Força Expedicionária Brasileira

Criada em 1943, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) surge na intenção do Brasil combater juntamente com os Aliados nos campos de guerra Europeus. Após um acordo que concedia terras do nordeste brasileiro como base para os EUA, o Brasil deixa de ser neutro na Segunda Guerra Mundial e passava a preparar minimamente um efetivo de soldados para o combate. O Exército Brasileiro pouco conseguiu treinar os jovens que foram convocados para ir à guerra. A opinião brasileira da época desacreditava que o seu pequeno exército conseguiria ir de fato lutar ao novo mundo, e diz que era mais fácil fazer uma cobra fumar cachimbo do que o Brasil ir à guerra.

No dia 2 de julho de 1944, a cobra iria fumar, e foi esse o slogan da Força Expedicionária Brasileira que partia rumo a Itália, com jovens que deixaram suas vidas e futuros no Brasil. Ao todo o Brasil enviou para combater a Itália fascista de Mussolini 27 mil soldados, que se misturam com várias outras infantarias do mundo. Os EUA mandaram suas tropas segregadas entre afro-americanos e nipo-americanos comandadas por oficiais brancos, tropas coloniais Inglesas com canadenses, australianos, sul-africanos, neozelandeses, indianos e quenianos, os franceses com marroquinos, argelinos e senegaleses, havia ainda tropas de exilados como poloneses, gregos e tchecos e italianos antifascistas. O Brasil estava lutando ao lado de tropas multiétnicas e o entendimento entre todos não era fácil de ser administrado.

A primeira incursão da FEB na Itália, com a ajuda das outras tropas mencionadas acima, foi em setembro de 1944 na retomada do vale do rio Serchio, que até então estava ocupada por soldados alemães. As primeiras vitórias vieram neste mesmo mês, com a retomada das regiões de Massarosa, Camaiore e Monte Prano e na região de Gallicano-Barga, sofreu os primeiros contratempos. A primeira etapa realizada pelos brasileiros possibilitou que os aliados chegassem sem muitos esforços no centro da Itália e no mar Adriático.

Soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) chegam na Itália, em setembro de 1944. Foto: Durval Jr. / via Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0

A segunda incursão dos pracinhas brasileiros tinha como objetivo tomar Monte Castelo, foi a mais longa que a FEB já havia participado, durou de 24 novembro de 1943 a 21 de fevereiro de 1944. Por ser inverno os febianos sofreram muito com o frio da região que chegava a temperaturas de -20ºC. Os efeitos do frio foram devastadores, causando não só danos físicos como psicológicos. Mesmo com todas adversidades, os soldados brasileiros atacaram os alemães para tomar Monte Castelo, inclusive fez com que eles mudassem de estratégia após os ataques. Os objetivos foram cumpridos, e na batalha de Montese, os pracinhas brasileiros tiveram a suas maiores baixas, em março de 1945. Mesmo assim conseguiram chegar ao seu objetivo atravessando a linha inimiga em Bolonha. Nesta última etapa, os soldados da FEB conseguiram prender alguns componentes da divisão alemã e da divisão italiana, o que possibilitou que os norte-americanos dominassem a Itália mais facilmente.

Os saldos da participação da FEB na Segunda Guerra mundial revelam que foi negativa, apesar da bravura dos soldados que sobreviveram, houve muitas baixas devido ao mal preparo e investimentos do governo de Getúlio Vargas. A FEB teve mais de dois mil mortos em combates, e mais doze mil mutilados devido os combates na Itália.

No retorno para casa muitos ex-combatentes passaram por vários problemas psicológicos e financeiros, pois não se esquece uma guerra tão facilmente. A partir de 1963, foram criadas em todo o país as Associações Nacionais dos Veteranos da FEB (ANVFEB), que tinham o intuito de comemorar as vitórias, honrar os mortos, e apoiar os combatentes. Com encontros semanais os ex-combatentes debatiam assuntos pertinente as suas aposentadorias, ações de cunho social e construíam a história dos Brasileiros que foram para a Segunda Guerra Mundial.

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