A teoria da evolução proposta por Charles Darwin mostra que os organismos passam por constantes mudanças ao longo do tempo evolutivo, fazendo com novas espécies evoluam a partir de um mesmo ancestral comum. Através de muitos estudos, surgiram evidências para a teoria da evolução, baseadas em algumas semelhanças entre os seres vivos, como a mesma composição de ossos formando patas de animais terrestres, nadadeiras de mamíferos e asas de morcegos. Também existem evidências paleontológicas advindas do estudo de fósseis, e por fim evidencias a partir de órgãos e/ou estruturas vestigiais.
As estruturas vestigiais são uma versão rudimentar (ou até mesmo sem função) de uma parte do corpo, mas que apresentam funções importantes em uma espécie estritamente correlacionada, ou próxima evolutivamente. A existência destas estruturas vestigiais são evidências fortes de que a evolução ocorre nos organismos, visto que esta estrutura, hoje sem grande função aparente, pode ter sido no passado extremamente importante para os ancestrais daquela espécie. Tomamos como exemplo o que acontecem com alguns vertebrados, como os peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Algumas espécies de animais vivem em ambientes escuros, como cavernas ou no subsolo, e com o passar do tempo, estas espécies foram perdendo ou reduzindo seus olhos, por não terem mais a necessidade de enxergar nestes ambientes. Assim, essas estruturas se transformaram em olhos vestigiais. Isto aconteceu em algumas espécies de peixes cavernícolas e em espécies de anfíbios como as cecílias, conhecidas popularmente como cobra-cega. Esses animais possuem hábito escavador e fossorial, e apresentam olhos vestigiais uma vez que a visão não é mais necessária no ambiente em que vivem.
As serpentes, também chamadas popularmente de cobras e representantes do grupo dos répteis, são animais que não possuem pernas, e rastejam para se locomoverem. Apesar disso, alguns estudos feitos através da dissecação de diferentes espécies de serpentes mostram que elas possuem pequenos ossos muito semelhantes aos ossos da bacia de animais que apresentam apêndices utilizados para locomoção. Em uma perspectiva evolutiva, isso pode ter relação com a presença de apêndices nos ancestrais das serpentes atuais, e assim as cobras ainda apresentam as estruturas ósseas relacionadas à apêndices, consideradas então estruturas vestigiais.
No caso das aves, algumas espécies não apresentam o hábito de voo, como o avestruz, as emas, e o kiwi australiano. Estas aves apresentam asas de tamanho reduzido, e ineficientes para o voo, fazendo com que apenas sirvam para manter o equilíbrio durante uma corrida ou para atração sexual. Assim, perdem sua função principal e se tornam uma estrutura vestigial nestas espécies. No caso dos pinguins as asas também não apresentam função de voo, mas se tornaram importantes adaptações ao nado, e não são consideradas estruturas vestigiais.
Os seres humanos também apresentam estruturas vestigiais, como o apêndice, que é uma estrutura presente atualmente. Com o tempo essa estrutura foi perdendo sua função, conforme a alimentação dos seres humanos foi modificada. Alguns estudos sugerem que, em espécies ancestrais ao homem, o apêndice possuía função relacionada a uma dieta mais rica em vegetais. Isso pode ser explicado uma vez que o apêndice possui a função de abrigar microrganismos responsáveis pela digestão da celulose presente dos vegetais. Como a alimentação dos humanos passou a ser onívora, o apêndice perdeu sua função e passou a ser considerada uma estrutura vestigial, que ainda é presente em mamíferos herbívoros.
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Referências bibliográficas:
[1] FREEMAN, S.; HERRON, J.C. Análise evolutiva. 4ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
[2] MEYER, D.; EL-HANi, C.N. Evolução – o sentido da Biologia. São Paulo, Unesp, 2005.
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