O Reino do Camboja (Preăh Réachéanachâk Kâmpŭchéa, em khmer) é um país independente localizado a sudeste da Ásia, cuja capital é Phnom Penh. Sua área total é de cerca de 181.035 km², um pouco menor que o estado do Paraná. A população do país é de cerca de 15 milhões, na maioria seguidores do budismo. A língua oficial é o khmer, e a moeda corrente é o riel. O Camboja possui fronteiras com a Tailândia a oeste e norte; o Laos, ao norte; o Vietnã a leste e sudeste, e o Golfo da Tailândia a sudoeste.
Entre 900 e 1200 d.C., o Reino Khmer de Angkor produziu algumas das mais magníficas obras arquitetônicas do mundo. Durante o século XV, Angkor é abandonada após ataques siameses. A grande cidade e templos ficaram encobertos pela floresta até o final do século XIX, quando arqueólogos franceses começaram um longo processo de restauração.
Em meados do século XIX, o país estava à beira da dissolução. Depois de repetidos pedidos de auxílio aos franceses, um protetorado foi criado em 1863. Em 1884, o Camboja torna-se uma colônia, parte da União da Indochina, junto a Annam, Tonkin, Cochin-China, e Laos.
A independência veio a 9 de novembro de 1953. Em meados dos anos 1960, o leste do país servia como base para o exército norte-vietnamita, em guerra com os Estados Unidos. Estes começam uma série de ataques aéreos contra bases no interior do Camboja.
Em março de 1970, o general Lon Nol depõe o príncipe Sihanouk, abolindo a monarquia. Ao mesmo tempo, as forças opositoras do Khmer Vermelho (comunistas) tornam-se mais fortes e independentes de seus patronos vietnamitas. Em 1974, estes reduzem o controle de Lon Nol a pequenos enclaves em torno das cidades e Phnom Penh se rende a 17 de abril de 1975.
O Khmer Vermelho logo transformou o Camboja (rebatizado de Kampuchea Democrático (DK)) em uma terra de horror. O novo regime ordenou a evacuação de todas as cidades, e o envio de toda a população urbana para o campo para lavrar a terra. Pol Pot, ou "irmão número um", foi feito primeiro-ministro, e o príncipe Sihanouk é colocado sob prisão domiciliar. O budismo foi suprimido, a agricultura foi coletivizada, a indústria foi abandonada ou colocado sob controle do Estado. O Camboja aboliu a moeda e o sistema bancário. Centros de tortura foram estabelecidos, e registros detalhados foram mantidos dos assassinados. Execuções públicas daqueles considerados não confiáveis ou com ligações ao governo anterior eram comuns. Poucos conseguiram escapar das patrulhas militares e fugir do país.
As relações do Kampuchea Democrático com o Vietnã e a Tailândia pioram rapidamente como resultado de conflitos de fronteiras e diferenças ideológicas, e as forças vietnamitas invadem o Camboja. A 10 de janeiro de 1979 os vietnamitas instalam Heng Samrin como chefe de estado da nova República Popular de Kampuchea (PRK).
As últimas tropas vietnamitas deixam o Camboja em setembro de 1989. De 30 de julho a 30 de agosto de 1989, representantes de 18 países, quatro partidos cambojanos, e o Secretário Geral da ONU reuniram-se em Paris, em um esforço para negociar uma solução para o futuro pós-ocupação. O príncipe Sihanouk volta a Phnom Penh em novembro de 1991, para iniciar o processo de paz no Camboja. Eleições são realizadas e nova constituição é promulgada em setembro de 1993, estabelecendo uma democracia multipartidária liberal no âmbito de uma monarquia constitucional.
Em 1997, a maioria dos combatentes restantes do Khmer Vermelho aceitam a anistia do governo e depõem as armas, pondo fim a quase três décadas de guerra. Em 4 de outubro de 2004, a Assembleia Nacional do Camboja ratifica um acordo com a Organização das Nações Unidas sobre o estabelecimento de um tribunal para julgar líderes responsáveis pelas atrocidades cometidas pelo Khmer Vermelho. Mais quatro ex-líderes do Khmer Vermelho estão sendo julgados, e duas novas investigações estão em andamento. Países doadores forneceram mais de US $ 100 milhões a data em apoio ao tribunal.
Bibliografia: Cambodia profile (em inglês). Disponível em:
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