Recebe o nome de Taoísmo o conjunto de ensinamentos e práticas religiosas praticadas em diversos pontos do extremo oriente.
Culto filosófico-religioso, o taoísmo surge das antigas crenças panteísticas e crenças xamânicas chinesas, arregimentadas em uma forma de filosofia mística pelo filósofo e alquimista Lao Zi há cerca de 2500 anos na China, no chamado período dos "estados guerreiros", sendo que a verdadeira organização do taoísmo como religião convencional vai aparecer somente por volta do século V.
O documento fundamental desta filosofia-religião é o Dao De Jing, escrito na forma de uma série de pequenos sonetos, ou poemas, por assim dizer, e que refletem sobre o caminho para a humanidade eliminar o conflito e o sofrimento. A expressão "dao", em chinês significa “caminho”, indicando que o ser humano em sua vida pode seguir vários caminhos, e em meio a tal variedade de escolhas, este deve optar por viver em harmonia com a natureza por meio deste mesmo dao, um conceito de uma grande harmonia cósmica, de onde acredita-se que uma força natural liga todas as coisas em nosso mundo. A partir deste entendimento, surge a conclusão, popular entre os seguidores do taoísmo de que o desejo humano "prende" o espírito, impedindo-o de seguir livremente o verdadeiro caminho. Para isso, então, o ser humano deve gradualmente aprender a se libertar de seus próprios desejos terrenos a fim de conhecer a si próprio e obter paz e serenidade em seu espírito, e em um plano maior, a imortalidade.
Originalmente uma espécie de filosofia, mais ou menos como a entendemos hoje, o taoísmo vai aos poucos se misturando às crenças tradicionais chinesas existentes, e por volta do século V já terá incorporado dentro de seus ensinamentos um panteão. Os deuses taoístas são figuras históricas que demonstraram poderes excepcionais em vida, como por exemplo, o Imperador Jade (supremo soberano das divindades chinesas), Cai Shen (deus da prosperidade), Guan Yu (senhor da honra e da piedade), além do próprio Lao Zi, alvo de culto pelos crentes.
Com a posterior criação do confucionismo e da vinda do budismo, o taoísmo perde de alguma forma a sua popularidade, muito devido aos traços enigmáticos de seu maior documento, o Dao de Jing. A partir daí, passa a ser, de certa forma, a terceira religião em importância no país. Mas, gradualmente, os chineses irão recorrer às très religiões quando necessário para suprir as suas questões de fé. Isso faz com que popularmente o chinês médio cultue os três sistemas ao mesmo tempo, voltando-se para um ou outro quando acha necessário.
Bibliografia: Taoísmo. Disponível em
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