Ficou conhecida pelo nome de Enigma a máquina adotada pelas forças alemãs para codificar e decodificar mensagens secretas durante a Segunda Guerra Mundial. "Enigma" é na verdade a marca de uma das várias máquinas de cifragem desenvolvidas antes e durante a Segunda Guerra, sendo que algumas compatíveis a outras, ou seja, sua sincronia é constante.
Um total estimado de 100.000 máquinas Enigma foram produzidas. Haviam diferentes fábricas, localizadas em várias cidades da Alemanha, como a Feinmechanik für Ertel-Werk em Munique, Büromaschinenwerke Olympia, em Erfurt, Heimsoeth Chiffriermaschinengesellschaft & Rinke em Berlim, Atlas-Werke Maschinenfabrik em Bremen e Konski & Krüger, em Berlim. As máquinas que sobreviveram à guerra foram confiscadas pelas forças aliadas e acabaram por ser vendidas a outros países.
Antes do desenvolvimento da Engima, as formas mais avançadas de criptografia envolviam simples e técnicas a partir do papel e lápis. Mas os constantes erros de interpretação dos códigos criptografados em ambos os lados durante a Primeira Guerra Mundial destacaram a necessidade de um maior nível de sigilo, que trouxessem métodos mais avançados de cifrar mensagens. Em 1918, o engenheiro Arthur Scherbius patenteou uma máquina de cifragem usando rotores. A marinha alemã e chancelarias foram abordados, mas não se interessaram pela inovação. Em 1923, os direitos para as patentes foram para Chiffriermaschinen-AG, uma empresa que tinha Scherbius no conselho de administração, que passou a comercializar a máquina. Finalmente, depois várias melhorias, a Marinha alemã adotou a Engima em 1926, o Exército em 1928, e a Força Aérea em 1935. A Abwehr (o serviço de informação do exército alemão), o Sicherheitsdienst (a agência de inteligência da SS, as ferrovias, e outros departamentos governamentais também passaram a fazer uso da Enigma. Desde então e até 1939, e na verdade durante toda a guerra, sucessivos refinamentos foram introduzidos, variando de serviço para serviço, ocorrendo mudanças fundamentais do processo de funcionamento até 1945, devido aos intensos esforços, alguns bem sucedidos, de compreender o funcionamento do mecanismo da Enigma.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Enigma foi a base para outras máquinas mais sofisticadas de cifragem como o NEMA suíço, os americanos KL-7 ADONIS e até recentemente o Fialka M-125 russo. Embora muito bem desenhado, e de uma segurança inabalávelem relação à tecnologia da época, seu uso negligente pelas Forças Armadas Alemãs, além de um manual decodificador que deixava a desejar, permitiu que a inteligência inimiga desvendasse os mistérios da Enigma, dando assim um estímulo enorme à prática da inteligência criptográfica.
Leia mais:
Bibliografia: ELLIS, Claire. Exploring the Enigma (em inglês). Disponível em
REUVERS, Paul; SIMONS, Marc. Enigma Cipher Machine (em inglês). Disponível em
RIJMENANTS, Dirk. The German Enigma Cipher Machine (em inglês). Disponível em
STRIPP, Alan. How the Enigma Works (em inglês). Disponível em
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