É conhecida como Cáucaso a área geográfica que divide a Europa Oriental e a Ásia Ocidental, e que toma emprestado seu nome à cordilheira que ocupa boa parte da região. A cordilheira vai desde as margens do Mar Negro até a costa do Mar Cáspio, ou seja, de um lado ao outro da região. Ali vivem cerca de 21 milhões de indivíduos, distribuídos entre três países independentes, Geórgia, Armênia e Azerbaijão, além de algumas repúblicas da Rússia (Chechênia, Inguchétia, Adiguésia, Cabárdia-Balcária, Carachai-Circássia, Ossétia do Norte, Krai de Krasnodar e Krai de Stavropol). Partes da Turquia e do Irã são por vezes consideradas como parte do Cáucaso.
Geórgia e Armênia são considerados integrantes do continente europeu, enquanto que o Azerbaijão é tradicionalmente classificado como um país asiático. Além destes estados, algumas das repúblicas russas mais problemáticas do ponto de vista político estão localizados no Cáucaso, bem como regiões separatistas de Geórgia e Azerbaijão.
Como ponto limítrofe entre Europa e Ásia, a área assume uma real importância estratégica e política, além de abrigar grandes jazidas de petróleo. Tal situação faz do Cáucaso uma região explosiva, de constantes mudanças políticas e sociais e que é alvo dos interesses dos vizinhos Irã, Turquia e Rússia, países que estão constantemente interferindo nos assuntos domésticos das nações locais.
Além dos fatores externos, a enorme diversidade encontrada no Cáucaso também não contribui muito para uma convivência pacífica, pois a área é lar de cerca de 100 etnias com seus próprios costumes e línguas, e que resulta na maior diversidade linguística no mundo.
Não bastasse tamanha pluralidade, o Cáucaso é uma área de encontro entre as religiões cristã e muçulmana (além de algumas minorias budistas) o que por si só não gera conflitos em meio aos vários povos, mas serve ao menos para criar um clima de distanciamento entre os adeptos de diferentes religiões.
Na Antiguidade clássica, várias colônias gregas estavam instaladas na região. Posteriormente, outros povos tentaram dominar a área, a custo de grande instabilidade social. O Cáucaso passou pelo domínio persa e bizantino, e no século VII Geórgia e Armênia são conquistadas pelos árabes. No século XI povos turcos oriundos da Ásia Central irão se instalar na região vizinha da península da Anatólia, e iniciam uma disputa que perdura por vários séculos. No século XIX a Rússia começa uma expansão pelo Cáucaso, e o seu sucessor, a União Soviética, inicia um processo de unificação dos diferentes povos locais sob a cultura predominante russa.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Cáucaso foi um alvo alemão, e posteriormente, centenas de milhares de chechenos e inguches foram deportados para a Sibéria, acusados pelo então líder soviético Josef Stalin, de origem georgiana, de colaboracionismo com os invasores nazistas.
Com o fim da União Soviética, em 1991, explodem os conflitos nacionalistas, envolvendo inguches e ossetianos, ossetianos e georgianos, chechenos e russos, arménios e azeris, fundamentalistas contra as autoridades do Daguestão, e movimentos independentistas em diversas repúblicas da ex-URSS.
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Bibliografia: LEITÃO, João. Cáucaso, 100 etnias para 21 milhões de habitantes, a maior densidade etnolinguística do mundo. Disponível em
A Região do Cáucaso. Disponível em
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