Nereu Oliveira Ramos foi um catarinense, nascido em 3 de setembro de 1888. Bacharelou-se em Direito, em 1909, no entanto, a primeira função que exerceu foi de jornalista, tendo fundado o jornal A República. Começou a atividade política apoiando a candidatura de Nilo Peçanha à presidência, vencida pelo o opositor Artur Bernardes, em março de 1922. Na década de 1930 começou a lecionar Direito Constitucional e Teoria do Estado na Faculdade de Direito de Santa Catarina. Nereu Ramos fez parte do quadro de deputados que elaboraram a Constituição de 1934. E foi governador do Estado de Santa Catarina por uma década (1935-1945).
Em 12 de março de 1951, Nereu Ramos tornou-se presidente da Câmara dos Deputados. E, em 1955, ocupou a vice-presidência do Senado. Devido às pressões da mídia, dos empresários e forças armadas sobre o governo de Getúlio Vargas após o atentado ao Carlos Lacerda na rua Tonelero, Café Filho, vice-presidente da República, propôs a Vargas renúncia conjunta. Caso isso se efetivasse, Nereu Ramos tornar-se-ia presidente da República.
Contudo, Getúlio Vargas não aceitou tal proposta de Café Filho, e suicidou-se em 24 de agosto de 1954. Após o suicídio de Vargas, Café Filho assumiu a presidência até o momento em que sofreu com um problema de saúde e transferiu o cargo para o presidente da Câmara dos Deputados Carlos Luz, em 8 de novembro de 1955. Carlos Luz presidiu a nação por apenas quatro dias, pois militares comandados pelo marechal Henrique Lott, no Movimento 11 de Novembro, o depuseram. Esses militares temiam que os candidatos eleitos para presidência e vice-presidência do país, respectivamente, Juscelino Kubitschek e João Goulart não seriam empossados.
Desse modo, Nereu Ramos era o próximo da linha sucessória ao cargo e tomou posse da presidência da República, em 11 de novembro de 1955. No dia seguinte, Nereu Ramos foi ao hospital e declarou a Café Filho que lhe restituiria a presidência quando o estado de saúde dele melhorasse. Porém, o ministro da Guerra Henrique Lott não permitiu que Café Filho retornasse à presidência. Assim, Nereu Ramos governou o país até a tomada de posse da presidência da República por Juscelino Kubitschek, em 31 de janeiro de 1956. Nereu Ramos assumiu o posto de ministro da Justiça do governo Kubitschek.
Referências:
FAUSTO, Boris (org.). O Brasil Republicano: economia e cultura (1930-1964). tomo 3, vol.4. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 1995. (Col. História da Civilização Brasileira).
GOMES, Angela de Castro (org.). Olhando para dentro: 1930-1964. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013. p. 229 – 274.
“Nereu Ramos” (Verbete). Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/biografias/nereu_ramos
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