Guerra de Biafra

Ficou conhecida como Guerra de Biafra ou ainda Guerra Civil Nigeriana um conflito ocorrido no sudoeste do atual território da Nigéria, entre 1967 e 1970, envolvendo este país africano e a república separatista de Biafra.

Naquele momento a Nigéria, país recentemente emancipado, lidava com dificuldades com sua herança colonial, que consistia em um território de extrema diversidade étnica, onde ficava difícil acomodar todas as etnias importantes do país no governo. Aliado a isso, a Nigéria começava a demonstrar sua crônica instabilidade política e econômica, além dos primeiros sinais de corrupção estatal, características de toda sua história independente. Esses fatores se encontraram em 1966, quando ocorre uma guerra civil pelo controle do poder central, e que envolveu dois importantes povos nigerianos: os haussas, habitantes do noroeste e os ibos, a sudoeste. Em janeiro de 1966, um grupo de oficiais, na sua maioria da etnia ibo, dão um violento golpe de estado, onde irão assassinar o primeiro-ministro Sir Abubakar Tafawa Balewa, e os governadores da região norte e oeste, Ahmadu Bello e Ladoke Akintola, respectivamente (vale explicar que a Nigéria à época era dividida em apenas três regiões, Leste, Oeste e Norte).

Seis meses depois, militares da região norte dão um contra-golpe, que foi acompanhado de manifestações populares e de perseguições contra os ibo. Contando com a riqueza das jazidas petrolíferas que haviam sido descobertas no delta do rio Níger, os líderes políticos ibo decidem em maio de 1967 por separar seu território da Nigéria, declarando a República de Biafra. Tal movimento irá naturalmente despertar uma forte reação do governo nigeriano, que decide pegar em armas para reprimir os rebeldes, dando início à Guerra de Biafra.

Oito milhões de ibos viviam em Biafra, que tinha como presidente o general Chukwuemeka Odumegwu Ojukwu, responsável pelo movimento que declarou a independência da região. O conflito irá se destacar em meio à imprensa mundial como uma das guerras mais bem documentadas, com inúmeras fotografias emblemáticas de crianças de ventre inchado pela fome, que castigou de modo trágico a região. Era esse o resultado da ação da marinha nigeriana, que fez um bloqueio à área de Biafra, impedindo o acesso a alimentos, medicamentos e armamentos. A política do governo nigeriano de contenção dos separatistas envolvia ainda a utilização das forças armadas para bombardear e matar indiscriminadamente soldados biafrenses e civis, fazendo da guerra de Biafra um conflito bastante cruento.

O desfecho da guerra se dá em 1970, e Biafra acaba sendo reincorporada à Nigéria, e os principais líderes da aventura separatista acabam perdoados, regressando aos meios militares e políticos do país.

Bibliografia: Ribeiro (?). Guerra de Biafra. Disponível em . Acesso em: 17 jul. 2012.

TEIXEIRA, A. GUERRAS ESQUECIDAS (3): A GUERRA DO BIAFRA (1967-70). Disponível em . Acesso em: 17 jul. 2012.

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