Primeira Guerra Médica

As Guerras Médicas foram conflitos entre gregos e persas, ocorridas no século V a.C. Ou seja, foram guerras entre povos indo-europeus – aqueus, jônios, dóricos, eólios – os gregos, contra os medo-persas. A disputa central era pela região da Jônia, na Ásia Menor. Os gregos tentaram por muitas vezes conter a invasão persa, que buscava a expansão do seu império – o Império de Aquemênida – pelo ocidente. Ao mesmo tempo, os gregos também estavam em processo de expansão, especialmente em direção ao oriente. Esse movimento expansionista dos dois lados acabou por gerar conflitos e revoltas, notadamente a partir do momento em que os gregos colonizaram a jônia. Além disso, outro fator importante na disputa entre gregos e persas foi o controle do comércio marítimo na região, atividade importante para os dois lados da disputa. Neste sentido os persas representavam entraves ao projeto colonizador e expansionista grego. À época as cidades da costa da Anatólia, como Mileto, estavam sob o domínio persa.

Em processo de expansão pelo Mar e domínio das rotas marítimas e comerciais, a disputa não era só pelo domínio de terras. Na época controlar o Mar Negro e o estreito de Bósforo era importante para garantir o fornecimento de materiais básicos como o trigo. Os gregos dominavam bem as atividades marítimas e os persas desenvolveram também as habilidades sobre o mar para que pudessem seguir o projeto expansionista em direção à Europa. Para isso contaram com o auxílio de outros povos, que dominavam a navegação: os egípcios e os fenícios.

Houve vários conflitos em que os persas se sagraram vencedores, no entanto a vitória dos gregos em 490 a.C. foi um dos grandes marcos na Primeira Guerra Médica. Em 490 a.C. Atenas finalmente conseguiu afastar os persas da região, na batalha conhecida por Batalha de Maratona, na cidade com o mesmo nome. Os gregos conseguiram parar os persas mas os conflitos não cessaram. Atenas viu-se ameaçada e para isso, em defesa do território grego, as cidades-estado se uniram na aliança denominada Liga de Delos. Neste momento até Esparta – que depois veio a sair da liga e fundar a Liga do Peloponeso – compunha a aliança grega. Assim, a união das poleis gregas foi fundamental para vencerem os persas.

Havia uma disputa política, e até mesmo intelectual, entre dois estrategistas gregos: Temístocles e Milcíades. Enquanto o primeiro apostou em investir na marinha e em proteger o Porto de Pireus, o segundo acreditava ser mais importante montar uma estratégia de defesa por terra. Milcíades acabou liderando os gregos na batalha com os persas. Conta-se que Milcíades incumbiu a Fidípedes a importante tarefa de avisar Esparta da chegada dos persas. Ele teria corrido mais de duzentos quilômetros em um só dia para executar a função.

Mesmo em menor número os atenienses conseguiram cercar e vencer os persas, que regressaram à Ásia Menor. Pesquisadores estimam que, enquanto os atenienses contavam com um número entre 10 e 15 mil homens, os persas estavam em número quase dobrado: entre 20 e 30 mil homens. Fidípedes teria sido incumbido de uma nova função: ir até Atenas e anunciar a vitória sobre os persas. Ele teria corrido quarenta e dois quilômetros, a distância que separava as duas cidades, anunciado e vitória e em segunda caído morto por exaustão. Até hoje corridas de longas distâncias são chamadas de Maratona, graças à batalha na cidade grega antiga.

Referências:

GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2013.

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