Luís da Câmara Cascudo (Natal, RN, 30 de dezembro de 1898 - Natal, RN, 30 de julho de 1986) foi um folclorista, historiador, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro. Pertencente a uma família rica potiguar, Câmara Cascudo tornar-se talvez o mais importante pesquisador da etnografia e do folclore brasileiro.
Exerceu várias profissões públicas, entre as quais professor, diretor de escola, secretário do Tribunal de Justiça e consultor jurídico do estado. Iniciou o curso de medicina, mas desistiu deste e acabou por se formar em Direito na velha faculdade do Recife.
Ao desejar ser jornalista, seu pai, um homem rico, instalou o jornal A Imprensa para seu filho, que neste mantinha uma coluna chamada de "Bric-A-Brac" onde escrevia observações sobre a gente e a cena cultural de Natal. Iria colaborar posteriormente em vários outros jornais de capitais brasileiras, em especial no Recife.
Seu primeiro livro é editado em 1921, com o título de "Alma Patrícia", no qual escreve pequenos estudos sobre poetas e prosadores da cidade de Natal à época. Seguiram-se a este "Joio" e "Histórias que o tempo leva". Sua primeira obra no campo do folclore, que o tornaria famoso neste campo de estudo é "Vaqueiros e Cantadores" de 1939.
De orientação política conservadora, é um importante propagandista da ideologia integralista (a versão brasileira do fascismo), exercendo militância na imprensa. Fundador da Sociedade Brasileira de Folclore, propõe uma teoria para a Cultura popular, além de estabelecer um elaborado estudo sobre a literatura oral no Brasil, valorizando-a.
Em 1951, começa a dar aulas como professor de direito internacional público na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e três anos mais tarde lança sua obra mais importante no campo do folclore, o "Dicionário do Folclore Brasileiro", obra de referência mundial. Outros livros de sua autoria e que o tornam uma autoridade no estudo do folclore e etnografia brasileira seguem-se, como "Rede de Dormir", de 1959, "História da Alimentação no Brasil", de 1967, e "Nomes da Terra", de 1968, "Civilização e cultura" de 1973. Publicou depois, entre outros, "Geografia dos Mitos Brasileiros", com o qual recebeu o prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras. Traduziu ainda obras de Michel de Montaigne e Henry Koster. Ao todo, é autor de 31 livros.O pesquisador trabalhou até seus últimos anos e foi agraciado com dezenas de honrarias e prêmios, teve até mesmo sua imagem estampada na cédula de 50 mil cruzeiros, lançada em 1991, após a sua morte. Faleceu na mesma cidade em que nasceu, Natal, aos 87 anos.
Bibliografia: SEREJO, Vicente. Centenário do nascimento de Luís da Câmara Cascudo. Disponível em
Luís da Câmara Cascudo. Disponível em
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