Período Pré-Homérico

O período pré-homérico é conhecido por ser o momento das grandes invasões indo-europeias, especialmente na Ilha de Creta e na região da Hélade. Na primeira desenvolveu-se inicialmente a civilização minoica. A segunda é a região propriamente grega da antiguidade. A noção de países/nações que temos hoje não cabe para definir quem eram os gregos na antiguidade. Isso porque a formação das Nações é um processo da modernidade. Na antiguidade eram considerados gregos aqueles que falavam a língua grega. Eles estavam localizados na Península Balcânica, em contato direto com o Mar Mediterrâneo. Pode-se dividir esta região em três: a região do Peloponeso, ao sul; a Ática; e as Ilhas localizadas no Mar Egeu.

Este período é considerado a primeira fase da Grécia Antiga, formada por diversos povos: os cretenses, os aqueus, os jônios, os eólios e os dórios. Por isso, destaca-se: a Grécia Antiga é formada, em sua maioria, por povos indo-europeus e muito do que conhecemos da cultura grega faz parte também dessa herança de civilizações orientais.

Esses povos acima citados conquistaram diferentes regiões da península balcânica, e de forma violenta. As invasões por diferentes povos nesta região mudaram significativamente as características e as formas de vida e, por terem sido bastante violentas, provocaram a primeira diáspora grega. O período de invasões, que se misturaram às culturas já existentes no local, foi conhecido como pré-homérico.

O primeiro povo a invadir a região foram os aqueus. Eles foram os primeiros a chegar e dominaram a cidade de Knossos, na Ilha de Creta. A civilização minoica desenvolveu-se com base no comércio feito através do Mar Egeu. Por isso, trocavam mercadorias e culturas e tinham contato com outras civilizações do mundo antigo, como por exemplo com o Egito. A chegada dos aqueus provocou mudanças consideráveis e acabou por destruir a civilização cretense. Knossos era a principal cidade desta civilização. A tomada dela pelos aqueus foi o início do que conhecemos por civilização micênica, que, além da cultura dos dominadores, ainda manteve traços da cultura cretense, notadamente entre os anos de 1500 e 1150 a.C. Micenas passou então a ser o principal centro cultural, que era organizada a partir da junção do poder monárquico e de uma forte burocracia. Os gregos aqueus buscavam expandir seus domínios. Por isso, entraram em conflito com os troianos. O conflito ficou conhecido como Guerra de Tróia e foi narrado, em forma de epopeia, por Homero, em Ilíada e Odisséia.

Palácio de Knossos. Foto: binik / Shutterstock.com

Os demais grupos a invadir – agora a Hélade – foram os jônios e os eólios, que, embora tenham dominado cidades, tiveram um processo de dominação mais ameno e não tão violento quanto os aqueus.

Já os dórios, de cultura baseada na militarização, foram responsáveis por uma dominação violenta, e invadiram e dominaram diversos centros urbanos, especialmente na região depois conhecida como Peloponeso e até mesmo em Creta. Além disso, os dórios já conheciam técnicas de metalurgia e dominavam os metais. Eles destruíram diversas cidades, com seu armamento, suas técnicas e sua formação militar. Uma das práticas dos dórios era submeter a população local à servidão.

Essas invasões ocasionaram na primeira diáspora grega, pois diversos povos migraram para outras regiões por conta da violência sofrida com as invasões dos povos indo-europeus. Essa migração ocasionou na formação de colônias gregas em várias regiões, especialmente ao longo do Mediterrâneo.

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Referências:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

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