Cerco a Leningrado

O cerco militar a cidade de Leningrado (hoje São Petersburgo) na então União Soviética (hoje Rússia) foi uma ação das tropas Nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, que durou de 8 de setembro de 1941 a 27 de janeiro de 1944, sendo um dos eventos mais violentos do período. Envolveu duas potências totalitárias. De um lado o Nazismo e sua guerra de extermínio e do outro lado o Estado Stalinista, que resistiu sacrificando boa parte de sua população para manutenção do sistema.

Avenida Moscou, em Leningrado, durante o cerco em 7/12/1941. Foto: Boris Kudoyarov / RIANOVOSTI / Via Wkimedia Commons / cc-by-sa 3.0

Este embate foi bastante violento por envolver Alemanha e União Soviética. A decisão de Stalin de resistir a qualquer preço foi decisiva para o grau de violência do combate, pois não levou em consideração a população da cidade. Ao todo foram mais de um milhão de mortos, sendo que oitocentos mil vieram a óbito por causa da fome, que foi um dos principais fatores do cerco a Leningrado.

Conquistar Leningrado foi uma tarefa importante para o exército alemão, pois entendiam que ali estava um importante berço da Revolução Comunista e aglutinava na cidade uma parte importante da produção industrial soviética. Portanto, compreendendo que o comunismo foi entendido como um inimigo a ser derrotado não se pode admitir as hipóteses falaciosas que atribuem ao nazismo um caráter socialista. Assim, com a estratégia da conquista de Leningrado em mente os alemães começaram os bombardeios na região.

Lideranças da cidade conseguiram organizar milhões de pessoas – civis, na maioria das vezes – na construção de fortificações. Ao mesmo tempo a Alemanha vai conquistando as regiões próximas, fazendo com que Leningrado ficasse isolada.

A alimentação foi constantemente reduzida e a fome era um inimigo cruel e sempre presente. Boa parte dos civis mortos faleceram devido à fome, pois o abastecimento da cidade foi interrompido. Além disso finalizou-se também o fornecimento de energia, forçando o fechamento das fábricas. Logo a energia acabou em toda a cidade.

Em 8 de setembro de 1941 Leningrado já se encontrava completamente cercada, sendo bombardeada diariamente. Para restringir ainda mais a resistência, os alemães findaram todo o acesso a alimentos e comidas. Ainda assim os russos resistiram e encontraram solução, fundamental para sua sobrevivência: conseguiu suprir necessidades básicas através do Lago Ladoga. Ainda assim, o suprimento da alimentação básica era bastante restrito.

A fome foi um dos principais obstáculos e a principal causadora de mortes, além do frio soviético difícil de driblar. Ao longo do ano de 1942 algumas operações com a intenção de tomar Leningrado foram conduzidas pelos Nazistas, mas sem sucesso. Após estas tentativas foram dois anos de cerco, mas sem grandes operações de conquista.

Ao mesmo tempo, os Nazistas tentaram sem sucesso capturar Moscou entre 1941 e 1942. Os soviéticos conseguiram manter sua capital. Os alemães foram também derrotados em Stalingrado e a União Soviética saiu favorecida após estas ações.

Em 1944 os Soviéticos reagiram e mobilizaram um grande número de homens em Leningrado. O número de mortos é bastante significativo: foram 300 mil soviéticos e 71 mil alemães.

Em 27 de janeiro de 1944 o exército alemão sai do cerco a Leningrado, deixando a cidade devastada. Muitas foram as implicações e reverberações do Cerco a Leningrado: o choque pelo número de mortos, a fome, o frio, as direções totalitárias e as condições precárias de vida são aspectos importantes a serem lembrados em meio a tantos exemplos de horrores ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial.

Referência:

VALLAUD, Pierre. O Cerco de Leningrado. São Paulo, Edtora Contexto 2012.

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