Space Opera

A space opera surge entre as décadas de 1930 e 1950, na chamada Era de Ouro da Space Opera. No ano de 1941, o escritor Wilson Tuckter cria o termo atrelando a um conceito depreciativo para designar as aventuras melodramáticas de temática espacial. Alguns autores usam o termo com a designação de ópera espacial e outros seguem a vertente que acredita ser mais apropriado traduzir como novela espacial.

É interessante observar que embora as narrativas espaciais sejam encaradas por muitos como um subgênero da ficção científica, algumas histórias são anteriores ao próprio conceito de space opera, como é o caso de The Skylark of Space (1928), de E. E. Doc Smith e dos autores A. E. Van Vogt e Isaac Asimov.

Em meados da década de 1960, a space opera é ressignificada a partir da grande recepção por parte do público e devido ao surgimento da new wave. A partir desse momento, as novelas espaciais são associadas a produções de ficção científica e são elevadas ao patamar de gênero.

Nesse contexto, muitos representantes da new wave como Lester, Judy Lynn, Del Rey, Michael Moorcock, Brian Aldiss e J. G. Ballard pretendem aproximar o gênero ficção científica da literatura. Percebem, então, que o termo space opera cumpre o papel de nomear toda produção que eles não pretendiam escrever.

Representantes desse movimento são as obras Fundação, de Isaac Asimov e a série Lensman, de E.E Doc Smith. Histórias com roteiros que envolvem grandes questões pertinentes ao universo integram o grupo, como é caso de Impérios Galácticos de Guerra nas Estrelas, do escritor George Lucas.

Mesmo com a movimentação inicial de negação das novelas espaciais, os autores da new wave acabam promovendo uma aproximação dos elementos estéticos e filosóficos deste gênero em combinação com a ambientação espacial contida na space opera. Isso acontece no final da década de 1970 e ganha força nos anos 90, com a chamada new space opera.

A new space opera permite que os autores conjuguem inúmeros gêneros e operem várias combinações, usando elementos da poesia concreta, abordando questões metafísicas, criando personagens pós-humanos, animais evoluídos por meio de inteligência artificiais, nanotecnologia, dentre outros.

O que em tese difere o novo jeito de se escrever novelas espaciais em relação à sua origem é o fato de os autores estarem mais preocupados com a qualidade estilística e linguística dos textos. Os assuntos principais continuam sendo o grande avanço tecnológico e a sua capacidade destruidora, as guerras ideológicas, o “braço de ferro” pelo poder, sem deixar de lado a dramaticidade e o amor piegas.

Só que tudo isso agora é orquestrado pela arquitetura textual, pelo empenho cada vez maior de tornar a novela espacial, pelos caminhos do novo gênero, uma literatura respeitada.

Referências:

MANFREDI, Lúcio. Que diabos é a tal New Space Opera? Disponível em: . Acesso em: 20 dez. 2018.

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