O parasitismo é uma interação ecológica que acontece entre duas espécies, onde uma delas é o parasita, sendo caracterizado por se beneficiar da outra espécie, o hospedeiro, causando-lhe prejuízos apesar de raramente os levarem a morte diretamente. Organismos parasitas podem viver na superfície externa do hospedeiro, sendo conhecidos por ectoparasitas (do grego ectos, fora), ou no interior do corpo do hospedeiro, sendo chamados de endoparasitas (do grego endos, dentro). Dentre esses endoparasitas, existem aqueles conhecidos como parasitas protelianos.
Os parasitas protelianos são organismos que possuem em seu ciclo de vida um estágio de desenvolvimento larval, de modo que seu crescimento inicial é dependente dos nutrientes do seu hospedeiro, os tornando parasitas obrigatórios. Após essa fase de crescimento, os parasitas protelianos finalizam o seu ciclo de vida como parasitoides. Os parasitoides são organismos que de forma semelhante ao parasitismo, também dependem do seu hospedeiro para sobreviver. A diferença entre eles é que no parasitoidismo o organismo depende de seu hospedeiro durante a fase larval, matando-o após o seu crescimento e impedindo-o de atingir a fase adulta, utilizando o corpo do hospedeiro muitas vezes como recurso. Ao final do ciclo, os parasitoides então emergem como adultos de vida livre.
Os exemplos mais típicos deste tipo de parasitismo são algumas espécies de parasitoides pertencentes as ordens de insetos Hymenoptera, Diptera e Strepsiptera, além de outros insetos como o copépoda da ordem Monstrilloida. Estes organismos são geralmente holometabólicos, ou seja, possuem em seu ciclo de vida os estágios de ovo, larva, pupa e adulto, o que os pré-adaptou para esse tipo de ciclo de vida já que a sua fase larval difere da sua fase adulta. Os parasitóides pertencentes à ordem Hymenoptera e Diptera possuem importância em diversas áreas, como por exemplo, a agricultura e a medicina.
Dentro da agricultura, os parasitoides são muito utilizados no controle biológico de pragas, como por exemplo a mosca abelha fofa (um díptero da família Bombyliidae), e a vespa do gênero Trichogramma, que respectivamente são parasitas de gafanhotos e da lagarta-do-cartucho, ambos herbívoros encontrados em lavouras. Já na área da medicina existe a doença miíase, conhecida popularmente como berne ou bicheira. A miíase é uma infecção parasitária causada por larvas de diversas espécies de moscas que invadem a pele ou orifícios (como olhos, nariz e ouvidos) de animais vertebrados de sangue quente, também chamados de endotérmicos, como as aves e os mamíferos.
Além dos insetos parasitóides, existem outras espécies de organismos protelianos, como certas espécies de ácaros que parasitam outros Artrópodes. Um exemplo é o ácaro veludo da espécie Allotrombium pulvinium, que infecta pulgões em seu estágio larval. As espécies de ácaros possuem em seu ciclo de vida os estágios de ovo, larva, protoninfa, deutoninfa, chegando a fase adulta. As larvas deste ácaro são ectoparasitas, enquanto que os estágios de deutoninfa e o estágio adulto maduro são de vida livre.
Referências Bibliográficas
[1] Godfray, H. C. J. Parasitoids: behavioral and evolutionary ecology. Princeton, N.J: Princeton University Press, 1994.
[2] Neves, D. P. Parasitologia Humana. 11ª ed. São Paulo: Atheneu, 2004.
[3] Ricklefs, R.E. A Economia da Natureza. 3ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1996.
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