A Guerra de Inverno ou Guerra Soviético-Finlandesa foi o embate entre a URSS e a Finlândia que ocorreu em 30 de novembro de 1939, porém a sua origem está atrelada ao Pacto Molotov-Ribbentrop, assinado por alemães e soviéticos, que pregava a não-agressão e incluía a Finlândia na área de influência soviética. Assim que os alemães atacaram a Polônia, dezesseis dias depois os soviéticos usaram da sua ofensiva contra a Finlândia iniciando a Guerra.
O conflito teve início quando os soviéticos exigiram parte do território finlandês, além disso como a URSS não confiava na Alemanha, e sabia das suas relações diplomáticas com a Finlândia desde sua independência em 1917, tinha medo que o ataque germânico ocorresse por este país. Mesmo com o maior número de soldados (3 soviéticos para 1 finlandês) a União Soviética não venceu facilmente e o resultado desta ação foi misto. Mesmo conseguindo o território finlandês, os soviéticos tiveram muitas baixas, mostrando como o Exército Vermelho estava despreparado e mal equipada para as batalhas futuras. Vários estudiosos apontam que a ineficiência do exército soviético nesta guerra que fez com que eles vencessem os alemães em 1941 quando foram atacados na Operação Barbarossa. Tudo indica que com as várias perdas na Guerra de Inverno fizeram que Stalin passasse a investir mais em suas tropas, modernizando as armas e qualificando os soldados.
Já os finlandeses contavam com 180 mil soldados e usaram várias táticas de guerrilha inclusive, a ofensiva que ficou mundialmente conhecida como coquetel Molotov, que como arma com outro nome já havia sido usa durante a Guerra Civil Espanhola (1937 a 1939). O Coquetel Molotov tem esse nome pois se refere ao ministro soviético Molotov, o mesmo que assina o Pacto Molotov-Ribbentrop, que fez um pronunciamento no rádio direcionado aos finlandeses onde dizia que os aviões da União Soviética iram enviar comida, no intuído de não se preocuparem, ao invés disso bombardeou várias áreas civis. Assim os finlandeses chamaram o armamento de cesta de piquenique para o Molotov, que mais tarde se popularizou como Coquetel Molotov. Essa arma garantiu ao exército finlandês sucesso contra os tanques soviéticos.
O conflito durou até o dia 12 de março de 1940, quando soviéticos e finlandeses assinaram um tratado de paz onde a URSS ficava com 10% do seu território e 20% das indústrias do país. Em números mais expressivos isso significou que 442 mil finlandeses perderam as suas casas, pois militares e civis foram evacuados rapidamente devido ao tratado e apenas alguns civis permaneceram sob o governo soviético. Há indícios que a União Soviética assinou o armistício com a Finlândia, pois a Inglaterra e a França ameaçaram enviar reforços de 50 mil homens para ajudar o exército finlandês. O objetivo era findar com a guerra, e proteger as minas de ferro, pois as potencias presumiam que a Alemanha poderia perceber o enfraquecimento da Finlândia e passar por ali para alcançar as minas. A guerra de inverno serviu para os soviéticos perceberem suas fraquezas no campo de batalha e mostrou a bravura e coragem dos finlandeses que venceram o confronto, mas perderam território. Esse fato viria anunciar para a Finlândia que anos mais tarde uma novo conflito contra a URSS a Guerra de Continuação (1941-1944).
Referência:
HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914 - 1991. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras
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