Pinus é o maior gênero existente de coníferas, com mais de 100 espécies nativas do hemisfério norte que fazem parte da família Pinaceae. No Brasil, espécies de Pinus vêm sendo plantadas há mais de um século, sendo que a primeira, Pinus canariensis, foi introduzida em 1880 no Rio Grande do Sul. Mas somente a partir dos anos 1960, com a criação da lei de incentivos fiscais, é que a introdução de pínus aconteceu de maneira mais intensa. O objetivo era solucionar o problema da escassez de matéria-prima para a indústria madeireira. Nesse período extensas áreas de pínus foram plantadas nas regiões Sul e Sudeste do país, com destaque para as espécies Pinus elliottii e P. taeda, mas várias outras espécies foram plantadas.
Nos últimos anos, o consumo oriundo de florestas plantadas cresceu significativamente por causa das restrições impostas sobre a exploração das matas nativas, que eram utilizadas de maneira intensa para a obtenção de madeira. Nesse sentido, em um primeiro momento o plantio de pínus no Brasil foi utilizado para substituir a araucária, espécie nativa do Sul do país que foi explorada de maneira desordenada e teve suas reservas naturais comprometidas.
Não só no Brasil, mas em todo mundo, as espécies de pínus são plantadas e valorizadas por apresentarem as seguintes características: crescimento rápido, reprodução intensa, fácil manejo, valor ornamental para arborização e paisagismo, madeira de fibra longa, apropriada para a fabricação de papel de alta resistência, possibilidade da extração de resina em algumas espécies, possibilidade de plantio em uma ampla variedade de solos.
Pinus taeda, conhecido como pinheiro-amarelo, ocorre naturalmente nas regiões Sul e Sudeste dos Estados Unidos. É a espécie mais plantada e utilizada em reflorestamentos na região Sul do Brasil, principalmente nos estados do Paraná e Santa Catarina. É a principal matéria-prima para a produção de polpa celulósica de fibra longa, destinada principalmente ao segmento de embalagens. Mas essa espécie também é utilizada na construção civil e para a produção de papel, madeira serrada e móveis.
A altura média das árvores de P. taeda é de 25 a 35 metros. Essa espécie se desenvolve bem em regiões de clima frio e úmido. Sua maior utilização se deve à sua facilidade para colonizar áreas abertas quando as condições são favoráveis, ao seu alto potencial de crescimento, adaptação às condições adversas do clima e pelas características específicas de sua madeira.
Pinus elliottii também ocorre naturalmente no Sul e Sudeste dos Estados Unidos e é amplamente plantada nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Possui alta capacidade de se desenvolver em solos úmidos. Nos Estados Unidos é utilizada na fabricação de celulose e papel, mas o mesmo não ocorre no Brasil. Por causa do alto teor de resina presente em sua madeira, seria necessário um processo industrial adicional para separar esse componente da matéria-prima. Por isso, sua utilização no país se restringe à produção de madeira para processamento mecânico e a extração de resina, que é realizada em árvores em pé. A resina é amplamente utilizada na indústria química para a produção de tintas, vernizes, cola para papel, solventes, perfumarias e outros produtos.
Outra espécie de pínus plantada no Brasil é Pinus Caribea, que pode alcançar 45 metros de altura. Seu plantio é recomendado em toda a região tropical brasileira, exceto no semiárido. Possui três variedades, sendo que Pinus caribaea var. hondurensis é uma das mais plantadas desde a Amazônia até a região Sudeste do país. É útil para a extração de resina e sua madeira é muito utilizada para processamento mecânico. Pinus patula, espécie de origem mexicana, apresenta bom desenvolvimento em regiões de grande altitude, como nos pontos mais altos do sul de Minas Gerais e no planalto catarinense. Sua madeira é útil para processamento mecânico e na fabricação de papel e celulose.
O plantio de pinus representa um importante setor econômico no Brasil. Nos últimos anos os estados que apresentaram maiores extensões plantadas foram Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Referências Bibliográficas:
Shimizu, J. Y. Pínus na silvicultura brasileira Colombo: Embrapa Florestas, 2008. p.75-109.
Kronka, F. J. do N. et alli. A cultura do Pinus no Brasil, 2005.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/plantas/pinus/
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