Escala de coma de Glasgow

Para a avaliação do estado de coma e o nível de consciência de um indivíduo é utilizada a escala de coma de Glasgow. Essa escala neurológica visa obter o nível de consciência de uma pessoa de forma objetiva e confiável, podendo ser utilizado para a avaliação do coma em si ou para previsão de possíveis sequelas do paciente.

A escala de coma de Glasgow foi publicada em 1974 por professores de neurologia da University of Glasgow, como forma de avaliação da profundidade e duração clínica de inconsciência e coma de um paciente. Os pesquisadores avaliaram o estado de coma de pacientes com traumatismos cranianos considerados severos e o prognóstico médico do coma e de acordo com os dados obtidos com essas avaliações foi desenvolvido o “índice de coma” atualmente conhecido como escala de coma de Glasgow. Com o passar dos anos a medida que novos estudos foram realizados aprimorando-se a análise estatística e as análises matemáticas os métodos foram refinados e conta atualmente com uma pontuação em escala ordinal que auxilia na avaliação de tendências. A princípio era apenas uma técnica que era utilizada para facilitar a compreensão do nível de consciência dos pacientes com traumas cranianos, e mensurar as funções em pacientes acometidos do coma. Periodicamente há atualizações do método, e em 2018 ocorreu outra atualização, um estudo publicado no Journal of Neurosurgery mostrou a importância da utilização de outro fator para avaliação, a reatividade pupilar. Essa modificação foi acrescentada para a obtenção de mais informações sobre o traumatismo cranioencefálico, sendo considerada de maior precisão para a análise do estado de saúde do paciente. A última atualização foi denominada de escala de coma de Glasgow com resposta pupilar (ECG-P) .

A escala leva em consideração três fatores para a determinação da pontuação do nível de consciência que em cada um dos casos pode ser apontada através de estímulo ou espontaneamente. Os fatores que são levados em consideração são a abertura ocular, resposta verbal e melhor resposta motora. E de acordo com a última atualização feita em 2018 a reatividade pupilar, que se subtrai da pontuação obtida dos outros fatores, gerando um resultado final mais acurado.

Seguindo as orientações do método de avaliação da escala de coma de Glasgow as informações devem ser registradas para cada etapa do atendimento médico, de modo que seja possível apurar a evolução do paciente. A primeira opção dos segmentos analisados pelo médico é a resposta normal do paciente (cuja qual representa nota máxima na escala) a última opção registra a resposta de reação inexistente ou ausente (representada pela nota 1 na escala). Caso não haja resposta do paciente ao estímulo aplicado a opção deve ser registrada como ”NT” (não testável). Uma pontuação total de 8 pontos ou menos na escala de coma de Glasgow define a condição de coma ou lesão cerebral grave, no caso de indivíduos com pontuação entre 9 e 12 são classificados como portadores de “lesão moderada” e pacientes com pontuação de 13 a 15 são categorizados como portadores de “lesão leve“.

Para avaliação é importante que o responsável pela análise verifique os fatores que interferem na comunicação e a capacidade de resposta, observe a abertura ocular, o conteúdo do discurso do paciente e movimentos dos lados direito e esquerdo do corpo e estimule em tom de voz normal ou em voz alta, pressão na extremidade dos dedos, trapézio ou na incisura supraorbitária e por final pontue corretamente de acordo com a melhor resposta que foram observadas pelo analista.

Bibliografia:

MUNIZ, E. C. S. et al . Utilização da Escala de Coma de Glasgow e Escala de Coma de Jouvet para avaliação do nível de consciência. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 31, n. 2, p. 287-303, Aug. 1997 . Available from . accesso em 20 Dez. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62341997000200010

EASDALE G., JENNETT, B. Assessment of coma and impaired consciousness. A practical scale. Lancet 1974,2:81-84. PMID 4136544

https://www.glasgowcomascale.org/downloads/GCS-Assessment-Aid-Portuguese.pdf

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