O ataque japonês a Pearl Harbor marcou definitivamente a participação do Japão e dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Em 7 de dezembro de 1941, no início da manhã os japoneses bombardearam a base norte americana de Pearl Harbor, no Havaí. Foi um acontecimento sangrento e violento, ocasionando na morte de mais de dois mil americanos e mais de mil feridos, além de navios destruídos.
O ataque foi fundamental para que o Japão entrasse na guerra e ocasionou, poucos dias depois, na declaração de guerra aos Estados Unidos por parte da Alemanha e da Itália. Assim, o conflito até então localizado no continente europeu vira mundial.
O acontecimento de 1941 surpreendeu os americanos. O momento era de expansão no Império Japonês, tanto economicamente como militarmente e politicamente. Foi uma corrida na tentativa de alcançar as potências europeias e os Estados Unidos. Essa corrida se deu por meio de estratégias para extensão de território e para o controle e acesso a recursos naturais. Por conta disso o Japão passou a conflitar com países vizinhos, como a China.
Outros países como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e os Países Baixos também tinham interesse territoriais na mesma região – sudeste da Ásia – e não concordaram com os ataques japoneses à China. A Liga das Nações buscou soluções diplomáticas, pressionando o Japão, também membro da Liga. Esses embates por territórios e recursos fez com que o Japão se retirasse da Liga das Nações. Em 1939 os Estados Unidos romperam o tratado comercial com o Japão. Foram pontos decisivos para que este assinasse um tratado de cooperação com a Alemanha Nazista. Finalmente, em 1940, o Pacto Tripartite é assinado e Japão, Alemanha e Itália passam a compor o Eixo, fazendo com que países como os Estados Unidos criasse embargos contra as importações japonesas.
O fechamento do Canal do Panamá para navegações japonesas foi outra importante ação que desencadeou mais conflitos, pois interferia diretamente na economia japonesa. Em 1941, ano do ataque, o Japão avança para o norte da Indochina – Vietnã, Laos, Camboja – explorando o local. Em resposta ao avanço do inimigo japonês, Estados Unidos congelou todos os bens japoneses que estavam nos EUA e embargou as importações de petróleo.
Mesmo com tentativas de resolução diplomática, EUA e Reino Unido agem de forma firme e decisiva, solicitando a saída imediata do Japão da China e dos territórios próximos. Cabia ao Japão escolher aceitar os termos ou insistir em continuar sua expansão.
Mesmo com uma preparação prévia por parte dos Estados Unidos, que tinham inteligência e tecnologia para antecipar o ataque, foram pegos de surpresa. Os japoneses, entendendo o pedido de saída dos territórios como uma atitude agressiva por parte dos EUA, além dos embargos ao petróleo que muito atingiram o Japão, passaram um bom tempo em negociações do Roosvelt. Enquanto isso, os japoneses planejavam o ataque.
A ação do Japão envolveu bastante astúcia e inteligência. Ao mesmo tempo que enviava representantes pacifistas para negociações com o governo norte-americano, planejava a guerra. Assim, o plano de ataque à Pearl Harbor já tinha mais de um ano.
Após o ataque em dezembro de 1941, os japoneses controlaram por meses a metade do pacífico e no ano seguinte já ocupavam os territórios da Tailândia, Hong Kong, Malásia, Indonésia, Birmânia e Filipinas.
O ataque a Pearl Harbor marcou a entrada de Estados Unidos e Japão, a formação do Pacto Tripartite e as disputas territoriais, políticas e econômicas por nações do mundo, e com isso mostrou o poder violento e a capacidade de utilização de inteligência para ataques e contra-ataques.
Referência:
FERRO, Marc. História da Segunda Guerra Mundial. Editora Ática: São Paulo, 1995.
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