É conhecido pelo nome de Tratado de Verdun o acordo celebrado em 843, nesta cidade do nordeste da França, pelos três netos do imperador Carlos Magno (Carlos, o Calvo, Luís, o Germânico e Lotário) e que acabou com a Guerra Civil Carolíngia, que se estendia há três anos. O tratado teve ainda como consequencia a desintegração do Império Carolíngio, e ao mesmo tempo serviu de ponto de partida para a gradual constituição das modernas nações alemã e francesa.
Depois da morte do filho de Carlos Magno, Luís I, o Piedoso, em 840, o primeiro na linha sucessória da monarquia seria Lotário I, pois seu irmão mais velho, Pepino da Aquitânia havia morrido antes mesmo de seu pai, em 838. Os outros dois netos de Carlos Magno, porém, resolvem se aliar e promover uma guerra para disputar o controle do império com Lotário, que enfim decide por ceder e negociar com seus irmãos mais novos. Como resultado, Carlos, o Calvo ganhou o controle de quase toda a França atual (um território que recebeu o nome de Frância Ocidental) e Luís, o Germânico ficou com quase todas as terras a leste do Reno, que mais tarde constituiriam a moderna Alemanha (a Frância Oriental). A Lotário coube a manutenção do título de imperador, recebendo porém, apenas o controle de uma estreita faixa de terra, do Mar do Norte até a Itália, formando o reino da França Média, de efêmera duração.
A parte de Lotário será dividida pelos seus herdeiros, logo após sua morte, em 855. Mais tarde, o Tratado de Meersen, de 870, irá substituir o Tratado de Verdun, e a parte mais ao norte da Frância Média de Lotar, conhecida como Lotaríngia, será dividida entre Carlos, o Calvo e Luís, o Germânico. A Lotaríngia compreendia os Países Baixos (Bélgica e Luxemburgo), parte da Alemanha (Renânia do Norte, Renânia-Palatinado e Saar), além de partes da França: Alsácia e Lorena, a maior parte das regiões do Rhone, Seine e Meuse.
A região entre as futuras Alemanha e França permaneceu como um constante campo de batalha por cerca de mil anos, com ambos os países conservando basicamente as mesmas fronteiras desde a celebração em Verdun até os dias atuais. A divisão determinada pelo Tratado de Verdun marcou o fim da unidade política dos países cristãos da Europa Ocidental, assinalando o fim de qualquer possível supremacia de algum poder dentro da Europa. Tentativas efêmeras, como as de Napoleão e Hitler, logo foram revertidas, permanecendo a divisão primordial entre alemães e franceses.
Bibliografia: Verdun, Tratado de. Disponível em:
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