Itamar Franco nasceu em um voo entre Salvador – BA e Rio de Janeiro, em 28 de junho de 1930, contudo, seu registro de nascimento constou que foi mineiro de Juiz de Fora, nascido em 1931. Em 1954, graduou-se engenheiro pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Iniciou a carreira política durante o regime militar quando ingressou no partido Movimento Democrático Brasileiro, oposição tímida e institucionalizada ao regime. Elegeu-se, nesse período, duas vezes prefeito de Juiz de Fora (1967-1971 e 1973-1974), e duas vezes senador (1974 e 1982). Após o regime militar, tornou-se vice-presidente da República durante a gestão de Fernando Collor de Mello. Em razão do impeachment de Collor da presidência, em decorrência de casos de corrupção nos quais ele havia se envolvido, Itamar Franco assumiu a presidência do país, em 29 de dezembro de 1992. Efetivamente empossado em janeiro de 1993.
Itamar Franco pretendeu estabilizar o governo presidencial por meio da realização de um pacto de governabilidade entre os mais diversos partidos políticos, principalmente, com membros do Partido Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). A busca pela coalizão pretendia a superação da crise política instalada no país, que recém-saído de um regime militar teve um governo eleito impedido de ter continuidade. E como previsto na Constituição de 1988, naquele ano de 1993 realizou-se um plebiscito que definiu a forma e sistema de governos (monarquia ou república; e parlamentarista ou presidencialista). Esse referendo, realizado em 21 de abril de 1993, decidiu pela república presidencialista.
Economicamente, o país sofria com alta taxa de inflação (por volta de 30% ao mês), tornando a vida do trabalhador ainda mais precária e inibindo os investimentos no país. Com o objetivo de sanar esse problema, foi indicado para o cargo de ministro da Fazenda o sociólogo e fundador do PSDB, Fernando Henrique Cardoso que elaborou o Plano Real. Esse plano econômico, que passou a vigorar em julho de 1994, adotou a moeda Real, equiparada ao dólar estadunidense, ou seja, um real valeria um dólar. Além da criação da moeda real, a gestão de Fernando Henrique Cardoso no ministério da Fazenda propôs a redução de gastos públicos e a realização de privatização de grandes empresas públicas como a Açominas, a Companhia Siderúrgica Nacional, e a Companhia Siderúrgica Paulista.
Dentre eventos que tiveram destaque no governo de Itamar Franco esteve o caso de corrupção de vinte e dois deputados federais que desviaram mais de cem milhões de dólares do orçamento do país, apenas seis desses deputados tiveram os mandatos cassados. Esse caso ficou conhecido como “escândalo dos anões do orçamento” devido à baixa estatura dos deputados envolvidos.
O Plano Real conteve o aumento da inflação e promoveu o crescimento do consumo. Desse modo, cresceu a popularidade de FHC, que propiciou a candidatura dele à presidência da República. Em abril de 1994, terminou o mandato de Itamar Franco, e em outubro desse mesmo ano realizaram-se eleições para presidente da República. Fernando Henrique Cardoso foi eleito no primeiro turno das eleições com mais de 54% dos votos, em segundo lugar ficou o candidato Luís Inácio Lula da Silva com 27% dos votos.
Referências:
REIS, Daniel Aarão (org.). Modernização, ditadura e democracia: 1964-2010. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
“Itamar Franco”. Disponível em: http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/presidencia/ex-presidentes/itamar-franco/biografia. Acessado em: 23 nov. 2017.
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