É conhecida como Federação do Guanais (ou ainda Revolta do Guanais ou Revolução Federalista) a revolta nativista que ocorreu em 1832 na Bahia, que tinha cunho separatista e republicano. Suas raízes podem ser localizadas na Conjuração Baiana ocorrida ainda no século XVIII e traduzem o ideal de autonomia e de estabelecimento de um regime republicano em meio à sociedade local. A partir desse movimento inicial, as mesmas ideias serão reproduzidas em outras ocasiões, inclusive na luta pela independência (a Bahia foi uma das áreas no Brasil onde houve luta armada para libertar o país), e mesmo depois da Federação do Guanais, no movimento conhecido como Sabinada.
No momento desta revolta nativista em particular, havia um clima de incerteza sobre o futuro político do Brasil, recentemente independente e que era confrontado com a abdicação de D. Pedro I.
Havia na região do recôncavo baiano o fenômeno dos conciliábulos, associações secretas cujos integrantes promoviam levantes e revoltas, que eram combatidas pela Corte com a promoção de seus integrantes a postos burocráticos em áreas mais remotas. Eis que, na Vila de São Félix, Bernardo Miguel Guanais Mineiro chefiou um violento movimento federalista que em fevereiro de 1832 chegou a estabelecer um governo provisório, inclusive adotando uma bandeira republicana, de três palas (ou faixas) branca, azul e branca. A revolta obteve um certo apoio dos proprietários de terra próximos, influenciados por um forte sentimento federalista.
Apesar do apoio, o movimento não era suficientemente forte para lidar com a resistência do poder constituído, que enviou forças sob o comando do Visconde de Pirajá para sufocar a insurreição. Com três dias de lutas, os revoltosos capitulam, e o seu líder, Guanais Mineiro é enviado prisioneiro para o Forte do Mar, um fortaleza circular erguida em uma artificial ilha de Salvador para a defesa de seu porto.
A 26 de abril de 1833, Guanais Mineiro consegue controlar a fortificação onde se encontrava prisioneiro, e a partir dali bombardeia a capital Salvador. Erguendo novamente a bandeira de três palas, o rebeldes exigem a negociação para deporem as armas, mas não obtêm sucesso. A partir daí, Guanais Mineiro é feito novamente prisioneiro e mandado para o sertão baiano, onde, em uma região mais erma, longe dos desdobramentos políticos que ocorriam na capital, termina seus dias, deixando grande descendência.
Apesar do fracasso da Federação do Guanais, ela serviria de inspiração apenas quatro anos depois para a Sabinada, movimento que resgatava seus mesmos princípios.
Fontes: CARVALHO, Emerson. Revoltas ocorridas na Bahia- 3°ano. Disponível em:
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