A guitarra elétrica é um instrumento musical semelhante ao violão espanhol comum, de seis cordas simples. Seu corpo, porém, pode ser maciço, semioco ou oco, e é sempre dotado de aparelhagem elétrica para fazer ressoar seu som, e ao contrário do violão, utiliza apenas cordas de aço. A guitarra ganhou espaço em meio a vários estilos musicais no Brasil e no exterior a partir do final da década de 40 do século XX.
Seu funcionamento está ligado à energia elétrica e ao fenômeno do magnetismo. As cordas de aço, ao vibrarem, emitem um sinal eletrônico para um amplificador e um alto-falante. Os sensores ficam numa pickup magnética, montada sob as cordas, no corpo da guitarra. Esta pickup magnética ou captador é formada por um ímã (ou vários) enrolado em uma bobina (formada por cerca de sete mil voltas de fio de cobre), que gera uma vibração correspondente à do campo magnético do ímã, originando sinais elétricos, que são enviados a um amplificador e daí a um alto-falante.
Sua origem está ligada às experiências realizadas no início do século XX para se desenvolver um violão que tivesse uma potência sonora maior. Na época, o jazz despontava como febre internacional, e seus instrumentos típicos (trompete, trombone, sax e clarinete) começavam a ganhar a preferência do consumidor por serem muito mais potentes se comparado aos instrumentos de corda. A experiência mais bem sucedida foi a da empresa National, que no fim dos anos 20 lança o "resonator", modelo igual a um violão comum, só que com um corpo feito de alumínio, cujo interior era preenchido por cones de alumínio ligado às cordas, contribuindo para uma maior amplificação do som. O resonator é ainda muito popular entre guitarristas de blues, apesar de ter sido projetado para músicos de grandes orquestras de jazz. No Brasil, a fábrica Del Vecchio lançou o modelo "dinâmico", copiando a tecnologia da National, que acabou caindo no gosto dos repentistas nordestinos.
Em 1931, a fábrica Rickenbacker lança a "frying pan" (frigideira), destinada aos grupos de música havaiana, para ser tocada deitada, no estilo "slide". Esta é considerada a primeira guitarra elétrica da história. No fim dos anos 40, a companhia Gibson irá desenvolver guitarras como atualmente conhecemos.
Esse instrumento será consagrado nas mãos do primeiro grande guitarrista, Charlie Christian. No início dos anos 50, Leo Fender, dedicado ao conserto de rádios e aparelhos elétricos irá projetar dois modelos de guitarras ainda bastante populares: a Fender Esquire e a Fender Stratocaster, de desenho futurista e de fácil domínio. Entre os seus mais famosos usuários estão Eric Clapton, Keith Richards dos Rolling Stones e Jimi Hendrix. Quase ao mesmo tempo nasce outra guitarra icônica, a Gibson modelo Les Paul, baseada nas especificações do guitarrista de mesmo nome, responsável por várias inovações nos instrumentos elétricos e nos aparelhos de gravação em estúdio. No Brasil, no fim dos anos 40, destacou-se o pioneirismo de Dodô e Osmar, que, além dos criadores do Trio Elétrico, utilizavam o chamado "pau elétrico", ancestral da atual guitarra baiana, e que pode muito bem ser considerada uma das primeiras guitarras elétricas desenvolvida.
Bibliografia: BRAIN, Marshall. Como funcionam as guitarras elétricas. Disponível em:
História da Guitarra. Disponível em:
Quem inventou a guitarra elétrica? Disponível em:
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