerável” segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), já a segunda está na lista de espécies ameaçadas do IBAMA, também classificada como “Vulnerável”. A perda de habitat e a exploração desordenada sem plantio de reposição são as principais ameaças que afetam essas espécies.

Referências Bibliográficas:

Carvalho, P. E. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília, DF: Embrapa Informações Tecnológicas; Colombo, Embrapa Florestas, 2003. p.719-725.

Pereira, M. et al. Gigantes do bosque: árvores do parque municipal do Morro de São Bento. Ribeirão Preto – SP, 2018.

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