A Usina Hidrelétrica de Belo Monte está localizada no sudoeste do estado do Pará, na bacia hidrográfica do rio Xingu, e abrange os municípios de Altamira, Vitória do Xingu e Senador José Porfírio. A ideia de construção da usina remonta de 1975, com o início dos Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu, desenvolvidos pela Eletronorte. Os anos que se seguiram foram marcados por muitas controvérsias, conflitos, concessões e suspensões dos estudos para a construção da UHE de Belo Monte.
Em 2009 o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impactos Ambientais (EIA-RIMA) de Belo Monte foram finalizados e em 2011 as obras foram iniciadas. Em 2016 a usina começou a funcionar parcialmente com a liberação das Unidades Geradoras 01 das Casas de Força Principal e Complementar. Seguiram em fase de montagem as outras unidades geradoras que foram concluídas e acionadas gradativamente. Em 2019 entrou em operação comercial a Unidade Geradora 18 da Casa de Força Principal. Hoje a usina é composta pela Casa de Força Principal (UHE Belo Monte), que possui 18 unidades geradoras, e pela Casa de Força Complementar (UHE Pimental), com seis unidades geradoras.
Com capacidade instalada de 11.233,1 megawatts (MW) de potência e geração média anual de 4.571 MW, a UHE Belo Monte é a maior usina hidrelétrica 100% brasileira. Conta com dois reservatórios, o principal está localizado na própria calha do rio Xingu. Esse reservatório atinge os municípios de Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo. O segundo reservatório é o Intermediário, que está localizado entre os braços da Volta Grande, no município de Vitória do Xingu. Os dois reservatórios possuem área total de 478 km². A energia gerada pela UHE Belo Monte é destinada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de cinco linhas de transmissão. Essa energia é comercializada da seguinte forma: 70% no mercado regulado para 17 estados, 10% para autoprodutores e 20% para o mercado livre.
Desde a sua idealização, o projeto e a construção da UHE Belo Monte são marcados por protestos, controvérsias e conflitos, sendo que em várias ocasiões as obras e o funcionamento da usina foram suspensos. O projeto sempre foi alvo de forte oposição por parte de grupos organizadores, como indígenas, ribeirinhos e ambientalistas. Em 1989, em Altamira, foi realizado o 1º Encontro de Povos Indígenas do Xingu, um evento organizado por lideranças indígenas e outros grupos contrários à construção da Belo Monte. Esse encontro contou com a presença intensa da mídia nacional e estrangeira.
Os questionamentos e protestos em torno da construção da usina estão relacionados aos impactos ambientais e sociais negativos causados por ela e também sobre o EIA/RIMA, que não conseguiu tratar de maneira adequada todos os problemas causados pelo empreendimento. A usina desviou grande parte da vazão hídrica do rio Xingu para o reservatório, causou a mortalidade de toneladas de peixes, inundou grandes áreas de floresta nativa, causando impactos desastrosos à fauna e flora da região, contribuiu para o desmatamento de terras indígenas protegidas, causou mudanças drásticas nos traços culturais de muitos povos indígenas e causou diminuição dos níveis da água em alguns trechos do rio. Ribeirinhos e indígenas relatam que não é mais possível sobreviver da pesca na região. Além disso, milhares de pessoas tiveram que sair de suas moradias e muitas não foram indenizadas. Também houve um aumento considerável dos casos de violência na região de Altamira.
Com relação aos impactos positivos, os principais aspectos apontados são:
Referências Bibliográficas:
Freire, L. M. Lima, J. S. Silva, E. V. Belo Monte: fatos e impactos envolvidos na implantação da usina hidrelétrica na região Amazônica Paraense. Sociedade e Natureza, Uberlândia, v.30, n.3, 2018.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/usina-hidreletrica-de-belo-monte/
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