Sociedade espartana

A Grécia Antiga era composta por cidades-estado, o que significa que cada uma delas organizava-se de uma maneira. Enquanto Atenas iniciou uma democracia direta, outras cidades viviam diferentes processos, como Esparta, que teve sua origem com a chegada dos Dórios à Península do Peloponeso. Os descendentes dos dórios que naquela região se fixaram foram chamados de esparciatas e exerciam rigorosas atividades militares.

Por causa disso os espartanos tinham uma rígida educação e eram preparados desde a infância para o serviço militar. Aos sete anos de idade os meninos eram encaminhados ao treinamento militar, onde recebiam instruções rígidas e deveriam suportar dores e chegar aos limites do corpo. Os que por ventura não resistissem eram considerados mais fracos e socialmente rebaixados.

A organização da sociedade espartana se dava por grupos que exerciam determinadas funções. Como as regras eram bastante rígidas, os lugares sociais também não se alteravam com facilidade. Esparta era, portanto, uma cidade de profunda divisão social, visível na concentração dos poderes políticos e na própria forma de se tomar decisões.

Quando chegaram na região os dórios dominaram a população local e transformaram em servos. Estes antigos habitantes, em regime de servidão na sociedade espartana, eram chamados de hilotas e eram responsáveis pelo cultivo da terra e pela produção de alimentos. Eles não tinham nenhum direito político e trabalhavam para sustentar toda a sociedade.

Já os habitantes das localidades no entorno de Esparta, também pertencentes à sociedade espartana, eram chamados periecos. Este grupo era composto por homens livres, que portanto não trabalhavam sob regime de servidão, e que tinham por tarefas executar atividades de agricultura, artesanais e até mesmo comerciais. Porém, em um ponto aproximavam-se dos hilotas: eles também não tinham direitos políticos.

Apenas um grupo detinha os poderes poíticos: os próprios esparciatas. Entretanto, mesmo dentro deste seleto grupo havia hierarquia. Todos eles exerciam poderes políticos mas somente os membros de algumas famílias consideradas mais importantes é que podiam ser escolhidos como representantes nas funções de comando da sociedade. Por isso entende-se que o poder político na sociedade espartana se dava por meio de um regime oligárquico. De maneira geral, uma oligarquia é uma palavra que indica que há uma elite que detém o poder de uma determinada sociedade. A origem da palavra é grega e serve para designar o governo de poucos. Entende-se, portanto, que por ser oligárquica, a sociedade espartana era organizada hierarquicamente.

As leis eram formuladas e organizadas por um conselho formado pelos dois reis – afinal, Esparta era uma monarquia comandada por dois monarcas – e mais vinte e oito cidadãos com idades acima de 60 anos, chamados anciãos. Nesta sociedade a idade representava poder e sabedoria. Este conselho era chamado de Gerúsia e dele eram escolhidos cinco cidadãos anualmente, que formavam um comitê chamado Éforos. Neste comitê os cidadãos deveriam supervisionar as ações políticas, cuidar da burocracia estatal e avaliar os crimes cometidos. Além destas duas esferas havia mais uma, chamada de Ápela. Dela podiam participar cidadãos com mais de vinte anos de idade. O grupo se reunia com periodicidade para deliberar sobre as leis propostas pela Gerúsia, que funcionava como um senado de Esparta.

A sociedade espartana estava dividida entre os que participavam da vida política – como os espartanos que compunham a máquina do estado – e os que não possuíam direitos políticos: os hilotas e os periecos.

Leia também:

  • Educação espartana
  • Diferenças entre Atenas e Esparta

Referências:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2010.

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